Frei Lopo Pereira de Lima, Balio de Leça
Com o apoio do
companheiro,
o seu chefe e seu
irmão Diogo,
Frei Lopo, de Malta
cavaleiro,
entrou na Galiza e
foi dar fogo.
E foi sempre, com
seu irmão,
que foi andando
nesta guerra.
E glória, de
Portugal e D. João,
foi que tomaram Salvaterra!
Tomada esta praça,
então
uma empresa de
tanto valor,
se apressou muito
D. João,
nomeando-o,
Governador!
A guerra ficava
mais mansa
naquela fronteira
do Minho.
Tanta guerra,
também cansa!
Frei Lopo temia
ficar sozinho!
Por tudo aquilo que
eu sei,
seu irmão ia
fazer-lhe falta,
pois por carta
escrita ao Rei,
dizia-lhe querer ir
a Malta.
Para não ficar sem
o mano,
Frei Lopo Pereira,
submisso
escreve então ao
soberano
e oferece-lhe o seu
serviço!
Oferecimento tão
estranho
este de Frei Lopo
Pereira
que com denodo
tamanho
defendera a sua
fronteira!
O rei em carta mui
honrosa,
dado que estava em
guerra
gostou muito de tal
prosa,
e “deu-lhe” ele
Salvaterra!
Do Extremo, diz
alguém.
Só acredita quem
queira.
Salvaterra, eu acho
bem,
mas não é aquela da
Beira!
Haja, informação
mais precisa!
Eu digo que isso
não o temo,
Salvaterra será
pois, da Galiza ,
para mim, não é a
do Extremo!
Mas não foi muita a
satisfação,
Frei Lopo tinha
outro objectivo.
Governador da
Guerra do Sertão
talvez fosse um bom
motivo!
Isso era o que D.
João pensava.
Frei Lopo Pereira
pensava maior!
Assim, ele ao seu
rei se negava,
que o seu destino,
era ser Prior!
Sentindo já do
irmão a sua falta
e como um frade
também mente,
pede ao rei que o
deixe ir a Malta
pois tem o seu
irmão ... “tão doente”!
Tardou o regresso a
Portugal,
mas foi com grande
esplendor.
O irmão, esse,
estava tão mal
que Lopo veio de lá
feito Prior!
Era o que ele
pensava e dizia
a todos os que o
queriam ouvir.
Porém se o rei não
lho permitia
nenhum outro lho ia permitir.
Assim, Lopo Pereira
de Lima,
teve de usar, mas
com recato,
o título que lhe
estava acima.
Tal era o de ser,
Prior do Crato!
E se coisa assim
nunca se viu,
para que ninguém o
esqueça,
ficou e para
sempre, só Balio
das terras, no mosteiro de Leça!
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