Teria os meus 10 ou 11 anos e entrei num concurso da “Joaninha”, suplemento
infantil da revista “Modas e Bordados”. Claro que não foi nenhum trabalho de
“crochet”, ou “ponto de cruz”, era apenas colar e pintar, uma espécie de
“puzzle” de rectângulos de papel, onde o resultado final era o mapa de Portugal! Fui
contemplado com um livrito, que não recordo o nome e que ofereci a uma minha
prima, mais nova que eu.
Cinzeiro martelado |
Foi ainda neste tempo que eu me armei em miniaturista. Foi mais um devaneio!
Aqui estão, uns martelinhos!!! |
Até aqui, nada de especial. Coisas banais e absolutamente normais.
Porém, com a entrada para o Estaleiro da CUF e a participação no Concurso Provincial de Trabalho da Mocidade
Portuguesa, tudo começou a mudar. Agora já não era um mero capricho pessoal.
Tratava-se de ir representar uma empresa conceituada!
Sem saber muito bem como me iria sair deste problema, lá me fui treinando e
mentalizando e dizendo que não havia de ser nada. Perder ou ganhar tudo é
desporto e eu só queria jogar!
Ouvidos os conselhos de quem sabia e munido duma caixa de ferramenta que
pesava cerca de 20 kg, lá me dirigi às oficinas do Instituto Superior Técnico,
onde decorreria o Concurso. Escusado será dizer que os meus 3 colegas de
empresa me apoiavam, tal como eu a eles. Pouco mais podíamos fazer!
Durante uma semana, decorreu o Concurso e prognóstico quanto ao resultado,
nem no final deste. Somente a sensação de dever cumprido! Apenas uma semana
depois chegou a notícia de que eu tinha ganho o mesmo. Ainda hoje acredito que
apenas ganhei porque um operário da Fábrica Nacional de Material de Guerra,
rapaz já com 21 anos, sobreavaliou as suas capacidades e resolveu passar uma
tarde no cinema Império. Como sempre, o mal de uns será o bem de outros! Agora
havia que assentar os pés no chão e rumar à fase seguinte, o Concurso Nacional.
Este foi bem mais fácil. Não só a concorrência era de nível inferior como a
experiência anterior já ajudava. Tudo fácil e de novo venci o Concurso!
Ironia das ironias! Eu que apenas 3 anos antes, tinha sido, de acordo com as notas que me foram atribuídas na disciplina de Oficinas de Serralharia, na Escola Industrial Machado de Castro, dado praticamente como sendo uma total nulidade para o ofício. Quanto a mim a explicação para tal facto era bem outra, mas ficará para outro dia. Quem sabe!
Ironia das ironias! Eu que apenas 3 anos antes, tinha sido, de acordo com as notas que me foram atribuídas na disciplina de Oficinas de Serralharia, na Escola Industrial Machado de Castro, dado praticamente como sendo uma total nulidade para o ofício. Quanto a mim a explicação para tal facto era bem outra, mas ficará para outro dia. Quem sabe!
Pena que, por motivos escolares e não só, mas isso também seria assunto para outra
conversa, fiquei impedido de representar a empresa e o país no Concurso
Internacional que se realizou em Bruxelas, onde se realizava, ao tempo, a
Exposição Universal. Outro o fez e com todo o mérito!
Não se ficou por aqui a minha ligação aos concursos da Mocidade Portuguesa.
Foi o caso que, 2 anos passados, já como desenhador, fui indicado para concorrer
na classe de Desenho Industrial. Depois dalguns percalços, tudo correu dentro
da normalidade e acabei por obter o 2º lugar. Nada mau! E aqui terminou a minha
aventura de concursos em termos profissionais.
Medalha de "Valor no Trabalho", que encerrou este ciclo da MP |
Outros desafios e “habilidades”, viriam no futuro.
(continua)
(continua)
João , só me resta saudar todos esses seus dotes e dar-lhe os parabéns , embora muito atrasados , por todos os prémios conquistados .Adorei aquele cinzeiro que para mim é um lindo "bibelot".E fico à espera das novidades que se seguem ...
ResponderEliminarUm abraço
Olá, Quina!
EliminarParabéns nunca chegam atrasados. Não retardam nem se estragam,
Bem haja!
As outras novidades, estarão, em breve, num blog aqui bem perto de si...
Abraço,
João Celorico