Após a ida ao Bodo da minha terra, não quis deixar de postar aqui alguns dos momentos por mim vividos. É a minha minha primeira experiência com o "slide show" e espero que não defraude as expectativas. Se a mostra não corresponder, o problema é do fotógrafo que não da Festa. Bem hajam pela vossa visita e desculpem "qualquer coisinha"!
Uns versos, por mim feitos há já algum tempo, dão sentido às imagens!
O ar puro que se respira
sabe bem e põe-nos leves
e no inverno, se longe se mira,
lá ao fundo se vêem neves.
Plantada em alto monte,
donde a vista é tamanha,
olhando bem, defronte,
se vêm terras de Espanha.
Em cada pedra há história
nesta vila tão velhinha
com um passado de glória
esta terra é a minha.
Depois da campina de Idanha,
do Extremo se chama a terra,
altiva, mirando Espanha,
conhecem-na por Salvaterra!
E, caminhando pela estrada,
tem, do lado direito, o Cruzeiro
desta terra abençoada,
abençoando o forasteiro.
Tem, Santa Luzia e Santo António,
mais a Igreja da Misericórdia,
para afastar o Demónio
e o povo ter concórdia.
Mais abaixo, na Deveza,
a Senhora da Consolação,
onde o povo canta e reza,
espalhando sua devoção.
Devoção antiga é essa
a que acorre o povo todo!
Assim se cumpre a promessa
e se serve um lauto Bodo!
São sempre mais de mil
que da Santa honram o nome
e onde até, na Guerra Civil,
muito espanhol matou a fome.
O Pelourinho na Praça,
símbolo perfeito e fiel,
representa, para quem passa,
o foral de D. Manuel.
Tem o Calvário e o Cruzeiro,
pedra dura, trabalhada,
junto ao cemitério, o primeiro
e o outro, logo à entrada.
Haverá terra maior
ou alguma mais na berra
mas para mim, sem favor,
a melhor é Salvaterra!
Olá amigo João,
ResponderEliminarMuito bonitas as fotos. Realmente não sei se é da terra, se dos fotógrafos, mas qualquer imagem ali captada fica sempre bem, de tão bonita que é Salvaterra.
Eu esta Páscoa só tirei 300 e tal fotos, lol… É a vantagem das máquinas digitais. Perco-me sempre em cada rua, em cada monumento, em cada pormenor , em cada paisagem, em cada brincadeira de meu filho e em cada momento familiar que quero guardar.
E depois quando regresso tenho “apenas” 300 e tal fotos para endireitar, recortar, ou até descartar. Daí ainda não ter tido tempo para fazer um slide show da Páscoa que passou.
Mas ao ver suas fotos não acredito que o amigo se tenha ficado pela vila. Então não deu uma voltinha até às gargantas do rio Erges? É o meu sítio preferido mesmo. E como está bonito nesta altura. É revigorante a caminhada que fazemos pela velhinha calçada romana, por entre verde por todo o lado, flores que emanam seu perfume, o alegre chilreio dos mais variados pássaros, as deslumbrantes paisagens e toda a zona protegida do Tejo internacional.
E quando lá chegamos, depois de ter descansado na fonte da Ribeira, onde ainda me lembro de tantas vezes que fui com meu avô e a “Boneca”, a sua burrinha preferida, buscar água à fonte, deparamo-nos com a deslumbrante paisagem do rio que ainda hoje esculpe as rochas e corre forte e alegremente com a sua água cristalina.
Não há como as paisagens da Primavera e o ar puro que só aqui se respira.
Como sempre, gostei dos seus versos. Tenho apenas uma rectificação a fazer: “com um passado de glória, esta terra é a minha…”, pois minha também ela é, lol. Apesar de alfacinha de gema, não é com Lisboa que me identifico, mas sim com Salvaterra, pois aqui estão minhas raízes, meu passado e parte de minha História…
Se traz Salvaterra no coração, também eu a trago e já cheia de saudades de lá voltar.
Mais uma Páscoa se passou, mais um bodo se desfrutou e a saudade da terra se matou.
Foi engraçado o modo como nos conhecemos, acredite que no início cheguei mesmo a levá-lo a sério quando dizia a meu filho: “olha que eu acho que isso não é permitido…”. Com a cara tão séria que fez, ainda pensei que talvez pertencesse à organização e estivesse ali para zelar pela festa, antes que o miúdo mandasse tudo pelos ares, sei lá… lol.
Bom agora me vou e não o maço mais. Continue com essa boa inspiração e a enviar seus versos para o “Raiano”, pois merecem sempre ser publicados.
Uma vida feliz e até sempre!
Cristina R.
http://brisadoaltodaserra.blogspot.com/
Oláááá, Cristina!
ResponderEliminarBons olhos leiam as suas palavras! Confesso que esperava a sua visita, uma vez que "desapareceu" do seu blog.
