Este blogue foi criado após insistência de muitas pessoas, amigas (assim as considero). Porém não vou utilizá-lo só para a promoção da minha terra, Salvaterra do Extremo, vila de 780 anos, situada (para que conste) no concelho de Idanha-a-Nova, distrito de Castelo Branco, na província da Beira Baixa. Vou igualmente tentar diversificar os assuntos e trazer aqui alguns que são do meu interesse e espero que sejam do interesse de mais alguém. Mais um leitor que seja, já valeu a pena!
sexta-feira, 11 de junho de 2010
11 de Junho de ... 1665 e 1801. Assalto a Zarza la Mayor e Alvará de Procuração ao Vigário de Salvaterra
O forte de Zarza la Mayor e o esboço do assalto levado a cabo pelas tropas portuguesas
O Marquês de Caracena
As contendas, fruto da restauração da Independência de Portugal, continuaram ainda durante bastante tempo e foi assim que no dia 11 de Junho de 1665, ao mesmo tempo que os espanhóis, sob o comando de Luís de Benavides Carillo de Toledo , 3º Marquês de Caracena, mandado vir da Flandres por Filipe IV, entravam em Portugal pela fronteira do Alentejo pondo cerco a Vila Viçosa (culminando com a importante batalha de Montes Claros, em 17 de Junho de 1665), os portugueses atacavam Zarza la Mayor, vila extremenha espanhola situada na raia e paredes meias com Salvaterra do Extremo. Essa operação, mereceu algumas linhas no "Mercurio Portuguez" de Junho de 1665, publicação redigida por António de Sousa de Macedo:
Dr. António de Sousa Macedo
(…) O governador das armas do partido de Castelo Branco na Província da Beira, Afonso Furtado [de Mendonça], entrou em Castela pela Estremadura (que é a mesma província do governo [do Marquês] de Caracena), com parte de cinco mil infantes, e de quinhentos vizinhos, que, demais de sua muralha, tinha três fortes, e outras fortificações modernas, governada por Martim Sanches Pardo general da artilharia ad honorem, com guarnição de cem cavalos, e duzentos infantes, além dos moradores ordinários. Custou-nos a vida de vinte e dois soldados, e de um mestre de campo auxiliar; e arrazámos esta praça de modo que não ficasse habitável, nem pedra sobre pedra dela, em castigo da insolência de seus habitadores [sic], cujo ofício, ainda dos que não professavam ser soldados, era não só roubar os campos, mas também ter por gosto matar os nossos a sangue frio.
Este ataque teria o seu culminar, após 5 dias de luta.
(Afonso Furtado de Mendonça, em 1661, tinha sido agraciado por D. Afonso VI com o título de 1º Visconde de Barbacena).
O Marquês de Alorna com sua esposa e filhos
Também no dia 11 de Junho, mas de 1801, na Lousa, D. Pedro de Almeida Portugal, 3º Marquês de Alorna, 6º Conde de Assumar, Vereador da Casa Real, Comendador da Ordem de Cristo, Marechal de Campo dos Exércitos do Príncipe Nosso Senhor, Chefe da Legião de Tropas Ligeiras, com o Quartel General do Exército da Beira, passa um Alvará de Procuração, dando plenos poderes ao Reverendo José dos Santos Salgueiro, Vigário de Salvaterra do Extremo para que por ele e em seu nome, pudesse passar recibos, por ele assinados, de qualquer quantia que recebesse das Fábricas Maiores das Igrejas da Ordem, declarando que se tomava por empréstimo para pagamento das tropas, e que devia ser pago dentro de um, dois meses, e para isso lhe dava todos os poderes que lhe eram concedidos.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Olá João! ´
ResponderEliminarTivémos muita pena não teres vindo marcar a tua presença neste grande acontecimento. Não sei se sentistes as orelhas quentes...pois falámos muito bem de ti neste encontro.
Quanto ao pedido que me fazes, irei encaminhar o recado directamente às pessoas responsáveis pelo turismo.
Abraço, Susana
Olá, Susana!
ResponderEliminarAntes de mais, quero enviar os meus parabéns pelo evento e desejo o melhor sucesso para o "Guia"!
Tinha, realmente, as orelhas quentes, mas já vou estando habituado! Claro que gostaria de ter estado aí mas seria um pouco "desconfortável" pois todos esqueceriam o lançamento do livro e as atenções viravam-se cá pr'ó rapaz. Lol.
Sinto-me bastante lisonjeado com a referência, especial, feita à minha pessoa. Sou, efectivamente, o que se pode chamar não só "turista acidental" como, também agora, "bloguista acidental". A "culpada", primeira, foi a Cristina, mas devo à "Aldeia" tudo o que tenho feito e o que me têm proporcionado. Todo o trabalho que tenho tido destina-se a não desmerecer toda essa amizade e carinho.
Bem hajam,
João Celorico