Parece-me ter algum interesse, deixar aqui algo mais sobre a origem da Fonte Santa e do que são hoje, as Termas de Monfortinho.
É sabido que já os romanos, para quem as termas eram coisa banal, tinham criado aqui junto ao Erges, mas um pouco mais acima, alguns banhos termais enquanto se dedicavam à exploração mineira, do ouro. Com a saída dos romanos, toda a actividade termal parece ter terminado. Até ao dia em que algo aconteceu. A voz do povo criou várias lendas, onde entram pastores e os cães, ou o rebanho. Porém a versão que parece mais real é aquela em que entra um real personagem, o Infante D. Francisco!
Ora, este Infante D. Francisco, que viveu entre 1691 e 1742, 3º filho de D. Pedro II e irmão daquele que seria o rei, D. João V, é uma figura quase desconhecida e no pouco que se conhece, algo controversa. Seguindo o, mau, exemplo do pai, parece ter tido pretensões de também ele, enganar o irmão buscando os favores da Rainha, D. Mariana de Áustria que, segundo consta, passava verdadeiro martírio com esse assédio quando o Rei tinha que se ausentar, coisa que a Rainha tentava evitar a todo o custo. Não tendo sucesso nessa sua pretensão, tinha como maior empresa as caçadas nas suas coutadas de Salvaterra de Magos. Foi Duque de Beja, Condestável de Portugal, Senhor da Casa do Infantado e também Grão-Prior do Crato, que parecia ser um cargo que os reis (pelo menos, desde D. João IV) pretendiam para o seu 2º filho (D. Francisco era o 3º,mas o 1º, D. João, tinha morrido quase à nascença). Avesso aos meandros da corte, as caçadas eram, assim, a sua ocupação principal. Terá sido então, numa dessas caçadas, na zona de Monfortinho, que alguns dos cães da sua matilha, acometidos duma tal doença de pele (“rabugem”), beberam e se lavaram na água que corria duma fonte e se curaram. Tal bastou para que o Infante doasse à Câmara de Salvaterra do Extremo uma verba para que se construísse um balneário que consistia num tanque coberto por casa abobada. Por uma vez, pelo menos, o Infante fez algo de que se poderia orgulhar! Essa construção, porém só veio a acontecer, cerca de 1755. Entrou em ruína e em 1850 foi reconstruída. Em 1859, após um estudo muito divulgado em Espanha, da autoria do Dr. Pedrosa Barreto, médico de Salvaterra do Extremo, os espanhóis começaram a afluir aos banhos e no princípio do século XX, começou a “odisseia” do Dr. Gardete Martins para a criação das Termas de Monfortinho, que nos chegaram até aos dias de hoje, para bem da saúde da população, depois de um longo processo de modernização. Pena que tais tratamentos, que já não se compadecem com choças, não sejam muito acessíveis às pessoas de parcos recursos.
Está certo João , ao estabelecer esta ligação do infante D. Francisco com as termas de Monfortinho. Aliás ele tinha um outro `título que refere , o de Senhor da Casa do Infantado , que aparece nos documentos ,atribuido ,muitas vezes ,a quem também possuia terras da velha Egitânia ... Quanto aos espanhóis continuam a usufruir das benesses das nossas águas ... De facto, o acesso a elas deveria ser menos oneroso , pois muitos dos portugueses não chega lá ,infelizmente .
ResponderEliminarAguardo o artigo do Diário de Notícias .
"Muntas Vesitas "