Os primeiros Jogos Olímpicos de que
realmente me recordo, foram os de 1952, em Helsínquia.
Aos Jogos de 1948, eu talvez apenas associe o nome do capitão Helder
Martins que suponho, tal como eu, vivia no Algueirão Velho, ou de Cima, e que
fez parte da equipa portuguesa de hipismo. Quanto ao resto, não tenho memória.
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Estádio Olímpico de Helsínquia |
Ora, dado que passam agora 60 anos sobre os Jogos de Helsínquia, venho
relembrá-los trazendo aqui a imagem dum folheto turístico relacionado com o
evento e um postal ilustrado do Estádio Olímpico.
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Capa do folheto |
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Planta de Helsínquia (1) |
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Planta de Helsínquia (2) |
Recordo que a delegação portuguesa foi transportada no navio “Serpa Pinto”,
da Companhia Colonial de Navegação, o qual também lhe serviu de alojamento
durante a competição ( ao que parece, a crise já vem de longe!).
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O "Serpa Pinto" passando no canal de Kiel, no regresso dos Jogos Olímpicos de Helsínquia. Desenho de Frank Braynard, para a Revista da Marinha, incluído no livro "Fifty Famous Liners 3", de 1987 ( retirado de www.artbarreiro.com) |
Para Portugal, foram estes Jogos semelhantes a muitos outros mas, enfim,
para que não fosse tudo mau, na vela lá estava o “Espadarte” tripulado por
Joaquim Fiuza e Francisco Andrade, para nos darem uma alegria, embora de
“bronze”.
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Joaquim Fiuza e Francisco Rebello de Andrade |
A partir daí, sempre Joaquim Fiuza e também os irmãos Duarte e
Fernando Bello (que já tinham arrecadado “prata” em Londres), nos tentariam dar
uma alegria maior mas o “Adamastor” desse tempo, era um italiano de nome
Straulino que não permitia veleidades. Nas restantes modalidades foi o que é e
sempre será, normal! Por vezes, lá temos um assomo e nos incha o peito. E, o que
poderia ser um bem, põe-nos logo a pensar em catadupas de medalhas, esquecendo
a qualidade de todos os outros. Daí, a desilusão quase permanente. A comunicação
social também não ajuda grandemente e desta vez já se deu ao luxo de comparar
Portugal, em 100 anos, com o Michael Phelps. Está tudo doido! Um país com mais
de 800 anos de história poderá comparar-se com um “minúsculo” habitante deste
planeta, por muitas medalhas que ele ganhe? Dir-me-ão que é apenas sentido
figurado mas, eu direi que é apenas coisa sem sentido! Pela minha parte, como
português, já ficarei satisfeito desde que os nossos atletas deem o seu melhor
e se esse melhor for o almejado “ouro” tanto melhor. O mais importante é
competir e isso quer dizer ganhar ou perder, para todos que lá vão! Um país
nunca se medirá pelo número de medalhas que conquistar, muito embora muito boa
gente entenda isso!