terça-feira, 3 de abril de 2012

O "Angola", vai de viagem... virtual! ( 14 ) ... Cape Town - (Durban) - Lourenço Marques


Dias 01 e 02 de Abril :
Feito o normal desembaraço do navio, aproveitando, decerto, para meter produtos tais como fruta, peixe (a tal pescada do Cabo, sem cabeça) e, muito importante para a tripulação, as garrafinhas, principalmente de whisky.
Desta cidade, fundada em 1652 por Jan van Riebeeck e geograficamente posicionada a 33º 56´de latitude Sul e 18º 29´de longitude Este, saiu o “Angola” às 23h37min.

Cape Town. Vista aérea.
A cidade. A Mesa, a Cabeça do Leão e os Doze Apóstolos.
Saído do porto, o navio infletiu para sul, para contornar a chamada Cape Peninsula, e depois de passar por Sea Point e Camps Bay, ainda dentro da área metropolitana, seguiu junto à costa, até dobrar o Cape of Good Hope, o “famigerado” Cabo das Tormentas. Custa a crer que fosse “aquilo” o tal Adamastor mas, agora, é bom falar!
O "tenebroso" Cabo das Tormentas!
Cape Town.
Ao largo, um navio da Union-Castle

Aqui chegados, um pouco mais ao sul avistamos o Cabo das Agulhas, este sim o ponto mais a sul, do continente africano. Passado este cabo, o navio vira de novo para Norte. Saímos do Atlântico, entramos no Índico e, como prometi, vou levá-los até Durban.
Navegamos à vista da costa e vamos observando a verdura dos arredondados montes. A costa é recortada de montes e vales, aqui e ali ligados por pontes onde o caminho de ferro, junto à linha de costa, o que torna a paisagem agradável de ver. Chega a parecer uma paisagem campestre da Escócia, digo eu. Lá longe, adivinham-se Port Elisabeth e East London.

Dia 03 :
O mar mostra-se algo alteroso, fruto de fortes ventos e da corrente forte que se faz sentir, agora que entrámos no canal de Moçambique.
Esta corrente que quando navegamos para norte nos reduz a velocidade aí para os 14 nós e no percurso descendente faz o navio, corrente favorável e vento de popa, andar a mais de 18 nós!
Agora, aí estamos nós, a andar “para trás”, mas havemos de lá chegar!
O "Princípe Perfeito" entrando em Durban


Durban. Orla costeira e entrada do porto.











Manhã cedo, avistamos a entrada do porto de Durban. Depois de meter piloto a entrada faz-se por um canal para uma enorme baía interior.
Durban. Cais e porto interior.
O cais é servido por uma moderníssima gare marítima. Armazéns no piso do cais e tudo o resto, alfândega, escritórios, cafés, parque automóvel e piso de embarque, ficam num nível superior servido por um acesso, estilo viaduto, e que, pelo menos para mim, é totalmente inovador.
Durban. Vista aérea.
A cidade, nada tem a ver com Cape Town. É muito mais moderna, repleta de grandes edifícios, desanuviada e com a praia ali mesmo à mão, qual Copacabana. O extenso areal é servido por uma marginal e as infraestruturas necessárias, tais como, restaurantes, piscinas, recintos de jogos, etc.
Durban. Piscinas, junto à praia.
Durban. A cidade, vista da praia.


O clima também ajuda pois aqui já se nota algum calor e os visitantes, não lhes chamo turistas porque em África é como no Alentejo e é tudo já ali, vêm até de Joanesburgo. Dir-se-ia que esta é a praia de Joanesburgo tal o número de pessoas que dali se desloca apenas para ir tomar banho de mar.
Durban. Piscinas, junto à praia.







Para fazer compras, não há que enganar. Também aqui há o “OK Bazaars” mas, embora haja simpatia, nada é como no Cabo. Para umas compras mais delicadas, ainda há o “Garlicks”.
Durban. Praia e cidade.







Ninguém se admire ao ouvir uma espécie de relincho e lhe aparecer um personagem de chifres na cabeça, a correr pela avenida, aos pulos, puxando um veículo que poderá transportar alguém. É turístico. É um riquexó, versão “zulu”!
Durban. Típicos "Riquexós"
Portuguesmente, aqui, temos que redobrar de cuidados. Se em porto não devemos fazer esgoto das cavernas do navio, o que cumprimos quando em porto estrangeiro, aqui dentro da baía, temos que redobrar de cuidados. Dá direito a multa e prisão. Em Lisboa, ninguém liga. É observar o rio Tejo e ver a porcaria que vem por ele abaixo. E, não é só lixo das margens. Se aquele terminal da Soponata falasse, diria que não é só ele e, por aqui me fico...

Aproveito para mostrar alguns exemplares étnicos:
"Responsável da produção" do bananal.
Também em "protesto"...
Comissão de boas-vindas. Em "protesto" contra a crise.
Anda tudo de tanga...


















Esta descrição tem um maior envolvimento fotográfico porque no regresso já cá não viremos. Assim deliciem-se na reportagem e retomemos a rota.
Sigamos a Lourenço Marques, onde chegaremos amanhã, dia 4 de Abril!


2 comentários:

  1. João
    Com esta bela descrição quase me sinto dentro dum navio olhando para todos estes locais.
    A continuação duma boa viagem...
    Beijinhos
    Lourdes

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  2. Olá, Lourdes!
    Quanto à minha descrição, eu vou fazendo o possível para que os "passageiros" não se aborreçam e enjoem a viagem. Os ventos parece continuarem de feição e propícios a uma boa viagem. Oxalá não mudem, porque ainda falta muito mar...

    Beijinhos,
    João Celorico

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