Aproveito para informar, a quem ainda o não saiba, que qualquer lisboeta, antes de, no Porto, se meter terra dentro, deve fazer como a mulher séria, não ter ouvidos. O que em Lisboa é considerado “palavrão” e ofensivo, no norte e no Porto, em particular, o vernáculo é palavreado normal, até em família. Isto porque no Porto, o palavrão, dum modo geral, não é acintoso, ao contrário do que acontece no sul.
Posto isto e conforme prometi, hoje saímos do navio, atravessámos a ponte móvel e fomos em direcção à rua Brito Capelo, onde apanhámos o carro eléctrico que nos levou, pela longa avenida, até à Foz. Mais à frente, acompanhando o rio, o eléctrico levou-nos até à nova ponte, da Arrábida, obra maior da nossa engenharia, saída do traço do eng. Edgar Cardoso.
A Ponte da Arrábida, ainda a cheirar a nova. (retirado de http://aesperadegodot.blog.sapo.pt) |
Descemos do eléctrico e subimos ao tabuleiro da ponte, donde admirámos a vista panorâmica que se nos oferecia, levando-nos até aos longes do oceano, por um lado e às escarpas do Porto e de Gaia (ainda Vila Nova) por outro. E como a ponte é uma passagem... lá fomos a pé, para a outra margem.
Ponte D. Maria I (e, lá vai o comboio!) |
Uma vez na outra margem, subimos a Coimbrões que alguém nos disse ser “pertelinho” e onde poderíamos apanhar o “trolley” para regressar à outra margem. Pura ilusão, o “trolley” nunca mais apareceu, e isso levou-nos a apanhar um táxi. Tudo parecia normalizar mas, decididamente, não era o nosso dia. O táxi foi descendo, até ao Candal, onde o impossível aconteceu. Trânsito parado, uma camioneta à nossa frente fez marcha atrás e num ligeiríssimo toque “ofendeu” o “digníssimo” emblema da Mercedes. Foi quanto bastou para o motorista sair do carro, fazer uma observação microscópica ao emblema e mandar o seu tão minucioso relatório para a sua secção de neurónios que talvez estivessem de folga e o homem não atava, nem desatava. Tudo na maior das calmas!
O "rabelo", carregado com o "sangue" das encostas do Douro ... e o Porto ali tão perto! |
E nós lá estavamos, no Candal, e ... o Porto ali tão perto. Perante tal situação, propusemos terminar ali a viagem, pagámos e estava escrito que tinhamos de atravessar as pontes a pé. Lá fomos, então, até à ponte D. Luiz e continuámos o “passeio”.
A tão "desejada" Ponte de D. Luiz I |
Como o tempo urgia, e o trabalho esperava, fez-se o regresso ao navio e amanhã iremos ver mais qualquer coisa! Fica prometido!
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