segunda-feira, 29 de abril de 2013

29 de Abril de ... 1991 !






Hoje trago à memória o meu pai,
que a minha memória alimenta,
pensando no tempo, que se esvai,
e só a minha saudade aumenta!

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Tenente Manuel Dias Catana... um poeta de Salvaterra !


Hoje vou lembrar o Tenente Manuel Dias Catana, do qual já neste blogue, em 23 de Dezembro de 2010, eu coloquei um poema sobre o "Madeiro" em Salvaterra mas, sobre os seus dados pessoais eu, infelizmente, pouco posso dizer. 
Assim, vou transcrever um pouco do que no jornal "Beira Baixa" de 14/02/1970, se escrevia a propósito do seu livro de versos "Poemas de Amor e de Saudade", acabado de editar: 
"Natural da raiana Salvaterra do Extremo, o Tenente Dias Catana é nome conhecido em todo o distrito de Castelo Branco. Conhecido e apreciado. Não precisa de apresentação, além da que já dele fez o ilustre  beirão e académico, dr. Jaime Lopes Dias, no prefácio que escreveu: “sonhador, idealista, possuído de excessiva modéstia, que anda de braço dado com a sinceridade, autodidacta, folclorista, músico, compositor e executante”.

Posto isto e lamentando não poder dizer mais, por de mais não dispôr, mas supondo que seja já falecido, aqui fica, com este seu poema dedicado à terra que o viu nascer, a minha pequena homenagem. 






                                                     Ó  SALVATERRA !

Ó minha terra adorada,
Meu conforto e minha festa,
Quero-te sempre lembrada
Na minha Musa modesta.

Porque foi em ti, que um dia,
    - Minha doce feiticeira! 
Esta luz que me alumia
Eu vi pela vez primeira.

Vejo às vezes, a sonhar,
Os teus vales e os teus montes,
Onde ouço as aves cantar
Ao desafio com as fontes...

Deixo a música dos ninhos
Que escutei horas a fio,
E, tomando outros caminhos
Vou tomar banho ao teu Rio.

Regresso pela Deveza,
Subo à Forca, sem parar,
Donde admiro a Natureza
Embevecido, a sonhar!...

Prostrado pela canseira,
Estendo-me sobre os fenos
Debaixo duma azinheira,
E respiro a pulmões plenos!

Na paz que então me rodeia
Ouço cânticos estranhos
De envolta co’a melopeia
Dos chocalhos dos rebanhos.

Até o cuco indolente
Quer mostrar que tem garganta,
E eu conto, maquinalmente,
As vezes que o cuco canta.

Como é bom, sonhando, ver
Os lugares da mocidade!
Só é pena não poder
Voltar-se, atrás, na idade!

Ó Salvaterra da Beira,
- Meu doce e suave enleio! –
Na minh’hora derradeira,
Dá-me guarida em teu seio!