domingo, 16 de novembro de 2014

Este país ... ao contrário!





Este país ... ao contrário!

Para ouvir seus “sermões”
na rubra catedral da Luz,
a Benfica, vão 6 milhões!
Vão ao encontro do “Jasus”!

E, mostrando não serem ateus,
mas sim paladinos da verdade,
já os verdes levaram o “Deus”, 
a “benzer” os Bês de Alvalade!

Então quem é que me explica,
pois só quero saber a verdade, 
se o Jesus  já está em Benfica,
porque foi Deus pr’a Alvalade?

E também ninguém me diga
que no futebol não há truque.
Até numa republicana Liga
agora, já manda um Duque!

Mesmo com linhas bem tortas,
nos desenhos das minhas filhas,
submarinos não tinham Portas.
Punham-lhe, sempre, escotilhas!

Mudam tudo e a religião,
essa, está a mudar tanto!
No meio de tal confusão,
já nem o Espirito é Santo!

E que posso dizer do Loureiro?
Dantes só dava folhas de louro!
Agora é bom e leal conselheiro!
Seus “conselhos” valeram ouro!

Com tais conselheiros assim,
parece o pais estar muito bem
pois tem um presidente do nim
que não dá Cavaco a ninguém!

Sua Excelência, o “presidente”,
que num passado 5 de Outubro,
fez sorrir e alvoroçar muita gente
ao inverter o pano verde rubro!

Com tanta gestão, tão danosa
que já não há quem nos valha,
os que no peito ostentam rosa
levam também uma medalha!

Sua Excelência, “O admirado”!
Depois de, pelo próprio punho,
ele os ter louvado e agraciado
num soalheiro Dez de Junho!

Um Acordo, princípio do Fim!
O luso vocabulário já se foi!
Já ninguém diz “Tôu Xim!”,
e já só se ouve, “Oi!”, “Oi!”!

E há um Coelho que não corre,
não deixando ninguém em paz.
E, entretanto, o povo “morre”,
vendo a vida a andar para trás.

E este Coelho não correndo,
nem sequer dando saltinhos,
vai-nos a todos bem roendo
e para trás dando passinhos!

Mas para ficar tudo a direito
e nem ter sombra de pecado,
um corta Relvas foi perfeito
e “honoris causa” licenciado!

Um país, onde julguei encontrar,
a boa gente, o sol, o mar, ar puro,
tristemente pude ver e  constatar
que já ninguém está bem Seguro! 

Dizem que a Legião  acabou!
É o que muito boa gente pensa.
Afinal, em Vila Franca, ficou
o rasto de uma má “doença”!

Num país que mais parece o inferno,
quando alguém fala em privatização,
“É uma maravilha!”, diz o governo,
“Grande desastre!”, diz a oposição!

Mas que país, de vigarices!!!
E isto merece ficar a “Bold
pois, são tantas as chinesices
e até já temos vistos “Gold”!

Este país que diz não ter dinheiro
e que na Bolsa só fala em quedas
mas que espanta o mundo inteiro
mandando para a Europa, Moedas!

Depois de ler e reler o que se diz,
em tudo o que é revista ou diário,
triste, bem triste, vejo o meu país
que deve estar todo ao contrário!


domingo, 9 de novembro de 2014

À vela ... ! ( 5 ) "Cutty Sark" e "Rickmer Rickmers"

Não quero fechar este tema dos veleiros sem referir, dois que arvoraram a bandeira nacional e que hoje em dia são admirados, não em Portugal mas noutras paragens. São os casos do “clipper” “Cutty Sark” e da barca “Rickmer Rickmers”.


"Cutty Sark", arvorando bandeira britânica
(retirado de http://www.rmg.co.uk)
O primeiro, construído em 1869, andou na “Rota do Chá” e em 1895 foi vendido à firma portuguesa Joaquim Antunes Ferreira & Companhia, tomando o nome de “Ferreira” até 1916, ano em que depois de reparações, foi transformado em escuna e recebeu o nome de “Maria do Amparo” Porém, em 1922 passou de novo a mãos britânicas e em 1954 foi levado para a doca seca em Greenwich, onde tem estado exposto ao público servindo de museu, não sem deixar de passar por vários infortúnios, o último dos quais um violento incêndio em 2007.




