quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

O Tordo ... músico !



Tordo-músico ... sem viola!
(retirado de www.ibc.linxeds.com) 

O tordo-músico (Agelaioides badius) é uma espécie de ave da família Icteridae. São vistos na parte norte da Argentina, Bolívia, Uruguai, sul e centro do Paraguai. No Brasil (!) aparece uma população isolada no nordeste!!! Esta população às vezes é considerada cientificamente como Agelaioides fringilarius. Este músico também foi avistado no Chile.
Em Portugal onde passa o Inverno e onde também nidifica é designado por Turdus philomelos. Tem a característica de repetir a frase do canto, três a quatro vezes:

Ao escrever esta Debandada, espero não ser acusado de plágio pois qualquer semelhança com factos reais, juro que é mera cincidência!

Para alegrar, se quiserem pôr música nisto, vocês, que sabem mais disso que eu, já devem ter escolhido!


DEBANDADA ... up to date!


Não importa sol ou neblina
só queremos é dar tiros
caçamos em qualquer colina
os vampiros.
Ninguém nos leva ao engano
com espingarda sem cano
só damos por todo o ano
suspiros.

Entram os cavalos a trote
e matilhas pretas
entram caçadores de capote
e alguns patetas
entram batedores e rapazotes
e alguns maiorais
ceguetas.

Entram alguns bravos caçadores
que não caçam nada.
Soltam brados os batedores
mas não valem nada
e já ninguém nega
que a caçar
é cega.

Com chumbadas de esperança
e muito tempo de espera
vamos todos à matança
na Primavera.

Nós vamos atirar com certeza
sem sequer usar negaça
e fazer na Natureza
desgraça.

Entram armas velhas já revistas
entram munições
entram pistolas às listas
entram os canhões
entram bêbados e fadistas
entram fanfarrões
na pista.

Entram cavaleiros à socapa
da fiscalização
entra um corneteiro que se escapa
na confusão
entram as amazonas e um mapa
da localização
e então...

Entram caçadores de dotes
entram dotações
entram frangos e franganotes
e galarões
e entra muito euro reluzente
no euro milhões.

E diz o Presidente
que acabaram os faisões.



Queria eu entrar nesta caçada,
a minha espingarda encravou
e ficou tão  triste a passarada
que até o tordo ... debandou!

A notícia por montes e vales ecoou
tanto, que quase morri de comoção.
Diz, bem alto, que o tordo emigrou 
mas os quadros do Miró, já cá estão!!!


Esta Debandada acabou mas o Carnaval ... continua!

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Sonho de Carnaval ... em noite de temporal!


O Carnaval de Arlequim, de Miró
( retirado de www.loung.obvious.mag.org)

Eu costumo ler um jornal
ainda antes de adormecer,
mas é partida de Carnaval
isto que a seguir irão ler!

Numa destas noites vi
como deixei de ser eu
e, ensonado, não resisti
a um abraço de Morfeu!

Ai Carnaval, Carnaval!
Eu hoje fiquei tão feliz
só por que li no jornal
o que vai no meu país!

Na página um, logo a abrir,
que o nosso país vai vencer
e num gráfico, bem a subir,
vejo desemprego a descer!

Que a divida, essa, já sumiu
e é tanto, tanto, o empregado.
Tal coisa nunca ninguém viu!
O mundo pasmou, admirado!

E na página dois, logo a seguir,
diz que já se sabe em todo lado
que este pais nunca mais irá falir.
Agora, até pode ir ao mercado!

Então, dúvida maior se me pôs.
Que vamos comprar ao mercado?
Será que iremos comprar arroz?
Mas será a pronto, ou será fiado?

Nesta minha questão eu estou só.
Sinto-me mesmo como numa ilha,
envolto numa enorme tela de Miró
e por uns rabiscos da minha filha!

Noutra página o que vejo
é, vejam bem, de pasmar!
Ouro, rio abaixo, no Tejo
e o povo inteiro a pescar!

