terça-feira, 16 de novembro de 2010

Salvaterra ... terra de 2 brasões !

No dia 21 de Julho de 2006 a Junta de Freguesia de Salvaterra do Extremo, produzia o seguinte documento:

EDITAL

Brasão e bandeira

António Tomás Lopes, presidente da Junta de freguesia de Salvaterra do Extremo, do concelho de Idanha-a-Nova, torna pública a ordenação heráldica do brasão e bandeira da vila de Salvaterra do Extremo, tendo em conta o parecer da Comissão Heráldica de Arqueólogos Portugueses de 6 de Abril de 2006 e que foi aprovado, sob proposta da Junta de Freguesia, em sessão extraordinária da Assembleia de Freguesia, efectuada em 14 de Julho de 2006:

Brasão - escudo de ouro, com perfil de castelo de negro, acantonado em chefe da Cruz da Ordem do Templo e Cruz da Ordem de Cristo; em campanha, burela ondada de azul. Coroa murada de prata de quatro torres. Listel branco, com legenda a negro: “VILA DE SALVATERRA DO EXTREMO”;
Bandeira - esquartelada de vermelho e amarelo. Cordão e borlas de ouro e vermelho. Haste e lança de ouro.

21 de Julho de 2006. – O Presidente da Junta, António Tomás Lopes.

E é este o brasão que se encontra logo à entrada da terra, na “volta da estrada”!

Pois bem! Mas, chegados um pouco mais acima, junto ao Cruzeiro, deparamos com outro brasão!

Que estranho! Dirá qualquer visitante e talvez os próprios habitantes da terra. Então, Salvaterra não tinha nenhum brasão e, agora, já tem dois?
Até, há quem diga que este é que é o verdadeiro! Será?
O certo é que, para este, existe um parecer da mesma Comissão Heráldica, datado de 16 de Agosto de 2001, que diz o seguinte:

PARECER

Brasão - escudo de prata, pano de muralha de negro, lavrado de prata e firmado nos flancos acompanhado em chefe de uma oliveira arrancada de verde e frutada de negro e, em campanha, de uma lanterna de mineiro de vermelho, acesa e realçada de ouro. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com legenda a negro: “SALVATERRA DO EXTREMO”;
Bandeira - esquartelada de verde e branco. Cordão e borlas de prata e verde. Haste e lança de ouro.

Selo: Nos termos da Lei, com a legenda: “Junta de Freguesia de Salvaterra do Extremo – Idanha-a-Nova”

Parecer emitido nos termos da Lei 53/91, de 7 de Agosto.

O Secretário da Comissão de Heráldica

José Bènard Guedes



A justificação para os símbolos é a seguinte:
Oliveira:
representa as principais actividades económicas da freguesia: a agricultura e a olivicultura.
Pano de muralha:
representa o castro lusitano que foi aproveitado pelos romanos e à volta do qual se gerou o desenvolvimento e crescimento da população.
Lanterna de mineiro:
representa aquela que outrora foi a principal actividade económica de Salvaterra do Extremo: a actividade mineira


Sem pôr em causa a bondade de um ou outro brasão, quem souber porque estranha razão se mantém este brasão, poderá avançar com alguma explicação para mais este mistério de Salvaterra! Eu, pessoalmente, agradeço!

5 comentários:

  1. João
    É curioso o que acontece em Salvaterra do Extremo e não me refiro aos dois brasões mas à data deles, pois são muito recentes.
    Eu tenho andado às voltas para ver se descubro a origem da minha aldeia e, num livro muito antigo a que tive acesso na net, aparecem referências a uma aldeia já com uma certa importância, denominada Salvaterra que deve ser a sua. Sendo o caso e a meu ver, penso que já deveria ter um brasão há muito mais tempo.
    Estranho...
    Não sei se conhece o livro, mas deixo-lhe o link:
    http://www.archive.org/stream/mappadeportugala01castuoft#page/n5/mode/2up
    Beijinhos
    Lourdes

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  2. Lourdes, cara amiga!

    Bem haja pelo seu interesse. Realmente é estranho pois Salvaterra é vila desde 1229. A sua importância advinha da sua situação geográfica, primeira defesa dos ataques inimigos ao jovem reino. Ao tempo deste livro já ela se chamava Salvaterra da Beira e tinha desempenhado relevante papel na Restauração da Independência. Depois, guerras acabadas, castelo-fortaleza em ruínas e desocupado, deixou de ser sede de concelho e iniciou um definhamento que hoje se pretende contrariar mas que é quase uma luta inglória.
    Porém, as pessoas vão tentando resistir...

    Abraço,
    João Celorico

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  3. OS BRASÕES SÃO DIFERENCIADOS.
    O PRIMEIRO TEM A VER COM O BRASÃO DE ARMAS DA VILA E FORTALEZA MILITAR DE SALVATERRA DO EXTREMO.
    O SEGUNDO REPRESENTA A HERALDICA POLITICA ADMINISTRATIVA DA FREGUESIA DE SALVATERRA DO EXTREMO.
    JOSÉ MANUEL LITO

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  4. Caro, conterrâneo "Reis",
    como refiro no "post", agradeço a explicação mas continuo a não perceber a razão de 2 brasões. Será que todas as terras terão direito a 2 brasões?
    Não me parece! Daí a minha dúvida. Para mim qualquer um poderá representar a terra, desde que devidamente aprovado. Não tenho nada em contrário. Ora, como só tenho conhecimento da aprovação do primeiro...

    No entanto, bem vindo a esta "casa" e bem haja pelo seu esclarecimento.

    João Celorico

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  5. Caro, conterrâneo "Reis"
    tentei o esclarecimento junto da Comissão de Heráldica e, efectivamente, embora não seja muito vulgar, é possível uma vila ter 2 brasões.
    O facto é que o primeiro terá um valor diria que simbólico, pois só tem direito a brasão e bandeira, e será usdo em dias de festa ou à entrada das terras, como esse está.
    Quanto ao segundo, além do brasão e bandeira tem também o sêlo, que permite autenticar os documentos oficiais da autarquia.

    Embora, quanto a mim, um pouco estranho, parece estar desfeito o "mistério"!

    Melhores cumprimentos e bem haja

    João Celorico

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