Realmente e com muita pena minha não fui lá abaixo à "ribeira". O tempo foi curto, eu estava nas Termas e tornava-se difícil. Mas, garanto-lhe, o meu coração foi lá! Estive um bocadinho interessado em deslindar alguns "mistérios", sem muito sucesso, diga-se de passagem. Porque é que Salvaterra, agora, até tem 2 brasões? Eu tenho o relatório da Comissão de Heráldica, referente aos dois e uma aprovação da Junta de Freguesia. Porquê os 2???
A rua que dá acesso ao Castelo é "Rua D. Sancho I ", porquê se quem conquistou e deu foral a Salvaterra foi D. Sancho II? E, além do Chafariz da Deveza, ainda há alguns relacionados com a a história. Tenho, pela frente mais algum trabalho na Gulbenkian, Biblioteca Nacional e Torre do Tombo mas, vai valer a pena!
Pois eu, não quero a terra só para mim. Como eu já disse, é como a "Cantiga da Rua" (que não é do seu tempo, claro), essa é de toda a gente!
Claro que, quando nos conhecemos, eu quis mesmo impôr respeito, mas já ninguém me leva a sério!
Quanto às fotos, tenho algumas mais. Foi a minha estreia com máquina digital, oferta das minhas filhas no Dia do Pai, portanto sem prática. Tirei fotos em Penha Garcia, em Monsanto e quando cheguei a Idanha-a-Velha a bateria tinha acabado. Inexperiência de principiante.
Quanto a maçar-me pelas suas palavras, retribuo-lhe com o que me disse aquando das minhas intromissões no seu blog. Apareça sempre e nunca será tarde. Os amigos estão sempre presentes! A minha participação no Raiano é um pouco "culpa" sua e também do Dr. António Salvado, poeta, pessoa conceituada em Castelo Branco e não só e que em tempos( já quase nem me lembro), em Lisboa, foi meu professor de Francês. Em tempos de mocidade despreocupada...
Bem haja, pela visita e tudo de bom para si e para os seus.
Cá a espero, nesta minha casa que até já tem música e tudo...
João Celorico
Olá amigo João,
ResponderEliminarIsto de ter um blog dá muito trabalho a quem por vezes tem tão pouco tempo, mas de vez em quando há que ir dando notícias, verdade?
Quanto ao brasão também fiquei baralhada e confesso que não entendi, mas assim que tiver oportunidade colocarei essa questão ao novo presidente da junta de freguesia, que embora afastado, é meu primo. Talvez ele saiba.
Quanto a D. Sancho II, talvez a placa tenha perdido o outro “I”, lol. Mas também podemos ir lá e pintar o “I” que falta, tal como alguém já fez à placa que logo no inicio da vila indicava Segura a apenas 6 Kms (o que não é verdade), e alguém inverteu o 6, escrevendo por cima um 9; se calhar, também à espera que alguém notasse o erro e mandasse corrigir.
Gulbenkian, Biblioteca Nacional e Torre do Tombo? Agora compreendo o porquê de saber tanto da História de Salvaterra. Eu, quanto a documentos históricos, só tenho acesso a dois, isto porque me emprestaram e fotocopiei: um é um trabalho realizado por uma professora da terra, em 1995; o outro é bastante mais completo, pois trata-se da “Monografia de Salvaterra do Extremo”, e data de 1945. Se o amigo não tiver, e algum destes documentos lhe puder auxiliar no seu estudo, poderei enviar-lhos.
E depois porque não escrever um livro sobre a nossa gloriosa vila? A vila que muitos pensam ser apenas uma “vilazinha” perdida nos montes, e não fazem ideia do grandioso passado que teve. Já tinha pensado nisso? Seria um enorme contributo para a terra.
A cantiga da rua não é de meu tempo? Pois não sei de que ano é o original, mas lembro-me de cantar muitas vezes essa música em criança. E a “água fria da ribeira”? Essa era sempre cantarolada quando ia com minha avó até ao rio para ela lavar a roupa. Com sua rodilha na cabeça e um equilíbrio enorme para segurar o alguidar de roupa, ainda por cima a descer e a subir o monte. Dura vida a de antigamente, sem máquinas de lavar roupa ou água canalizada…
E que grandes mulheres foram nossas avós…
Vejo que aproveitou bem a sua estadia. Temos tantas aldeias perto, também, com tanta História. Gostei imenso de Idanha-a-Velha quando lá estive. Parece que ao andar por todos aqueles vestígios arqueológicos, estamos a retroceder no tempo. Mas pareceu-me que certos vestígios tão importantes estavam assim, um pouco ao abandono.
Na altura, aí há uns dois ou três anos, disseram-nos que ainda estavam a recuperar muita coisa. O que é certo é que tudo estava ali à mão de semear para aqueles que agem de má fé… Faço ideia o que se terá perdido…
Quanto a visitar o seu blog, eu até já me tinha dado por convidada (lol) e tinha-lhe enviado um pedido para fazer parte dos blogs que visito.
