quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

E o Pai Natal, será que existe?...


Nunca cheguei a ter contacto com o Pai Natal! Foi-me dado a conhecer o Menino Jesus! Até aqui, tudo bem. Só que quiseram vender-me a história das prendas dadas por ele e aí é que o caso se complicou. Eu tinha 4 anos, nunca tinha ouvido falar em tal coisa. Tinham-me levado a ver as barracas no largo do Camões, junto á estátua do dito e, ali, pude regalar os olhos com brinquedos (uma miséria nos dias de hoje) que me fizeram sonhar. Ai, aqueles cavalinhos de cartão (tudo material ecológico) com um estrado e 4 rodinhas, que maravilha! Aquilo é que seria cavalgar, em toda a sela ou mesmo sem sela! No fim desta incursão ao mundo do Natal, lá veio a pergunta: - "O que é que tu queres que o Menino Jesus te dê?". Os meus olhos ainda se arregalaram mais. Então, era só pedir? Ele é isso? Ora, venha de lá um cavalinho!, disse eu. Pois que sim, que talvez, se calhar, foi a resposta. Mas, a mim, ninguém me levava assim dessa maneira. Chegada a noite de Natal, fui deitar-me, fiz-me dormido e pus o meu serviço de escutas (ilegais, pois então) a funcionar. E o que é que eu consegui escutar? Ora, o "Menino Jesus" (o meu tio) a dizer à minha avó que o cavalinho (devia ser lusitano) era muito caro e tal e coisa e mais alguma conversa que por ser confidencial e não interessar para nada, resolvi destruir. Deitei-me, agora a sério, e dormi descansado, embora pensando em como é que o "Menino Jesus" se ia desenvencilhar daquela. Era só esperar até amanhecer.
Uma vez acordado, lá me levantei. E que vejo eu no meu sapatinho? Um pequeno e frágil martelinho! Talvez pensasse que eu ia ser carpinteiro, sei lá!
Ao ser indagado se tinha gostado da prenda, é que foi o bom e o bonito. Envergonhei-os a todos. Apresentei o meu relatório de escutas, em cima da mesa e de nada valeu dizerem que elas não eram válidas. Menino Jesus, sim! A dar prendas, nunca! E foi logo aí que, para mim, o Pai Natal, que ainda não tinha nascido, morreu!

Hoje, dou comigo a pensar se não teria sido melhor eu continuar a acreditar no Pai Natal. É que nos dias de hoje, quando ouço os discursos do nosso "inginheiro", faziam-me um jeitão. E não custa nada acreditar, pois não?

4 comentários:

  1. O mais fantástico da vida é estar com alguém que sabe fazer de um pequeno instante um grande momento...
    Bom Natal, um 2010 em grande
    Acácio

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  2. Olá amigo João!
    É verdade,nao custa acreditar e sonhar não paga imposto (ainda...).
    Espero que mesmo com a saudade e tristeza no seu coração,tenha tido um Natal tranquilo e com saúde.
    Desejo-lhe um Ano Novo com tudo de bom,mas sobretudo sáude,pois sem ela,nao fazemos nada.

    Aproveito também para o convidar (pois,acho que falou ou estou equivocada,que iria deixar de participar por uns tempos...)mesmo assim fica o convite,pois é sobre uma tradição bem nossa,bem portuguesa.Tema: Vamos ca/ontar as Janeiras e comer o bolo rei.Já sabe: 25 linhas + foto para aminhaldeia@sapo.pt até dia 8/01.

    Um abraço gigante
    Jocas festivas
    Feliz Ano Novooooooooo

    Lena

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  3. Amigo Celorico,

    Papai Noel existe e deixou comentário no Recebi, li e gostei, dizendo que agora tem dois blogues.
    Parabéns pela iniciativa!
    Vou linkar seus blogues aos meus. Depois dê uma olhada com calma.
    Um 2010 com muita saúde, paz, alegria e vitórias em todas as áreas da sua vida.
    Que Deus continue derramando bênçãos sobre a sua vida, familiares e amigos.
    Obrigado pelos votos.
    Abraço do amigo e fã brasileiro.
    António

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  4. Oi, João:
    Aos poucos, vou lendo seus textos e gostando muito !
    Fazem-me rir, ou sorrir, ou pensar...

    Aos 6 anos, comecei a desconfiar da existência do Papai Noel, pois meu avô brincava comigo dizendo: o papai que não é noel...
    Preocupada, e sendo a irmã mais velha, logo contei para minha irmã, 1 ano e 7 meses mais nova que eu, orientando-a a não pedir presentes caros, pois era o nosso pai que os comprava. Até parece que ganhávamos presentes caros !
    Assim acabou minha ilusão, mas a magia do Natal não.
    Por isso, os meus filhos sempre souberam qual a fonte dos presentes, mas que aquele bom velhinho devia existir em algum lugar isso não deixamos dúvida.

    Parabéns por suas histórias.

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