E, também neste meu jornal,
diz que foi criada uma norma
e a bendita Segurança Social
nos vai aumentar a reforma!

Sim! Estou muito contente!
Corre-me a vida muito bem
e vejo eu que a toda a gente
a vida assim corre também!

Lindo! A vida, assim, é bela!
E eu que tanto me esforcei!
Nisto, o vento abre a janela
e, com o barulho, acordei!

E agora eu nem quero ouvir
qual é o nome do salafrário
que, apanhando-me a dormir,
virou o gráfico ao contrário!!!


quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Lembranças de minha Avó !



Leonor Magro

20 de Fevereiro de ... 1886 !


Afagos, beijos de minha avó,
dos meus tempos de criança,
agora, quando julgo estar só,
revivem na minha lembrança! 


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Lembranças de meu Pai !



José Celorico

19 de Fevereiro de ... 1906 !


As Lembranças de meu pai,
resistindo ao esquecimento
enquanto o tempo se esvai, 
povoam-me o pensamento!



segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

PORTUGAL ... ao Panteão!!!


“Liberté, Egalité et Fraternité” foi o lema da Revolução Francesa, porém o que também se ouviu durante os dias turbulentos até à Tomada da Bastilha, foram os gritos de “Allez au Pantheon!!!”
Pois bem, em Portugal o “assalto” ao Panteão parece ir dar-se agora. Os lídimos representantes da Nação, não têm mais com que se preocupar, uma vez que a vida (lhes) corre bem e vai daí, trataram de transformar o Panteão Nacional num armazém de “celebridades”. E cada um tem as suas! Já lá diz a canção, mais ou menos isto, a propósito das cerimónias do 10 de Junho de triste memória: - Pátria pequena e com tantos feitos!
Mas deixemo-nos de considerações mais sérias e aproveitemos para, em tempo de Carnaval, deixar algumas achegas para a resolução de tão intrincado problema. Isto, para me antecipar a moções, referendos e outras “brincadeiras” para passar tempo e não resolver nada, tentando justificar o dinheirinho que nos levam.

Então, vamos a isto!

Panteão Nacional  -  Igreja de Sta. Engrácia
( retirado da wikipédia )

Garrett, “Viagens na minha terra”,
figura da lusitana teatralização.
Sem dar origem a muita guerra
lá foi trasladado pr’ó Panteão!

João, da “Cartilha Maternal”
e grande vulto da educação.
A este o povo não fará mal
se for louvá-lo no Panteão!

Arriaga, de Ponta Delgada,
e de republicana convicção.
Viu a república implantada,
com honras foi ao Panteão!

Teófilo, outro de açoriana gente,
republicana doutrina e geração.
Apesar de um fugaz presidente,
também honrado foi no Panteão!

Sidónio! O Rei, dos Pobres!
Alterava ele a Constituição,
apesar de sentimentos nobres.
Solenemente, está no Panteão!

Junqueiro, “Padre Eterno”,
e promotor da revolução.
Foi retirado do inferno
e levado para o Panteão!

Carmona, o “Marechal”,
cumpriu a sua missão.
Não sei se bem, se mal,
e foi posto no Panteão!

Aquilino,“Estrada de Santiago”,
símbolo do sentimento beirão.
Porque havia um lugar vago,
foi ele ocupá-lo, no Panteão!

Delgado, foi, sem segredo,
semente da nova revolução.
Dito, “General sem medo”,
foi colocado no Panteão!

Amália, diva do Fado,
feito nacional canção,
tem o corpo sepultado
no Nacional Panteão!

Passos Manuel, Marcos Portugal,
esperam uma melhor ocasião
pois este país não tem um real
para os levar lá pr’ó panteão!

Sophia, grande poetisa,
deixou poemas e ilusão!
Decerto que bem precisa
ser levada pr’ó Panteão!

José, um Nobel laureado,
a Espanha deu o coração!
Ficará um pouco de lado
mas, lá irá pr’ó Panteão!

