quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Vem aí o Novo Ano !!!


Hoje, apresento um desenho ( 45 cm x 35 cm ) que fiz, com os meus onze anos.

Não estou a ser totalmente verdadeiro! Acontece que o jornal “O Primeiro de Janeiro”, um dos muitos a que tinha acesso, trouxe, na sua primeira página do exemplar do dia 1 de Janeiro de 1952, um desenho alusivo ao Ano Novo. Gostei porque, além de bonito e ingénuo, era a cores. Ora, como gostei do tal desenho e estava a iniciar-me, na Escola, no uso de aguarelas e guaches, apesar de não me sentir muito habilitado nas artes desenhísticas, agarrei num pedaço de “papel de cenário” (hoje já um pouco amarelecido, por efeito da passagem dos anos) e fiz uma espécie de decalque do desenho do jornal. Isso deu-me as linhas base para fazer o “meu” desenho. A parte boa foi depois! Munido dum pincelinho “Pelikan” nº 1 ( passe a publicidade ), dum pincel Nº 4, mais modesto, e duns tubos de guache ( as cores elementares ) também “Pelikan” que eu, apesar de não nadar em dinheiro, bem pelo contrário, não me via a trabalhar com produtos de qualidade inferior pois deixavam muito a desejar e seria maior o prejuízo. Esta era uma marca que não era muito cara e seria o que hoje se pode chamar a “Escolha Acertada”. Haviam outras marcas, como a “Caran d’Ache” ou a “Wisdon”, mais caras.

Posto isto, lá fui fazendo os contornos com o pincelinho e o guache Preto. Contornos tão fininhos que ainda hoje me admiro de os ter feito. Caneta de tinta da China ali não entrou. Até porque não estava ainda familiarizado com essa técnica e um simples borrão podia deitar tudo a perder. Depois, foi só deleitar-me com a escolha e o processo de fabrico das cores. Era mais um bocadinho de Branco, menos Vermelho, mais Azul, mais ou menos água nos “godets”. Ah, e o Amarelo! Esta cor era muito importante para os verdes, os castanhos, os cremes e para outras descobertas.

Levou algum tempo a ficar pronto pois as tranças da menina e os pés da mãe, os pratos, enfim, os pormenores, deram-me água pela barba.

Mas, valeu a pena, pois ainda hoje o conservo e o venho aqui mostrar!

Já agora, depois duma observação mais atenta, vários são os pormenores que dele ressaltam. O primeiro, é a ingenuidade da cena, uma pobre lareira (apenas dois enchidos e umas cebolitas) mas em que tudo parece estar disposto dum modo simples, organizado e asseado. É também de referir o facto de que o único personagem digno de andar calçado é o rapazito. Mãe e filha não tinham direito a isso. É uma cena da vida rural, que só é bonita em gravuras deste género. Esquece-se a dureza da mesma!


Agora, aqui deixo a minha recepção ao Novo Ano de 2012 com os meus sinceros votos de Bom Ano Novo para todos os meus amigos, visitantes e seguidores deste blogue.

Chegou o Ano Novo!

Bateu à porta o Ano Novo!
Mal sabendo o que o espera,
tão inocente, este bom Povo
julga chegada a Primavera!

Engana-se na estação do ano
pois, ainda está no Inverno!
Desculpa-se-lhe tal engano,
que a sua vida é um inferno!

Abre as portas de par em par,
para que entre esse novo dia,
pois já está fartinho de olhar
a mesa, mais pobre e vazia!

Embora o que tem perdido,
o pobrezinho não se cansa,
e de tudo se faz esquecido.
Nunca perde a Esperança!

E como esta, que todos dizem,
será sempre a última a morrer,
mesmo que o ignorem e pisem
:-Eh, pá, este ano é que vai ser!

Quem sou eu para desiludir
os que mantêm tal opinião?
Assim, vou também fingir
e, vou viver nessa ilusão!

sábado, 17 de dezembro de 2011

É Natal !!!

