Hoje é o dia 1º do mês de Dezembro! Durante muitos anos e, pelo menos, desde que me conheço, comemorava-se tal dia exaltando as qualidades deste “nobre povo” que após 60 anos de opressão espanhola tinha conseguido libertar-se e tomar, de novo, as rédeas do seu destino.
Isso, era o que pensavam naqueles tempos e até, ainda, tempos muito recentes.
O facto é que, até hoje, muitos Miguéis de Vasconcelos se foram produzindo e este nosso pobre país foi sendo entregue de bandeja, umas vezes à sucapa outras nem por isso, a “nuestros hermanos” que como muitos irmãos, por vezes deixam muito a desejar. Assim, temos, já nas mãos deles, grande parte do nosso território e da nossa já bem pouca produção, chegando ao ponto de importarmos aquilo que nós mesmo produzimos. A água que pelos rios nos vem de lá, vai começando a ser racionada e de acordo com as suas conveniências, apesar de nós próprios bastas vezes não sabermos utilizar esses recursos. Como se isso não bastasse, vamos abastecer-nos nas terras fronteiriças, comprar-lhes gasolina e aproveitamos para trazer caramelos e sucedâneos de chocolate. Ora, se já vamos nascer, trabalhar e gastar o nosso dinheiro do lado de lá da fronteira, que raio de Restauração da Independência foi esta?
Isto para já não falar da “invasão chinesa”! Essa não colide só com a nossa independência, tem implicação directa na independência da Europa e julgo que do próprio mundo tal como o conhecemos ainda!
Portanto, como o “problema” mais premente que temos por cá, parece ser o do corte dos feriados, capaz de resolver todos os nossos problemas, penso que como já o disse, se justifica o corte deste feriado!!!
Fartinhos do domínio espanhol,
uns conjurados, sem paciência, buscam para si um lugar ao sol
e para Portugal, independência!
Junta, o João Pinto Ribeiro,
alguns mais da sua opinião e, de pronto, vão ao Terreiro,
procurando a Restauração!
Prontos, e cientes do seu papel,
que a missão era já, era agora,procuraram no Paço, o Miguel,
e lá foi, o traidor, janela fora!
Disseram à de Mântua, duquesa,
que se mantivesse com juizinho pois, de contrário, teria a certeza
de seguir o mesmíssimo caminho!
Então, o povo, de espanhol já farto
e pensando da sua vida ser senhor, na rua aclamou Dom João, o quarto,
a quem foi chamando, Restaurador!
Tudo isto, agora, parece cómico.
Parece ter sido tudo sem sentido pois o nosso tecido, económico,
vai estando dia a dia mais falido!
Arrancaram-se as oliveiras,
num Alentejo desertificado, e abateram-se as traineiras.
Já, só, comemos importado!
Corremos com os castelhanos?
Ficou limpo o solo português? Se não há “nuestros hermanos”,
certo e sabido, cá temos o chinês!
E se é tudo isto bem verdade,
e tudo o que resta é sem razão, pergunto eu, com curiosidade,
para que foi essa Restauração?
E se por efeito da globalização
o país já não se sente libertado,esqueçamos nós a Restauração,
e acabemos com este feriado!
Pois é João , isto de independência está cada vez mais complicado...No entanto , continuo a acreditar que o mais antigo Estado da Europa continuará a sê-lo e não é de espanhóis ou chineses que eu me temo , mas de alemães ...Esses sim , enquanto não conseguirem realizar o sonho de dominar a Europa não vão descansar.
ResponderEliminarAB.
Quina
Olá amigo João,
ResponderEliminarLibertámo-nos da opressão espanhola, e vivemos agora sob o jugo alemão e francês. Como são as coisas…
Certos reis que outrora tivemos, se voltassem à vida, nem acreditariam no que esta Nação tão grandiosa se transformou…
O amigo João é que ainda não foi descoberto por uma estação televisiva, porque comenta certos factos, muito melhor que certos comentadores, com quem temos de levar. Em poucas palavras, diz ali grandes verdades…
E vai ver que, mais dia, menos dia é o 25 de Abril que vai ser abolido. Para quê celebrar o Dia da Liberdade, se cada vez, vivemos mais oprimidos?
Um abraço!
Olá, Quina e Cristina!
ResponderEliminarRealmente a independência dum país cada vez mais dependente, não é coisa que se perceba muito bem! Apesar de ser o mais antigo Estado, parece não ter aprendido muito. É por isso, embora perceba esse ponto de vista, que não estou muito de acordo com o receio do francês ou do alemão. Os tempos do Hitler já lá vão e, no dia em que quiserem o seu regresso, matam a galinha dos ovos de ouro. O mercado da Alemanha é, muito, dependente do resto da Europa e se esta não tiver dinheiro, os alemães comem Porches e Mercedes ao pequeno almoço porque ninguém lhos compra. A sua indústria já está a ser ultrapassada pela China e não só.
O que me parece é que a senhora germânica e o senhor gaulês, apesar de todo o mal que estejam a querer fazer, só o fazem porque ninguém mais se apresenta à altura de resolver o problema e se limitam a dizer “nim”!
Abreviando, o que me parece é que o português é um povo bom mas, infelizmente, burro, sem menosprezo para o dito cujo. Acenaram-lhe com a “cenoura” da Europa e aí foi ele. Até hoje, eu não consigo perceber como é que países já existentes e outros acabados de formar, todos com um passado de guerras, militares e económicas, passariam a ser grandes amigos. O resultado parece-me estar à vista. Deixámos destruir o pouco que tinhamos e ficámos à espera que os nossos “amigos” viessem passar férias neste “paraíso” e aqui deixassem o seu dinheirinho. Seriamos, vaidosamente, um país de serviços!
Em vez de culparmos os que nos levaram a isto, sem nos perguntarem nada, e agora estão de fora expressando doutas palavras, e também a nós próprios, deitamos a culpa aos outros.
Ao longo da nossa história temos muitos exemplos de como não nos sabemos governar e também de que levamos a amizade muito a sério mas que bastas vezes esta não é recíproca. O nosso mais antigo aliado é o melhor exemplo disso. Em contrapartida, somos sempre os primeiros a reconhecer ao estrangeiro qualidades que fazemos por desvalorizar quando se trata dum qualquer português. Se o estrangeiro nos ganha, é porque sabe muito, é melhor e nós não valemos nada. Se ganha um português, é porque os outros não davam grande valor ao acontecimento ou foi por sorte. Quando recorrentemente o português continua a ganhar, tal actividade deixa de ter interesse.
E, parece-me ser este o nosso maior desafio. Olharmos para nós próprios e ver como tratamos e gerimos o que é nosso sem esperar por ajudas providenciais que resolvam os problemas que nós próprios criamos. Isto não tem nada a ver com o “orgulhosamente sós”. A Espanha sempre usou de proteccionismo ao que produziu e ainda hoje o tenta, a Inglaterra está sempre com um pé dentro e outro fora e até a Finlândia já se acha muito superior, esquecendo factos não muito longínquos. Nós, porém, continuamos a acreditar na solidariedade e vamos verificando que, nisso, vamos estando sós. Já é antigo o ditado : “Vale mais só, que mal acompanhado”!
As minhas desculpas por esta longa dissertação mas o assunto dá "pano para mangas" e "casa onde não há pão..."
Abraços e Bem hajam,
João Celorico