Ainda em relação a este veleiro, tive o grato prazer de, nos idos anos 60, ouvir da boca de um dos seus antigos tripulantes, homem dos seus 80 anos, a descrição pormenorizada de episódios passados com data e tudo, às tantas horas do dia tal entrava o navio no porto tal e o tempo estava desta maneira. Incrível essa descrição que só não era mais incrível porque o dito senhor tinha em casa, feito por suas próprias mãos, uma miniatura do “Ferreira”, completíssima com tripulação e tudo. Queria entregar aquilo a quem de direito para que fosse conservado mas, pelos vistos, ainda nenhuma entidade oficial se tinha dignado receber o espólio! Isto só não é incrível porque se passava em Portugal!
De referir que também, noutra doca, ao lado do “Cutty Sark”, se enconta o “yawl” “Gipsy Moth IV”, relembrando a volta ao Mundo, em solitário, de Sir Francis Chichester, em 1966/67.
Isto, em Inglaterra!



Quanto à barca “Rickmer Rickmers”, muita gente a conheceu mas hoje em dia está um pouco esquecida por via daquela que a veio substituir.
Esta barca, foi construída em 1896, nos estaleiros Rickmers, em Bremerhaven e em 1912 mudou o nome para “Max”.
Durante a Primeira Guerra Mundial foi capturada na Horta (Açores) e emprestada à Grã Bretanha como auxiliar na guerra, tomando o nome de “Flores”.

Aqui está a "Sagres", antes de se chamar "Santo André"
(retirado de http://www.ancruzeiros.pt)
Terminada a Guerra, foi devolvida ao Governo Português e, agora, com o nome de “Sagres”, ficou ao serviço da Marinha de Guerra como navio escola, para treino dos cadetes da Escola Naval.
Em 1960, foi retirada do serviço de navio escola e foi rebaptizada, agora como “Santo André”. E foi em Setembro de 1962 que estando eu a cumprir o 1º ciclo da recruta, como cadete da Reserva Marítima, tive oportunidade de conhecê-la, embora nunca tenha subido às vergas ou ao cesto da gávea porque, além de não ser obrigatório, eu não era trapezista!
A esse tempo e com a vinda da “nova” “Sagres”, a “Santo André” foi reclassificada como navio depósito e permaneceu atracada na Base Naval do Alfeite para ser desmantelada em 1975. Triste fim seria o seu! Mas, como estamos em Portugal, há males que vêm por bem e a demora proporcionou que uma organização alemã a comprasse e a transformasse em navio museu que se pode visitar atracada no porto de Hamburgo e com o seu nome original.


Em Outubro de 1996, atracada e "disfarçada" no porto de Hamburgo, a mim não me enganou.
De verde pintado o casco mas, como era bem mais bonita, toda de branco!
Parece ser, então, um fim feliz para uma vida atribulada.
Também neste caso, a Alemanha quis de volta o que foi seu e honra o seu passado!

Posto isto e tendo em linha de conta que um navio construído em 1896, foi retirado em 1962, portanto com 66 anos de serviço, o que dizer do futuro da “Sagres” actual que foi construída em 1937, o que equivale a dizer que já tem 77 anos. Será que esta tomou o elixir da juventude?
É um facto que me parece esta ter sido sempre objecto de mais cuidados que a anterior que eu, por acaso, considero mais esbelta. E se esta é bonita, a anterior com mais um pano (6 em vez de 5), quando enfunada era um verdadeiro espectáculo!