Apesar dos tempos conturbados que vivemos, aos meus amigos, seguidores e visitantes deste blogue, deixo os meus sinceros votos de Bom e Santo Natal!!!


          NATAL

Do interior duma rude gruta,
envolta numa tal aura de luz,
vinda do céu, o povo escuta
a voz celestial que o conduz!

E quando à gruta chegaram,
cada qual com seu rebanho,
os pastores se ajoelharam
perante cenário tamanho!

Eis que também chegaram,
Gaspar, Baltazar e Belchior,
e ao Menino eles ofertaram
ouro, incenso, mirra! Amor!

Lá alto as trombetas soaram
e uns anjos, vindos do Céu,
num coro celestial entoaram,
o “Glória in excelsis Deo”!

E foi assim que nesta Terra,
povos sempre num desatino,
num repente parou a guerra!
Haja Paz! Nasceu o Menino!

Então, porque, também nesta terra,
é de fraca memória a raça humana,
logo, de seguida, entra em guerra.
Ainda hoje! Ou, já pr’á semana!

E aquele que acabou de nascer,
tão pequenino, ainda sem voz,
soube que numa cruz irá morrer.
Morrer, enfim, por todos nós!

Após estes versos que faço,
decerto que não ficará mal
deixar neles o meu abraço
e votos de um Santo Natal!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Dia 1 de Dezembro ! Dia da Restauração ! Mas, restauração, de quê ?

Hoje é o dia 1º do mês de Dezembro! Durante muitos anos e, pelo menos, desde que me conheço, comemorava-se tal dia exaltando as qualidades deste “nobre povo” que após 60 anos de opressão espanhola tinha conseguido libertar-se e tomar, de novo, as rédeas do seu destino.

Isso, era o que pensavam naqueles tempos e até, ainda, tempos muito recentes.

O facto é que, até hoje, muitos Miguéis de Vasconcelos se foram produzindo e este nosso pobre país foi sendo entregue de bandeja, umas vezes à sucapa outras nem por isso, a “nuestros hermanos” que como muitos irmãos, por vezes deixam muito a desejar. Assim, temos, já nas mãos deles, grande parte do nosso território e da nossa já bem pouca produção, chegando ao ponto de importarmos aquilo que nós mesmo produzimos. A água que pelos rios nos vem de lá, vai começando a ser racionada e de acordo com as suas conveniências, apesar de nós próprios bastas vezes não sabermos utilizar esses recursos. Como se isso não bastasse, vamos abastecer-nos nas terras fronteiriças, comprar-lhes gasolina e aproveitamos para trazer caramelos e sucedâneos de chocolate. Ora, se já vamos nascer, trabalhar e gastar o nosso dinheiro do lado de lá da fronteira, que raio de Restauração da Independência foi esta?

Isto para já não falar da “invasão chinesa”! Essa não colide só com a nossa independência, tem implicação directa na independência da Europa e julgo que do próprio mundo tal como o conhecemos ainda!

Portanto, como o “problema” mais premente que temos por cá, parece ser o do corte dos feriados, capaz de resolver todos os nossos problemas, penso que como já o disse, se justifica o corte deste feriado!!!

Fartinhos do domínio espanhol,
uns conjurados, sem paciência,
buscam para si um lugar ao sol
e para Portugal, independência!

Junta, o João Pinto Ribeiro,
alguns mais da sua opinião
e, de pronto, vão ao Terreiro,
procurando a Restauração!

Prontos, e cientes do seu papel,
que a missão era já, era agora,
procuraram no Paço, o Miguel,
e lá foi, o traidor, janela fora!

Disseram à de Mântua, duquesa,
que se mantivesse com juizinho
pois, de contrário, teria a certeza
de seguir o mesmíssimo caminho!

Então, o povo, de espanhol já farto
e pensando da sua vida ser senhor,
na rua aclamou Dom João, o quarto,
a quem foi chamando, Restaurador!

