quarta-feira, 18 de julho de 2012

Um fim de semana ... em alta! Ou, os meus “minutos de fama”!

Não, não estou a falar do PSI20, do Nasdaq ou do Dow Jones e também não me saiu o Euromilhões.
Estou somente a relembrar o que foi para mim o passado fim de semana.
Foram, dois “momentos de fama”, para encher o ego!

Capa do livro "África eterna"
O primeiro, porque continuando aquelas “obras do acaso” que me vão acontecendo, fui contactado pela jornalista Rita Penedos Duarte, que em tempos tinha assinado um trabalho que colocou no DN Magazine, no qual eu era protagonista (e que em devido tempo dei notícia neste blog, ver aqui), convidando-me para o lançamento do livro “África Eterna”, onde esse e mais 49 trabalhos foram compilados. Este lançamento, realizou-se no dia 13, no Auditório do Diário de Notícias.





O "Convite"!
O segundo porque, mal refeito deste acontecimento, compareci no dia seguinte no Solar dos Zagalos, para onde tinha sido convidado pela Srª Presidente (ainda não é Presidenta) da Câmara Municipal de Almada e pela SCALA, para assistir à cerimónia de entrega dos prémios do “Concurso de Quadras Populares 2012” e para receber uma “Menção Honrosa”. Foi uma cerimónia simples, onde foram lidas as quadras vencedoras e distribuídos os respectivos prémios, lidos alguns poemas, e após alguns discursos de circunstância ouviram-se algumas músicas populares tradicionais, pelo conjunto “Contradições”. 


Solar dos Zagalos
(retirado de wikipédia)
Por fim houve um pequeno beberete, para quem quis e ainda deu para dar uma vista de olhos pelo Solar e admirar belos azulejos. Doutra vez visitarei o Solar, mas com mais tempo.
Finalmente, acabadas as emoções, “desci à terra” e fiz o regresso a Lisboa entrando no “inferno” da longa fila do “pára, arranca” a que já não estava habituado.
Para trás ficou a lembrança agradável do momento e o reencontro com a minha quase conterrânea Cristina, “culpada” da minha entrada nestas coisas de “blogues” e que me deu o prazer da sua comparência.
E, foi assim que, ao contrário de todo o ambiente que se vive neste país, terminou o meu fim de semana. Em alta!


Também, mal ficaria que não deixasse aqui a minha quadra que mereceu os favores do júri ao ser-lhe atribuída uma "Menção Honrosa!



Em Almada, no São João,

guiado pela mão de Deus,

perdeu-se o meu coração

no brilho dos olhos teus!


quinta-feira, 5 de julho de 2012

Eu ... e a Marinha de Guerra Portuguesa!


Vou voltar um pouco atrás nas minhas descrições e narrar um pouco como se processou a minha passagem pela Marinha de Guerra Portuguesa.
Volto a repetir a minha pouca apetência para andar embarcado, muito embora estivesse ligado à construção, e à reparação, naval.
Aconteceu que, ao ser confrontado com a certeza de que me estava reservado um lugar no exército português, e uma quase certa “excursão” às florestas de Angola, houve que analisar a situação e tentar minimizar os “estragos”. Foi, assim, que se configuraram duas soluções para o problema. Uma, dizia-me que podia tentar as Oficinas Gerais de Aeronáutica, em Alverca, o que me possibilitava fazer a recruta e trabalhar, pelo menos durante 2 anos nessas oficinas e depois tratar da minha vida. A outra, seria tentar a Escola Náutica, 2 anos de estudo, fazer a recruta e embarcar se me conviesse. E, foi aqui que o Mar ganhou ao Ar. Preferi ser “marujo” a ser “araújo”!
Porém, nem sempre o que parece é! Aconteceu a invasão de Goa e os alunos da Escola Náutica “eram convidados”, a Bem da Nação, a servirem na Marinha Mercante Nacional, durante cerca de 3 anos. A recruta seria em 2 fases, a primeira entre o 1º e o 2º ano do curso e a segunda, depois de findo o tempo de embarque.
Assim foi, andei embarcado no “Angola”, após o que me apresentei para cumprir aquilo a que me tinha proposto e estava obrigado como mancebo considerado apto para o serviço militar!.
E, aqui estou eu, na Escola de Alunos Marinheiros, em Vila Franca de Xira,
com "outros da minha malta", no fim do 1º ciclo!

No entanto não podia passar pela Marinha de Guerra, nesta altura tão importante da minha vida, sem  registar convenientemente tal facto.
O draga-minas M407 "Angra do Heroísmo"
(retirado de www.velhosnavios.blogspot.com)
Prestei serviço, é uma força de expressão pois só tinhamos instrucção, no draga-minas M407 “Angra do Heroísmo”, onde encontrei o  2º Tenente da Reserva Naval, Pereira Coutinho, fazendo o lugar de “Imediato” e o 2º Tenente, Eng. Maquinista Naval, Rodrigues Pereira; e no patrulha P591 “Fogo”, cujo comandante era o Capitão de Mar e Guerra, Brito e Abreu (que entretanto foi mobilizado para Cabo Verde), o quase “Guarda-marinha”, Sanches Oliveira, o “Sueco” para os amigos e o Eng. Maquinista Naval, 2º Tenente, António Salvador Neves de Carvalho.
(Nota: Espero não me ter enganado na correcta identificação dos postos de cada um dos mencionados!)

O navio patrulha P591 "Fogo"
(retirado de www.velhosnavios.blogspot.com)
Foi um tempo de gratas recordações, quer pela leveza das nossas obrigações, quer pela amizade e gentileza com que sempre fomos tratados. No fim de contas, éramos uns "Srs. Cadetes" da Reserva Marítima e já com cerca de 3 anos de embarque!

Tudo isto, merecia uma “Ode” à “vida marítima” e eu não me fiz rogado. Aqui fica um pequeno excerto dessa “Ode”:

Para a Pátria defender,
sem o inimigo me matar,
à Escola Náutica fui ter,
para depois embarcar.

E assim foi ! Embarquei !
Por mares nunca dantes navegados,
três anos por lá andei,
como os meus antepassados.

Agora, para aqui estou,
com outros da minha malta.
Marinheiro não fui, nem sou !
Decerto não faço cá falta.

O que agora vos digo,
é quase de pasmar !
Ainda não vi o inimigo,
por estas bandas passar !

Mas cá a malta gosta,
assim desta guerra aberta.
Guerra que nos foi imposta,
mas que ganhamos pela certa !

Por isso passo ao ataque
e a todos vou avisar
:- Nós vamos pôr isto a saque
antes da guerra acabar !

E, no fim da nossa instrução, em jeito de despedida do navio patrulha P591 “Fogo”, após um lauto almoço que meteu: Ameijoas na cataplana, champanhe, whisky e até charutos! (Tudo à conta do pré que, religiosamente, entregávamos ao navio e com o qual, cozinheiro e despenseiro faziam o verdadeiro milagre de nos darem opíparas refeições!)

Aproveitando este momento
quero publicamente mostrar
o nosso agradecimento
a quem nos soube tratar.

Peço um voto de louvor
ao senhor engenheiro
que mais que instrutor
foi, sim, nosso parceiro!

E ao quase “Guarda-marinha”,
de todos nós faço eco,
para o futuro que se avizinha,
muitas felicidades “Sueco”!

Eh! Com o Demónio,
que Deus me valha!
Ao Mónica e ao António, (*)
obrigado, cá pela “palha”!

(*) O Mónica e o António eram o Despenseiro e o Cozinheiro

E, assim, longe ficaram os temores das impenetráveis florestas angolanas!