Santa Cruz de Tenerife
Dia 18
Tenerife é uma das ilhas do arq. das Canárias, e cuja capital é Santa Cruz de Tenerife. Apenas a algumas horas de distância da ilha da Madeira, começamos a avistá-la muito tempo antes de a estarmos realmente a ver. Isto é devido à reflexão dos raios solares nas neves do maciço vulcânico de Teide, com uma altitude de 3718 m.
A aproximação à ilha não tem outra beleza que não seja a paisagem montanhosa inóspita e os hotéis e as suas piscinas à beira mar, uma vez que a orla marítima é quase só negra rocha vulcânica.
A escala neste porto deve-se a uma questão económica. O combustível é mais barato! Isso era o que o armador pensava e a realidade mostrou aquilo que há muito é sabido. O que é barato, sai caro!
Foi uma experiência para nunca mais. A viagem, para o pessoal de Máquinas, tornou-se um suplício. O combustível era muito rico, sim, mas em água. As centrifugadoras não tinham descanso e as impurezas eram em grande quantidade. As 4 horas de cada quarto, mal davam para centrifugar o combustível que se iria consumir de seguida. Decisão imediata foi acabar com esta “vigarice” e passar a comprar o combustível em Durban. Possivelmente mais caro mas, acabou-se o problema!
E o que se passou em relação ao combustível, quase podemos dizer relativamente a tudo o que se adquirisse nas Canárias. É um facto que se podem comprar, a baixo preço, as máquinas fotográficas mais sofisticadas (Yashica, Nikon, Canon e a sua famosa Canonete), rádios transistorisados, gravadores de som, relógios e as famosas bonecas de louça. Porém, cuidado porque as lentes das máquinas fotográficas podem ser apenas um simples plástico, os gravadores de som podem gravar e só reproduzir sons ininteligíveis, nos relógios o cabelo pode ser tão fraquinho que se lhe dermos corda uma só vez ele se pode partir e muitas destas aquisições já não funcionavam após a saída do porto. Quanto ao preço, depois de feitas as contas, conversões de moeda e afins, havia muitos que quando mais calmamente as refaziam, verificavam ter levado mais um “barrete”. Mas isso de nada servia porque para a próxima lá estariam a tentar aquisições mais rentáveis que, valha a verdade, também as havia. Os comerciantes sabiam disso e fosse a que horas fosse que o navio chegasse lá iam a correr abrir as portas.
Por tudo isto, se forem a terra, cuidado e não digam que não avisei!
Feito este desvio, tomemos o rumo normal e sigamos, a São Tomé!
São “só”, mais 6 dias! As temperaturas do ar e da água, vão subir. A paisagem, o mar imenso, só aqui e ali poderá ter alguma alteração, os corpos vão deixar-se envolver por esse ambiente e pela sua “insularidade”, restringidos que estão ao espaço físico do navio. Para colmatar, um pouco, esse estado de coisas, vão-se organizar bailes, sessões de cinema, e alguns entretenimentos. A piscina também será cheia e posta à disposição dos passageiros.
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