Tudo isto, agora, parece cómico.
Parece ter sido tudo sem sentido
pois o nosso tecido, económico,
vai estando dia a dia mais falido!

Arrancaram-se as oliveiras,
num Alentejo desertificado,
e abateram-se as traineiras.
Já, só, comemos importado!

Corremos com os castelhanos?
Ficou limpo o solo português?
Se não há “nuestros hermanos”,
certo e sabido, cá temos o chinês!

E se é tudo isto bem verdade,
e tudo o que resta é sem razão,
pergunto eu, com curiosidade,
para que foi essa Restauração?

E se por efeito da globalização
o país já não se sente libertado,
esqueçamos nós a Restauração,
e acabemos com este feriado!

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Vamos salvar Portugal !!! Abaixo os feriados !!!

(Apenas com o intuito de ajudar este nosso País, aqui deixo, a quem de direito, a minha sugestão para a resolução de tão intrincado problema! Oxalá seja a solução para afastar, de vez, essa tal, chamada de crise! Aos que não concordarem com a proposta e com o tamanho do "post", as minhas sinceras desculpas mas, o assunto merece.)


ABAIXO OS FERIADOS

Para podermos obstar
a tempos tão azarados,
vamos ter que cortar.
Vamos cortar feriados!

O primeiro de Janeiro
dito dia de Ano Novo,
pode já ser o primeiro.
Não diz nada ao Povo.

Se ao povo não diz nada
e fica  aquém do esperado,
é uma coisa bem acabada.
Acabe-se com o feriado!

Quanto ao Carnaval,
aí não haverá engano!
Acaba-se e não há mal.
É Carnaval todo o ano!

Sai tudo muito mais barato
ninguém andará mascarado.
Usar-se-á, apenas, um fato.
Acabe-se com o feriado!

Ainda há o 25 de Abril
que é dia da Revolução!
O movimento está senil,
é um feriado sem razão!

Se o movimento militar
está a ficar desapoiado,
não haverá que enganar.
Acabe-se com o feriado!

Vem, logo, o 1º de Maio,
o tal Dia do Trabalhador.
Desta é que eu não saio.
Trabalhar seria o melhor!

Então se não se trabalha
e é um dia mal passado,
não é um dia que valha.
Acabe-se com o feriado!

E que dizer do 10 de Junho,
que é dito Dia de Portugal?
Escreverei pelo meu punho,
acabá-lo, este, não faz mal!

E aquilo que mais me dói,
e ninguém ficar admirado, 
é dum zarolho, fazer herói!
Acabe-se com o feriado!

Que dizer do 5 de Outubro,
da republicana implantação?
Eu de vergonha a cara cubro,
ao ver, hoje, tanta confusão!

Se muitos querem monarquia
e se o rei é assim tão desejado,
então, estará a mais este dia.
Acabe-se com o feriado!

Falta, então, o 1º de Dezembro.
Se esquecer-mos os conjurados,
e de espanhóis nem me lembro,
então está a mais nos feriados!

Se só algum nacionalista
deste tal dia está lembrado,
tire-se já este dia da lista.
Acabe-se com o feriado!

E para que toda a gente veja
e não sejam só os iluminados,
também a Santa Madre Igreja
vai mesmo acabar os feriados.

Sexta feira, que é dita Santa,
da morte do nosso Salvador
e em que muita gente, tanta,
não entende a palavra Amor!

E se Ele por nós morreu 
e ainda não é acreditado
então, agora, digo-o eu,
:-Acabe-se com o feriado!

Se o Dia de Corpo de Deus,
para alguém menos avisado,
é só dos crentes e não ateus,
acabe-se com o feriado!

Vem, depois, o 15 de Agosto,
Nossa Senhora da Assunção.
Este feriado é que até aposto,
quem saberá do nome a razão?

E, se do nome poucos sabem,
que ninguém fique admirado
que com este dia eles acabem.
Acabe-se com o feriado!