Para concluir, quero referir que a Alemanha para reaver a “Rickmer Rickmers”,  deu-nos um palhabote, o “Polar”, para treino dos cadetes.
Agora a minha dúvida põe-se. Para quê a “Sagres”? Note-se que eu também gosto muito de vê-la, mas não será hora de “encostá-la” e criar um museu?
Quais os custos de manutenção desta embarcação, pessoal incluído? Será que algum dos cadetes nela treinados, algum dia, vai navegar num tal veleiro? Será que o treino de navegação não pode ser feito nesse tal “Polar” ou até num qualquer navio da Marinha de Guerra?
Será assim tão grande o benefício dumas viagens à volta do Mundo que tal não possa ser feito noutro navio ou será apenas para o currículo dos cadetes e de mais alguém?
Ou será, apenas, para darmos ao mundo uma imagem daquilo que já não somos?
Temos e tivemos navios que apodreceram, e apodrecem, que podiam, podem, fazer esse serviço.
Sem procurar muito, lembro-me do “Gil Eanes”que, no fim de longa agonia, foi recuperado para museu; do “Creoula” que, depois de recuperação, mantém vivo algum do espírito marinheiro das lusas gentes; da “D.Fernando II e Glória” que, no fim de agonia ainda mais longa e trágica, lá foi recuperada e posta à visita mas que duvido seja motivo de grande afluência; da “Boa Esperança” que, “esperança” do António Vilar o levou à falência (segundo constou) e agora, depois da saga da viagem ao Cabo da Boa Esperança, se vê quase sem esperança, em águas algarvias e do “Funchal” que também teve o seu fim bem próximo e parece tê-lo adiado, sabe Deus até quando. Este, julgo eu, ainda poderia não ser só para cruzeiros mas fazer também algumas viagens de “marketing”, relembro uma embaixada comercial espanhola em 1957, a bordo do “Cabo de San Roque” ou navio semelhante. Os nomes que aponto não resultam de nenhum estudo prévio, apenas são nomes que eu lembro, depois de ver o que se tem feito à Marinha Mercante Nacional.
Por último, ponho a questão. Será que os oficiais da Marinha Mercante não sabem navegar? Terão algum atestado de incompetência?
Que eu saiba, eles nunca tiveram treino na “Sagres”! 
A “Sagres”, como museu, talvez possa gerar mais receitas e menores despesas que a “D. Fernando II e Glória” que tão mal aproveitada parece estar, devido à sua localização!
A não ser que pensem deixá-la apodrecer, por não haver dinheiro para a manutenção, ou vendê-la à Alemanha a troco de um “prato de lentilhas”!

Enfim, termino o meu desabafo!

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

À vela ... ! ( 4 ) Barquinhos para que vos quero...

Desde o dia em que o homem descobriu que se podia deslocar ao cimo de água, montando um tronco, que a sua imaginação e a sua raiz de “homo sapiens”, terá começado a criar o barco e toda a sua evolução. E a sua dedicação a esta causa terá sido tal que, ao longo dos tempos, a representação dos barcos será como que um prolongamento das primitivas pinturas rupestres.

Desenho, talvez, de uma Lara!
(retirado de http://ideiasemateriaisdojardim.blogspot.pt/)

Assim, nas primeiras figuras que qualquer criança começa a rabiscar, normalmente, lá está um barquinho. É, pois, um sentimento enraizado, principalmente por quem vive junto do mar mas também por quem apenas o imagina.
Pinturas de veleiros foram feitas e ainda o são e embelezam paredes de salões e de modestas casas. Veleiros, feitos dos mais variados materiais, tais como bronze, madeira,  marfim e até de paus de fósforos marcam presença em estantes e secretárias de muito boa gente.
A publicidade também não lhe fica atrás e um veleiro é sempre um bom motivo de atracção.

Por constatar estes factos, resolvi trazer aqui alguns exemplos que espero continuem a ser do agrado de quem os vir. 



Em estantes ou sobre móveis, servindo de “bibelots”, é usual verem-se miniaturas de material náutico, tais como rodas de leme, hélices, sinos ou vigias e mais natural ainda, vários tipos de embarcações. Aqui, vemos uma embarcação “viking” e o que será, talvez, uma caravela.


Caixas de fósforos
Na filumenia, representada por estes 3 exemplares de caixas de fósforos, que serão dos anos 70. Dos anos 40, recordo-me dumas caixas de fósforos da Sociedade Nacional de Fósforos, “Caravela”, em fundo verde. 40 amorfos custavam 25 centavos.