Pessoa, até há quem ache,
autor de poema de maldição
que “abençoou” uma praxe.
Irá também pr’ó Panteão?

Eusébio, veio de Moçambique,
mas um português de adopção.
Talvez que Bem (lhe) Fique
ir da “Catedral” pr’ó Panteão!

Salazar, o “sábio do ocidente” (???)
levantou as finanças do chão.
Hoje, é tudo muito diferente.
Ouro? Talvez só no Panteão!

Thomaz, do Decreto 100,
da mercante navegação.
Onde estiver, estará bem!
Não há lugar no Panteão!

Marcelo, foi a Primavera
sem sequer dar floração!
E este povo ainda espera!
Já nem pensa no Panteão!

Maia, capitão de Abril,
tinha uma só ambição.
Apanhado por morte vil
tem direito ao Panteão!

Mário, que diziam ser fixe,
demos-lhe nós a Fundação.
Ele quer que a gente se lixe,
porque quer ir pr’ó Panteão!

Spínola, 28 de Setembro
e uma contra-revolução!
Um monóculo, eu lembro,
nunca entrou no Panteão!

Gomes, vulgo “O rolha”,
conseguiu pôr contenção,
não quis o povo à trolha
mas não rolha no Panteão!

Vasco, dito “O louco” ,
tinha ele grande ambição.
Fez muito ou fez pouco?
Não chega pr’ó Panteão!

Sá Carneiro, Camarate
da queda dum tal avião.
Ainda se discute o abate!
Poderá ir pr’ó Panteão?

Freitas, um vira-casaca,
senhor de douta opinião.
A qualquer porto atraca!
Merecerá ele o Panteão?

Cunhal, um herói do PC,
vulto maior da oposição.
Dito, por quem nele crê,
não quis ir pr’ó Panteão!

Aníbal, “algarvéu” duma cana,
o presidente “Senhor indecisão”.
Ele, o homem, nunca se engana!
Faz de Boliqueime um Panteão!

Pedro, “o roedor coelho”,
que vai roendo a Nação.
Aceite um bom conselho.
Deixe de roer o Panteão!

Paulo, amigo dos feirantes,
o da “irrevogável” decisão.
Deixe lá tudo como dantes
não vá revogar o Panteâo!

Em todo o assunto ele poisa.
O (in) Seguro, da oposição!
Se não diz coisa com coisa,
não pode entrar no Panteão!

Ronaldo, longe vá o agouro,
quando levar em cada mão
uma redonda bola de ouro,
pode repousar no  Panteão!

Como, em pátria de futebóis,
todos somos uns campeões,
vamos erguer, para os heróis,
mais ,,,dois ou três panteões!

Porém, quando eu morrer,
agora ainda estou na razão,
como um humano quero ser.
Não quero ir pr’ó  Panteâo!!!!

E com direitos tão iguais,
sem referendo, ou moção,
também os homossexuais
poderão ir pr’ó Panteão!

Pensam que mais não tinha,
de “heróis” para enumerar?
Aqui vos fica uma adivinha.
Vamos lá, todos, adivinhar!

De grego nome,“inginheiro”,
transmontano mas aldrabão,
falso filósofo, pantomineiro!
Só ao Domingo, no Panteão!

Tenham um muito bom "Carnaval"!

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Eu e ... os "Concursos" ou, as "Minhas habilidades" ! ( 3 )

Em 1996, tomei conhecimento dos Concursos de Quadras Populares para as Festas de Almada, no São João, ao qual, salvo raras excepções, tenho concorrido todos os anos e onde já obtive 2 “Menções Honrosas”. Nada mau!












Entretanto “descobri” esta coisa da Internet, blogues e blogagens e aqui me tenho espraiado, aprendido, divertido, versejado e feito amigos que se dispõem a ler o que escrevo e melhor que isso, bastas vezes me dizem gostar do que leêm. 












É ouro sobre azul e, se mais não fosse, isso me dá força para continuar. O que a seguir vier, bom será!