No mês de Dezembro,dia oito,
que é nosso Dia da Padroeira,
aqui, até eu mesmo me afoito.
Acaba, de qualquer maneira!

Cá neste torrão, Portugal,
pais tão pouco imaculado,
acabar tal dia, não faz mal.
Acabe-se com o feriado!

Fica-nos ainda o Natal!
Desconhecem o Menino!
Lembram só o Pai Natal,
o que é muito mais fino!

Então se o Menino Jesus,
nem tão pouco é lembrado,
vai aqui uma ideia de truz.
Acabe-se com o feriado!

Ficam os feriados municipais,
pelo meu país tão espalhados.
De tantos que são, são demais!
Acabam-se esses feriados!

Depois de acabar todos os feriados,
neste país em que está tudo tonto,
ficam meus senhores, autorizados
a dar, só, “Tolerância de Ponto”!

Temos o país de cara nova,
todo limpinho sem feriados!
O Povo, leva uma bela sova
mas, contenta os deputados! 

Será esta a grande solução
para este nosso pais salvar,
ou será mais uma discussão
e depois rir para não chorar?

Acaba-se também a equidade
para os nossos desempregados.
Por tudo isto, valha a verdade,
eles nunca mais terão feriados!

Mas, não fiquemos tão assustados,
porque nossa vida não vai acabar.
Primeiro, acabamos com feriados,
depois, é só trabalhar, trabalhar!

São maus, estes tempos vividos,
que nos dão muito que pensar.
Porém, entre mortos e feri(a)dos,
será que alguém vai escapar?

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Hoje, é Dia de São Martinho !

( Para cumprir a tradição, vou aqui colocar um "post" já por mim divulgado, em 2009, no blogue onde me iniciei ("Salvaterra no Coração"). Espero que ainda seja inédito para os que fazem o favor de ler os meus escritos. Bem hajam! )

São Martinho, a lenda e a tradição

[SaoMArtinho.jpg]
No São Martinho, vai à adega e prova o vinho…

( retirado da wikipédia, transcrevo parte da descrição acerca de São Martinho, de Tours)

Martinho nasceu na Hungria, antiga Panónia, por volta do ano 316 e pertencia a uma família pagã. Seu pai era comandante do exército romano. Por curiosidade começou a frequentar uma Igreja cristã, ainda criança, sendo instruído na doutrina cristã, porém sem receber o baptismo. Ao atingir a adolescência, para tê-lo mais à sua volta, seu pai alistou-o na cavalaria do exército imperial. Mas se o intuito do pai era afastá-lo da Igreja, o resultado foi inverso, pois Martinho continuava praticando os ensinamentos cristãos, principalmente a caridade. Depois, foi destinado a prestar serviço na Gália, hoje França.
Foi nessa época que ocorreu o famoso episódio do manto. Um dia um mendigo que tiritava de frio pediu-lhe esmola e, como não tinha, o cavaleiro cortou seu próprio manto com a espada, dando metade ao pedinte. Durante a noite o próprio Jesus lhe apareceu em sonho, usando o pedaço de manta que dera ao mendigo e agradeceu a Martinho por tê-lo aquecido no frio. Dessa noite em diante, ele decidiu que deixaria as fileiras militares para dedicar-se à religião.

O povo, na sua sabedoria e crendice, acrescenta que o tempo que até aí seria dum frio outonal se teria tornado ameno. Daí a chamar-lhe Verão de São Martinho, foi um pequeno passo!

