No dia 21 de Julho de 2006 a Junta de Freguesia de Salvaterra do Extremo, produzia o seguinte documento:
EDITAL
Brasão e bandeira
António Tomás Lopes, presidente da Junta de freguesia de Salvaterra do Extremo, do concelho de Idanha-a-Nova, torna pública a ordenação heráldica do brasão e bandeira da vila de Salvaterra do Extremo, tendo em conta o parecer da Comissão Heráldica de Arqueólogos Portugueses de 6 de Abril de 2006 e que foi aprovado, sob proposta da Junta de Freguesia, em sessão extraordinária da Assembleia de Freguesia, efectuada em 14 de Julho de 2006:
Brasão - escudo de ouro, com perfil de castelo de negro, acantonado em chefe da Cruz da Ordem do Templo e Cruz da Ordem de Cristo; em campanha, burela ondada de azul. Coroa murada de prata de quatro torres. Listel branco, com legenda a negro: “VILA DE SALVATERRA DO EXTREMO”;
Bandeira - esquartelada de vermelho e amarelo. Cordão e borlas de ouro e vermelho. Haste e lança de ouro.
21 de Julho de 2006. – O Presidente da Junta, António Tomás Lopes.
E é este o brasão que se encontra logo à entrada da terra, na “volta da estrada”!
Pois bem! Mas, chegados um pouco mais acima, junto ao Cruzeiro, deparamos com outro brasão!
Que estranho! Dirá qualquer visitante e talvez os próprios habitantes da terra. Então, Salvaterra não tinha nenhum brasão e, agora, já tem dois?
Até, há quem diga que este é que é o verdadeiro! Será?
O certo é que, para este, existe um parecer da mesma Comissão Heráldica, datado de 16 de Agosto de 2001, que diz o seguinte:
PARECER
Brasão - escudo de prata, pano de muralha de negro, lavrado de prata e firmado nos flancos acompanhado em chefe de uma oliveira arrancada de verde e frutada de negro e, em campanha, de uma lanterna de mineiro de vermelho, acesa e realçada de ouro. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com legenda a negro: “SALVATERRA DO EXTREMO”;
Bandeira - esquartelada de verde e branco. Cordão e borlas de prata e verde. Haste e lança de ouro.
Selo: Nos termos da Lei, com a legenda: “Junta de Freguesia de Salvaterra do Extremo – Idanha-a-Nova”
Parecer emitido nos termos da Lei 53/91, de 7 de Agosto.
O Secretário da Comissão de Heráldica
José Bènard Guedes
A justificação para os símbolos é a seguinte:
Oliveira:
representa as principais actividades económicas da freguesia: a agricultura e a olivicultura.
Pano de muralha:
representa o castro lusitano que foi aproveitado pelos romanos e à volta do qual se gerou o desenvolvimento e crescimento da população.
Lanterna de mineiro:
representa aquela que outrora foi a principal actividade económica de Salvaterra do Extremo: a actividade mineira
Sem pôr em causa a bondade de um ou outro brasão, quem souber porque estranha razão se mantém este brasão, poderá avançar com alguma explicação para mais este mistério de Salvaterra! Eu, pessoalmente, agradeço!
João
ResponderEliminarÉ curioso o que acontece em Salvaterra do Extremo e não me refiro aos dois brasões mas à data deles, pois são muito recentes.
Eu tenho andado às voltas para ver se descubro a origem da minha aldeia e, num livro muito antigo a que tive acesso na net, aparecem referências a uma aldeia já com uma certa importância, denominada Salvaterra que deve ser a sua. Sendo o caso e a meu ver, penso que já deveria ter um brasão há muito mais tempo.
Estranho...
Não sei se conhece o livro, mas deixo-lhe o link:
http://www.archive.org/stream/mappadeportugala01castuoft#page/n5/mode/2up
Beijinhos
Lourdes
Lourdes, cara amiga!
ResponderEliminarBem haja pelo seu interesse. Realmente é estranho pois Salvaterra é vila desde 1229. A sua importância advinha da sua situação geográfica, primeira defesa dos ataques inimigos ao jovem reino. Ao tempo deste livro já ela se chamava Salvaterra da Beira e tinha desempenhado relevante papel na Restauração da Independência. Depois, guerras acabadas, castelo-fortaleza em ruínas e desocupado, deixou de ser sede de concelho e iniciou um definhamento que hoje se pretende contrariar mas que é quase uma luta inglória.
Porém, as pessoas vão tentando resistir...
Abraço,
João Celorico
OS BRASÕES SÃO DIFERENCIADOS.
ResponderEliminarO PRIMEIRO TEM A VER COM O BRASÃO DE ARMAS DA VILA E FORTALEZA MILITAR DE SALVATERRA DO EXTREMO.
O SEGUNDO REPRESENTA A HERALDICA POLITICA ADMINISTRATIVA DA FREGUESIA DE SALVATERRA DO EXTREMO.
JOSÉ MANUEL LITO
Caro, conterrâneo "Reis",
ResponderEliminarcomo refiro no "post", agradeço a explicação mas continuo a não perceber a razão de 2 brasões. Será que todas as terras terão direito a 2 brasões?
Não me parece! Daí a minha dúvida. Para mim qualquer um poderá representar a terra, desde que devidamente aprovado. Não tenho nada em contrário. Ora, como só tenho conhecimento da aprovação do primeiro...
No entanto, bem vindo a esta "casa" e bem haja pelo seu esclarecimento.
João Celorico
Caro, conterrâneo "Reis"
ResponderEliminartentei o esclarecimento junto da Comissão de Heráldica e, efectivamente, embora não seja muito vulgar, é possível uma vila ter 2 brasões.
O facto é que o primeiro terá um valor diria que simbólico, pois só tem direito a brasão e bandeira, e será usdo em dias de festa ou à entrada das terras, como esse está.
Quanto ao segundo, além do brasão e bandeira tem também o sêlo, que permite autenticar os documentos oficiais da autarquia.
Embora, quanto a mim, um pouco estranho, parece estar desfeito o "mistério"!
Melhores cumprimentos e bem haja
João Celorico