Tenho uma certa curiosidade em saber uma coisa: como é que no meio de tanta gente, no dia do bodo me conheceu? Seria pela foto que tenho em meu blog, de “cajado” na mão? Se foi, tem muito boa memória. Ou seria por no dia da procissão, passar o tempo todo a andar do fim para o inicio da procissão, de máquina de filmar ao pescoço e máquina fotográfica na mão? O ano passado ainda “ouvi” de minha mãe que dizia não ser capaz de estar quieta, nem acompanhar com uma velinha a procissão, e o que iriam as pessoas pensar, etc, etc…
Este ano foi ela própria a dizer-me: “não te esqueças das máquinas de filmar e fotográfica…”
Afinal, são momentos que ficam para sempre…
Bom, agora me despeço, desejando-lhe uma óptima semana de trabalho, de estudo, de lazer, de tudo aquilo que fizer parte de sua vida.
Até sempre!
Cristina.
http://brisadoaltodaserra.blogspot.com
Olá amigo João,
ResponderEliminarIsto de ter um blog dá muito trabalho a quem por vezes tem tão pouco tempo, mas de vez em quando há que ir dando notícias, verdade?
Quanto ao brasão também fiquei baralhada e confesso que não entendi, mas assim que tiver oportunidade colocarei essa questão ao novo presidente da junta de freguesia, que embora afastado, é meu primo. Talvez ele saiba.
Quanto a D. Sancho II, talvez a placa tenha perdido o outro “I”, lol. Mas também podemos ir lá e pintar o “I” que falta, tal como alguém já fez à placa que logo no inicio da vila indicava Segura a apenas 6 Kms (o que não é verdade), e alguém inverteu o 6, escrevendo por cima um 9; se calhar, também à espera que alguém notasse o erro e mandasse corrigir.
Gulbenkian, Biblioteca Nacional e Torre do Tombo? Agora compreendo o porquê de saber tanto da História de Salvaterra. Eu, quanto a documentos históricos, só tenho acesso a dois, isto porque me emprestaram e fotocopiei: um é um trabalho realizado por uma professora da terra, em 1995; o outro é bastante mais completo, pois trata-se da “Monografia de Salvaterra do Extremo”, e data de 1945. Se o amigo não tiver, e algum destes documentos lhe puder auxiliar no seu estudo, poderei enviar-lhos.
E depois porque não escrever um livro sobre a nossa gloriosa vila? A vila que muitos pensam ser apenas uma “vilazinha” perdida nos montes, e não fazem ideia do grandioso passado que teve. Já tinha pensado nisso? Seria um enorme contributo para a terra.
A cantiga da rua não é de meu tempo? Pois não sei de que ano é o original, mas lembro-me de cantar muitas vezes essa música em criança. E a “água fria da ribeira”? Essa era sempre cantarolada quando ia com minha avó até ao rio para ela lavar a roupa. Com sua rodilha na cabeça e um equilíbrio enorme para segurar o alguidar de roupa, ainda por cima a descer e a subir o monte. Dura vida a de antigamente, sem máquinas de lavar roupa ou água canalizada…
E que grandes mulheres foram nossas avós…
Vejo que aproveitou bem a sua estadia. Temos tantas aldeias perto, também, com tanta História. Gostei imenso de Idanha-a-Velha quando lá estive. Parece que ao andar por todos aqueles vestígios arqueológicos, estamos a retroceder no tempo. Mas pareceu-me que certos vestígios tão importantes estavam assim, um pouco ao abandono.
Na altura, aí há uns dois ou três anos, disseram-nos que ainda estavam a recuperar muita coisa. O que é certo é que tudo estava ali à mão de semear para aqueles que agem de má fé… Faço ideia o que se terá perdido…
Quanto a visitar o seu blog, eu até já me tinha dado por convidada (lol) e tinha-lhe enviado um pedido para fazer parte dos blogs que visito.
Tenho uma certa curiosidade em saber uma coisa: como é que no meio de tanta gente, no dia do bodo me conheceu? Seria pela foto que tenho em meu blog, de “cajado” na mão? Se foi, tem muito boa memória. Ou seria por no dia da procissão, passar o tempo todo a andar do fim para o inicio da procissão, de máquina de filmar ao pescoço e máquina fotográfica na mão? O ano passado ainda “ouvi” de minha mãe que dizia não ser capaz de estar quieta, nem acompanhar com uma velinha a procissão, e o que iriam as pessoas pensar, etc, etc…
Este ano foi ela própria a dizer-me: “não te esqueças das máquinas de filmar e fotográfica…”
Afinal, são momentos que ficam para sempre…
Bom, agora me despeço, desejando-lhe uma óptima semana de trabalho, de estudo, de lazer, de tudo aquilo que fizer parte de sua vida.
Até sempre!
Cristina.
http://brisadoaltodaserra.blogspot.com/