quarta-feira, 16 de junho de 2010

Blogagem de Junho do Blog " Aldeia da minha vida"



SALVATERRA DO EXTREMO

Plantada em alto monte/ donde a vista é tamanha/ olhando bem, defronte/ se veem terras de Espanha.

Orgulhosa do seu passado/ heróica diligente e altaneira/ sua função, cá deste lado/ manter, de Portugal, a fronteira.

E o Erges que, antigamente/ fazia aos dois povos negaça/ é quem, no presente/ os une e os abraça.

Quem chega tem, à entrada/ como surpresa primeira/ a nossa “volta da estrada”/ a subir, numa ladeira.

E, caminhando pela estrada/ tem, do lado direito, o Cruzeiro/ desta terra abençoada/ abençoando o forasteiro.

Por fim, quem diria/ qual pintura num quadro/ a Igreja de Santa Maria/ altiva enchendo o Adro.

D. Sancho, o segundo/ lhe deu foral, o primeiro/ e Salvaterra entrou no Mundo/ para um lugar cimeiro.

O rei aos Templários a cedeu/ para que dela cuidassem/ cobrassem algum de seu/ e também a povoassem.

Mas a Ordem do Templo/ não soube, não pôde ou não quis/ e, para servir de exemplo/ lha retirou D. Dinis.

Tem uma Igreja Matriz/ tão vetusta e altaneira/ que, Deus assim o quis/ fosse a Imaculada a padroeira.

Tem, Santa Luzia e Santo António/ mais a Igreja da Misericórdia/ para afastar o Demónio/ e o povo ter concórdia.

Mais abaixo, na Deveza/ a Senhora da Consolação/ onde o povo canta e reza/ espalhando sua devoção.

Devoção antiga é essa/ que acorre o povo todo!/ Assim se cumpre a promessa/ e se serve um lauto Bodo!

São sempre mais de mil/ que da Santa honram o nome/ e onde até, na Guerra Civil/ muito espanhol matou a fome.

O Pelourinho na Praça/ símbolo perfeito e fiel/ representa, para quem passa/ o foral de D. Manuel.

Tem o Calvário e o Cruzeiro/ pedra dura, trabalhada/ junto ao cemitério, o primeiro/ e o outro, logo à entrada.

É assim a minha aldeia/ apesar de vila ser/ em cada pedra uma ideia/ que a não deixa morrer.

Para esta resenha ter fim/ desde o Algarve a Caminha/ tenho que, cá para mim/ a melhor terra é a minha!

Haverá terra maior/ ou alguma mais na berra/ mas para mim, sem favor/ a melhor é Salvaterra!


Esta é a minha participação na blogagem de Junho do blog "Aldeia da minha vida" que decorre de 10 a 28 de Junho.
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2 comentários:

  1. Este poema já conhecia, mas é sem dúvida dos seus melhores sobre Salvaterra. Está cá tudo dito. Nota-se que pôs a alma e o coração neste poema…
    Está lindo, como linda é Salvaterra…

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  2. Olá, Cristina!

    Concordo que este deve ser um bom poema. Dir-lhe-ei que apenas será suplantado, em alma e coração, pelo que dediquei a minha mãe, como é natural!

    Abraço,
    João Celorico

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