sábado, 27 de fevereiro de 2016

Viajando ... no passado ! ( 1 )

Vou iniciar uma série de postagens, dedicadas ao tema “Viajando no passado”. Isto porque viajar, no futuro, não é para todos!
Começo, então, pela minha primeira viagem que, como a maioria das outras, foi em trabalho.

Lisboa – Londres – Newcastle – Londres – Lisboa  ( parte 1 )
Sabedor da minha indigitação para esta viagem com mais 2 colegas, sem grande entusiasmo e com algum nervosismo à mistura, preparei-me para o meu baptismo de voo.
No dia aprazado, lá estava eu no aeroporto de Lisboa, onde tive a grata surpresa de saber que iria ter a companhia da equipa de futebol do Sporting, rumo a Glasgow, e onde pontificavam, entre outros o Damas, o Pedro Gomes, o Caló, o Chico, o Nelson, o Marinho, o Diniz e a estrela, o Yazalde. Este, por sinal, bastante nervoso, também não gostava muito de levantar os pés do chão!
 
A viagem, até Londres, decorreu normalmente, gostei de ver Portugal lá de cima e estranhei que nas nossas escolas não fossem passados filmes com a vista aérea do país, pois seria muito melhor que os vulgares mapas de parede.

Chegados a Londres, onde o tempo de espera deu para aquilatar do preço exorbitante duma vulgar sandes, fatia de queijo metida entre dois triângulos de pão de forma, também deu para notar a diferença entre o barulho de “meia dúzia” de pessoas no pequeno aeroporto de Lisboa e o quase “ensurdecedor” silêncio no enorme aeroporto de Londres. Os nossos congénitos problemas!
Após uma breve paragem, rumámos a Newcastle onde chegámos já noite.



 
No dia seguinte atravessámos o Tyne (em cujas margens se localizavam os estaleiros onde foram construídos, entre outros, o “Angola” e o “Moçambique”) em direcção a Feling-upon-Tyne, local da fábrica de tintas “International Red Hand Paints” e onde passaríamos 5 dias de “formação acelerada” a ouvir sessões contínuas de dissertação sobre técnicas de pintura e de onde eu, ao fim do dia, saía com a “cabeça à roda”, devido ao esforço para entender o inglês. que os meus fracos conhecimentos não davam para muito. Habituei-me, não à “cup of tea” ou ao “coffee”  mas ao “tea with milk”, de hora a hora e do qual devo ter bebido litros!
Terminada a tarefa diária, sempre havia uma descompressão, um passar pelos “pub” (não um, mas vários) antes das refeições e foi assim que para não fazer misturas alcoólicas, passei a bebedor de gin tónico, de tal modo que nunca mais bebi tal coisa!

Página do programa do dia 20 de Outubro
 
A parte cultural também foi aproveitada e assistimos, no “Theatre Royal” à peça “The Gondoliers” (or The King of Barataria), opereta pela “The D’oyly Carte Opera Company Gilbert & Sullivan Operas”. Além da qualidade do espectáculo, feriu a nossa sensibilidade de "portuguesinhos", o traje ligeiro dos espectadores, nada comum entre nós, onde assistir a um espectáculo equivalia a vestir quase um fato de cerimónia. Outro facto era a existência de binóculos nas costas das cadeiras de quase toda a sala. Em Portugal, semelhante situação, a acontecer, só seria possível no dia da estreia. No 2º dia já lá não estaria grande parte deles!  

 


Pormenor do interior da Abadia
 
A abadia de Hexham, foi fundada pelos monges beneditinos no ano de 674, em honra de Santo André. Sofreu algumas reconstruções pois que ao longo da sua existência foi cenário de várias guerras e destruições muito devido à sua localização, próxima do que foi a muralha romana ( Hadrian's Wall ) e muito sujeita aos ataques vindos da Escócia.
Os restaurantes típicos dos arredores, aproveitando casas senhoriais, também tiveram a nossa visita.

Terminada a fase do trabalho, propriamente dita, foram horas de regressar a casa. Porém, estávamos na sexta feira, à tarde, e como o regresso a Lisboa era só na segunda feira, havia que aproveitar o fim de semana em Londres.

( continua )

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