No meu “post” anterior, refiro que no Estoril, em Outubro de 1939, exactamente na passagem dos seus 26 anos, e enquanto aguardava a partida do navio “Angola”, que o levaria e a sua esposa de regresso ao Brasil, Vinicius escreveu aquele que talvez seja o mais famoso poema da sua obra: “Soneto da Fidelidade”.
Na suposição de que algum dos meus leitores esteja interessado em conhecer esse tal “Soneto da Fidelidade”, aqui o coloco juntamente com algumas palavras sobre o seu autor.
Marcus Vinicius da Cruz de Mello Moraes, nascido no Rio de Janeiro, em 19 de Outubro de 1913 e falecido, também no Rio de Janeiro, no dia 09 de Julho de 1980 foi diplomata, jornalista, dramaturgo, poeta e compositor.
SONETO DA FIDELIDADE
De tudo, meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tantoQue mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei-de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem viveQuem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor ( que tive ):
Que não seja imortal, posto que é chamaMas que seja infinito enquanto dure.
Um belo poema de Vinicius....
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