Quando Napoleão Bonaparte subiu ao poder, pelos fins do século XVIII, agravaram-se as relações entre a França e a Inglaterra. Esta declarou, em 1806, um bloqueio à navegação francesa e, como resposta, Napoleão, pouco depois, anunciou que consideraria inimigos todos os países que negociassem com a Inglaterra. Portugal dependia fortemente do comércio britânico pelo que só em parte acedeu às exigências do imperador.
Posto isso, Napoleão decidiu então invadir Portugal. Assim, começou a reunir um corpo de exército de uns 25.000 soldados de infantaria e de 3.000 a 5.000 de cavalaria, sob o comando do General Junot, avançando a partir de Bayonne (na Gironda).
A esses juntaram-se espanhóis, 8.000 de infantaria e 3.000 de cavalaria, que entrariam em Portugal. Sabe-se hoje que o percurso inicialmente previsto seria com a entrada pela Beira Alta mas Napoleão ordenou que se fizesse pela margem direita do Tejo, pela Beira Baixa, onde a defesa era mais ténue, para que se atingisse Lisboa mais rapidamente. Há quem diga que eram apenas 26.000 os homens comandados por Junot e que chegaram a Alcântara, a 17 de Novembro de 1807, completamente extenuados, mal vestidos, descalços, e mortos de fome. Ainda no dia 18 (algumas fontes dizem que foi no dia 10) entrou uma companhia de atiradores em Segura, no dia 19 (também se diz ter sido no dia 20) a vanguarda, composta pelo Regimento 72 de Infantarias, por duas companhias de sapadores minadores catalães e pelo Regimento de “hussardos” espanhóis de Maria Luísa, sob o comando do General Antoine Maurin, (feito General de Brigada em Junho desse ano), avançou por Segura, Zebreira, Idanha-a-Nova e no dia seguinte (dia 20, ou 21) entrou em Castelo Branco.
Nesse mesmo dia 20, as restantes forças, a 1ª e a 2ª divisões de infantaria e a do general espanhol Carrafa, saíram de Alcântara onde estavam estacionadas e repartiram-se por vários itinerários, em direcção a Castelo Branco. As forças que tinham ficado em Zarza la Mayor, só depois (muito possivelmente no dia 21) passaram o Erges a vau, onde existem restos da fortaleza (possivelmente será a atalaia) e, sem oposição, porque era essa a ordem oficial que os portugueses tinham recebido, entraram por Salvaterra do Extremo, seguindo por Zebreira, Ladoeiro e Castelo Branco.
O povo, na sua grande maioria assustado, tinha fugido, escondendo-se, a si e a alguns parcos haveres, o melhor que pôde e soube, para evitar males maiores, já que o invasor, cansado e esfomeado, pois em Espanha tinha sido impossível encontrar víveres, saqueava e vilipendiava as indefesas populações. De seguida, os exércitos avançaram para Abrantes onde Junot estabeleceu o seu quartel-general.
Era a 1ª Invasão Francesa!
(A gravura, retirada da net, representa o General Junot)
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