Dia 27 :
Eram 05h10min quando o navio ficou defronte
da baía do Lobito. Foi quando, lá ao fundo, enquanto divisávamos a entrada da
baía, de súbito da água se levantou um cachão e um vulto saindo lá de dentro
caiu de seguida no meio de grande agitação das águas. Facto invulgar, mas que
nos levou a pensar ser o resultado da luta de um tubarão e uma jamanta (raia
gigante).
O navio foi manobrando e quando acostou eram
06h 45min.
Como só vamos sair depois das 20.00h, vou
oferecer aos meus adormecidos “passageiros”, além de mais um breve olhar pelo
Lobito, uma passeata até Benguela. Talvez valha a pena!
Lobito. Depois do porto, a Colina da Saudade |
Lobito. Estrada para a Catumbela. (retirado de www.angolabelezbelo.com) |
Pelo caminho, vemos, do lado direito, a linha do caminho de ferro, uma extensa
plantação de ananás (melhor dizendo, abacaxi) e bananal, e do lado esquerdo, as
instalações da “Cassequel”, o Bairro Popular bem no alto dum morro e, numa
extensão de vários quilómetros, a plantação de cana de açúcar. Uma plantação a
perder de vista e na qual se notam as várias fases, do crescimento até ao
corte.
Lobito. Estrada para a Catumbela. Em baixo, já se vê a plantação de cana e lá no alto, o Bairro Popular. (retirado de www.nossoskimbos.net) |
Depois passamos na Catumbela, junto à
estação do caminho de ferro frondosas mangueiras, atravessamos a ponte do rio
Catumbela e, por fim, chegamos a Benguela, onde podemos admirar a baía e extasiar
com a beleza da “acácia rubra”, em flor.
Benguela. É a acácia rubra e ... palavras, para quê? (retirado de www.sites.google.com) |
Visitamos o moderno Hotel Mombaka e o cinema
“Kalunga”, também ao ar livre, como o “Flamingo”. Visto tudo isto, são horas de
dar um último olhar pela baía, repleta de barcos de pesca que é farta por estas
bandas e de empreender o regresso ao Lobito, comprando algum artesanato, um
cachinho de bananas e algum ananás.
Uma vez no navio, os amantes da pesca ou de
somente “dar banho à minhoca”, podem tentar a sua sorte porque, basta uma linha
com anzol, algum peixito há-de picar. A menos que seja um “baiacu” (estranho
nome este, para o que é um peixe balão) que além de cortar a linha com os finos
dentes, incha quando sai da água e não serve para comer.
Quem não quiser experimentar, é só aguardar
a hora da saída.
O navio começa a manobrar às 20h 55min,
larga o cais, despede-se da Restinga e às 21h 55min está em mar largo, rumo a
Luanda, onde chegará amanhã, cerca das 12.00h.
E como não quero deixar estas terras sem apresentar um exemplar étnico, ele aqui está, devidamente ornamentado!
Lobito. A restinga e a baía. |
E como não quero deixar estas terras sem apresentar um exemplar étnico, ele aqui está, devidamente ornamentado!
Mulher "Kaconda" do grupo étnico "Umbundo" |
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