Resumindo, nunca fui visto nem sentido como um especial dotado, fosse para o que fosse. No que toca à parte oficinal, serralheiro, comecei por ser considerado quase uma nulidade. Dotes de desenhador, também sem muito jeito, até aos 10 anos nem sabia o que isso era, só comecei a ter algum gosto quando da frequência do ciclo preparatório e quanto a versejar, muito embora pelos meus 18 anos, porque estudava Literatura Portuguesa na Secção Preparatória aos Institutos, tenha tomado algum gosto por isso, e ao longo dos tempos tenha feito algumas experiências, só a partir de 2009 no blogue Aldeia da Minha Vida, eu comecei a levar a coisa mais a sério.
E cá estou a tentar manter a chama acesa que espero não se apague tão depressa! E quanto a "habilidades" é tudo, por agora! Será que mais alguma coisa virá? Só Deus sabe!

A todos e a cada um, o meu bem haja!

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Eu e... os Concursos, ou as "Minhas habilidades" ! ( 2 )

Passaram largos anos e terminada a minha vida académica, o acaso trouxe ao meu conhecimento o “mundo dos logotipos”. Estávamos no ano de 1972 e apareceu no Estaleiro o anúncio da abertura dum concurso, entre os funcionários da empresa, para a elaboração dum logotipo para a recém formada “Gaslimpo”, assinalando o seu 5º aniversário. Achei que podia entrar no “jogo” e meti mãos à obra. Saí-me bem. Primeiro prémio e uma Menção Honrosa!

Quase de seguida abriram um concurso para o logotipo da “Setenave” e, embalado com o sucesso, concorri. O sucesso foi total. 1º, 2º e 3º prémio! Foi o pódio completo!

Convenci-me que tinha algum jeito para estas coisas e concorri a mais alguns, uma vez que à época, 1973, havia bastantes empresas à procura de um logotipo que as identificasse. Foram os casos do “Amoníaco Português” e “Petrosul”.


Também nesse ano, no âmbito do III Congresso Nacional de Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais que se realizaria em Maio de 1974, o Gabinete de Higiene e Segurança no Trabalho abriu o I Concurso Nacional de Cartazes de Prevenção. Lá fui eu e um pouco inesperadamente, pelo menos para mim, atribuíram-me o 1º prémio. Recebi o prémio monetário e um troféu. O cartaz nunca foi impresso pois o 25 de Abril aconteceu e o cartaz ficou ... na gaveta! Penso que também o Congresso, por motivos óbvios, não se realizou.



Só mais tarde, em 1976, para a RDP e em 1986 para a “Pestox”, tentei a sorte. Destes apenas me ficou a experiência e a satisfação do dever cumprido.





No entanto, em 1980, dentro do grupo Lisnave foi aberto concurso para o logotipo do estaleiro da “Cabnave”que se estava a construir em S. Vicente, Cabo Verde. Fui contemplado com o 2º prémio e, como previsto, foi esse logotipo adaptado à empresa “Cabmar”.
  
A partir daqui, talvez já de créditos firmados, passei a ser convidado a elaborar os logotipos de várias empresas associadas, tais como: "ACIT"; "Evenco"; "Cisalis"; “Navelink/DeWall”; “Estalnave”  Estaleiros Navais do Lobito”; “Guinave” Estaleiros Navais da Guiné – Bissau; “Enave” Estaleiros Navais de Luanda; “Navalis” Projectos Industriais, Lda. ; “Lisnave Internacional”; “WISL/NAVE” Western India Shipyard, Mormugão.
















Em 1988/89, fazendo parte da Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Francisco de Arruda, coube-me, como não podia deixar de ser, elaborar um novo logotipo.


E outros logotipos houve que não estão aqui representados. Alguns por já não ter os originais, nem cópia, e outros porque por variadas razões ficaram na gaveta!
Mas foi assim que, nesta área de “habilidades”, terminou  a aventura. Outras áreas me esperavam!

(continua)