Começo, então,
pela minha primeira viagem que, como a maioria das outras, foi em trabalho.
Lisboa – Londres – Newcastle – Londres – Lisboa ( parte 1 )
Sabedor da minha indigitação para esta viagem com mais 2 colegas, sem
grande entusiasmo e com algum nervosismo à mistura, preparei-me para o meu
baptismo de voo.
No dia aprazado, lá estava eu no aeroporto de Lisboa, onde tive a grata
surpresa de saber que iria ter a companhia da equipa de futebol do Sporting,
rumo a Glasgow, e onde pontificavam, entre outros o Damas, o Pedro Gomes, o
Caló, o Chico, o Nelson, o Marinho, o Diniz e a estrela, o Yazalde. Este, por
sinal, bastante nervoso, também não gostava muito de levantar os pés do chão!
A viagem, até Londres, decorreu normalmente, gostei de ver
Portugal lá de cima e estranhei que nas nossas escolas não fossem passados
filmes com a vista aérea do país, pois seria muito melhor que os vulgares mapas
de parede.
Chegados a Londres, onde o tempo de espera deu para aquilatar do preço
exorbitante duma vulgar sandes, fatia de queijo metida entre dois triângulos de
pão de forma, também deu para notar a diferença entre o barulho de “meia dúzia”
de pessoas no pequeno aeroporto de Lisboa e o quase “ensurdecedor” silêncio no
enorme aeroporto de Londres. Os nossos congénitos problemas!
No dia seguinte atravessámos o Tyne (em cujas margens se localizavam os
estaleiros onde foram construídos, entre outros, o “Angola” e o “Moçambique”)
em direcção a Feling-upon-Tyne, local da fábrica de tintas “International Red
Hand Paints” e onde passaríamos 5 dias de “formação acelerada” a ouvir sessões
contínuas de dissertação sobre técnicas de pintura e de onde eu, ao fim do dia,
saía com a “cabeça à roda”, devido ao esforço para entender o inglês. que os
meus fracos conhecimentos não davam para muito. Habituei-me, não à “cup of tea” ou ao “coffee” mas ao “tea with
milk”, de hora a hora e do qual devo ter bebido litros!
Terminada a tarefa diária, sempre havia uma descompressão, um passar pelos
“pub” (não um, mas vários) antes das refeições e foi assim que para não fazer
misturas alcoólicas, passei a bebedor de gin tónico, de tal modo que nunca mais
bebi tal coisa!
A parte cultural também foi aproveitada e assistimos, no “Theatre Royal” à
peça “The Gondoliers” (or The King of Barataria), opereta pela “The D’oyly
Carte Opera Company Gilbert & Sullivan Operas”. Além da qualidade do espectáculo, feriu a nossa sensibilidade de "portuguesinhos", o traje ligeiro dos espectadores, nada comum entre nós, onde assistir a um espectáculo equivalia a vestir quase um fato de cerimónia. Outro facto era a existência de binóculos nas costas das cadeiras de quase toda a sala. Em Portugal, semelhante situação, a acontecer, só seria possível no dia da estreia. No 2º dia já lá não estaria grande parte deles!
A abadia de Hexham, foi fundada pelos monges beneditinos no ano de 674, em honra de Santo André. Sofreu algumas reconstruções pois que ao longo da sua existência foi cenário de várias guerras e destruições muito devido à sua localização, próxima do que foi a muralha romana ( Hadrian's Wall ) e muito sujeita aos ataques vindos da Escócia.
Os restaurantes típicos dos arredores, aproveitando casas senhoriais, também tiveram a nossa visita.
Os restaurantes típicos dos arredores, aproveitando casas senhoriais, também tiveram a nossa visita.
Terminada a fase do trabalho, propriamente dita, foram horas de regressar a
casa. Porém, estávamos na sexta feira, à tarde, e como o regresso a Lisboa era
só na segunda feira, havia que aproveitar o fim de semana em Londres.
( continua )
( continua )
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