Sêlo do Yemen, em 3D
Sêlos de Moçambique, anos 60





A filatelia também apresenta muitas emissões dedicadas a barcos. Aqui, mostro um sêlo, do Yemen, duma série de 4. A curiosidade é a de ser em 3D.
Os outros 2 sêlos, são de Moçambique e circulavam nessa província do ultramar português nos anos 60. Representam uma Caravela Latina de 1460!




Etiqueta de "Mayflower", tabaco para cachimbo
(retirado de www.todocoleccion.net)
O “Mayflower” foi o navio que, saído de Plymouth, em 1620, depois de muitas agruras, transportou os primeiros colonos, na sua maioria puritanos que fugiam do poder da Igreja Anglicana, em direcção ao Novo Mundo e deram origem ao que hoje são os Estados Unidos da América, fundando aí a cidade de Plymouth.
A indústria do tabaco é, pois, natural que tenha recorrido a essa memória!



Prato das Colecções Philae, por ocasião da Expo98




"Old Spice", a evolução dum logotipo
(eu dei-lhe um fundo marinho, a condizer!)
Nesta imagem eu procuro mostrar até onde vai a publicidade. Até prova em contrário,a publicidade, muito boa ou muito má, destina-se a promover um qualquer produto. No fundo qualquer delas serve o efeito pretendido pois que obriga a falar no produto e logicamente a promovê-lo. Não me cabe a mim avaliar da bondade ou não desta publicidade mas parece-me que está aqui um exemplo de como o consumidor, a exemplo do burro, come tudo, é preciso é saber dar-lho.
Este produto começou, fazendo jus ao seu nome, "Old Spice", por apresentar a silhueta dum veleiro (o Grand Turk ou o Friendship), imagem que nos transportava para os velhos tempos dos veleiros e das viagens na rota das especiarias. Até aqui, tudo bem. Porém, a dada altura (talvez anos 70) alguém pareceu ter começado a ter medo do logotipo e reduziu-o de tal modo que é difícil enxergá-lo. Seguidamente, talvez numa onda de modernização, substituiram o veleiro por, ainda, um barco à vela mas que de “old” nada parece ter. E o facto é que também esse símbolo parece estar a desaparecer, face ao que podemos ver nos exemplares mais recentes.
Permito-me pensar que a onda de modernização será tal que não me admira nada de que o próximo símbolo seja uma modernissima (“very young”) prancha de “surf”!
O consumidor não deixará de consumir, antes pelo contrário pois isso vai dar-lhe uma sensação de liberdade e juventude (“Allways Young”). Virtual, claro está, pois o que interessa é convecê-lo disso!
Com isto tudo, não sei se irão aproveitar a minha sugestão e eu ganhe algo com isso ou se algum publicitário ache por bem insultar-me. Já, em tempos alguém dizia: “Estes publicitários são uns exagerados”!
(P.S.: Exactamente hoje, já depois de ter escrito este texto, deparei com a nova colecção da "Old Spice" e, admirado, reparei que tornou ao veleiro inicial mas muito pequenino, quase um borrão! Quererá isso dizer que é um regresso ao passado?)



O “whisky” não podia faltar e uma destilaria escocesa, bem próxima do estaleiro onde foi construído o “clipper”, resolveu, em 1923, aproveitar-se desse facto para o fazer “navegar” pelo mundo fora, não o metendo dentro duma garrafa mas colando nela a sua silhueta. Dentro da garrafa, meteu um líquido que, a quem o beber, pode fazer “navegar” por “mares desconhecidos”!


Uma lâmpada ... com um sonho dentro! 
Por último, não apresento um veleiro metido dentro duma garrafa (trabalho de muito engenho e arte) mas apenas um “litlle” veleiro, metido dentro duma lâmpada, que não é de Aladino mas apenas obra de umas modernas “chinesices”!

domingo, 2 de novembro de 2014

In memoria ! ( 2014 )






Dia de Finados! Neste dia,
em cada ramo, em cada flor,
aquilo que parecerá alegria
é, sim, espelho da nossa dor!