Também, acerca do S. Martinho, o conceituado etnólogo Ernesto Veiga de Oliveira (1910-1990) escreve o seguinte: «O S. Martinho, como o dia de Todos os Santos, é também uma ocasião de magustos, o que parece relacioná-lo originariamente com o culto dos mortos (como as celebrações de Todos os Santos e Fiéis Defuntos). Mas ele é hoje sobretudo a festa do vinho, a data em que se inaugura o vinho novo, se atestam as pipas, celebrada em muitas partes com procissões de bêbados de licenciosidade autorizada, parodiando cortejos religiosos em versão báquica, que entram nas adegas, bebem e brincam livremente e são a glorificação das figuras destacadas da bebedice local constituída em burlescas irmandades. Por vezes uma dos homens, outra das mulheres, em alguns casos a celebração fracciona-se em dois dias: o de S. Martinho para os homens e o de Santa Bebiana para as mulheres (Beira Baixa). As pessoas dão aos festeiros, vinho e castanhas. O S. Martinho é também ocasião de matança de porco.»
(in As Festas. Passeio pelo calendário, Fundação Calouste Gulbenkian, 1987) (retirado do blogue smartinho.blogspot.com)

Posto isto, aqui vai a minha contribuição para esta tradição:

Se S. Martinho adivinhasse,
deste mundo seu desvario,
talvez sua capa não cortasse
e o pobre morresse de frio!

O que vejo, com muita pena,
é que neste mundo, civilizado,
são os de capa mais pequena
que dão sempre maior bocado!

Esperto, usando manha,
aproveita, o Zé povinho.
Vai comendo a castanha
bem regada com vinho!

Do Algarve ao Minho
nunca estará só, o Zé!
E, se lhe faltar o vinho,
vai mesmo com água pé!

A castanha assada,
ou seja ela cozida,
sempre bem regada,
é com boa bebida!

Seja crua, ou pilada,
ou vinda do assador,
deve ser bem regada
e o tinto é o melhor!

Se castanha comer
até ficar enfartado,
com vinho, pode crer
que até cantará o fado!

Claro, se castanha comer
e se ficar bem entornado,
de tudo o que acontecer
é São Martinho o culpado.

E se acabado o magusto
nem se conhecerem os pais
não é motivo para susto
que para o ano há mais!

Até o São Martinho,
para mitigar sua dor,
bebeu, só um copinho,
e do frio se fez calor!

Passado o efeito do vinho,
o povo mostra sua devoção,
e agradece a São Martinho
ter feito, do Outono, Verão!

Bebam mas, moderadamente,
senão, ai, ai, perdem a razão!
E depois, pr’ó ano, minha gente,
o S. Martinho não traz Verão!


( P.S. : Este ano, São Martinho, baralhou-se um pouco com as datas. Parece ter vindo em Outubro. A não ser que ele, nesta situação de crise, tenha reduzido o Verão, apenas ao dia de ontem... )

 

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Dia de Finados

(Ainda que um pouco atrasado, não quis deixar de colocar, com a minha profunda saudade, o meu poema acerca do passado dia 2)






Do céu em lágrimas a chuva cai
encharcando-nos os sentidos
e o nosso pensamento, esse vai
para nossos entes mais queridos.

Olhando o cemitério, todo em flor
qual jardim, ou campina florida,
cada campa é um campo de Amor 
onde a Morte, é um sinal de Vida!

E ao fim do dia, quando a tarde cai,
Deus lá sabe por que estranha razão,
lembro os avós, tios, mãe e meu pai
e não esqueço o Mundo meu Irmão!
 
Se do céu lágrimas cairam este ano,
corações saudosos, olhos marejados
viram, ao fim do dia, o cair do pano
num florido e triste Dia de Finados!

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

"Os Dois Porquinhos" ou ... uma "fábula" portuguesa !

Hoje é o dia 31 de Outubro, Dia Mundial Da Poupança. Esta é a minha contribuição.

Não vou aqui deixar tudo aquilo que poderia dizer sobre o momento de crise em que nos encontramos. Não porque não tenha opinião sobre o assunto, mas porque corria o risco de esquecer o principal (o colectivo) e distrair-me com o acessório (o individual), sabendo que cada indivíduo, na sua visão egocêntrica, é um caso “especial”.

Por isso, apenas vou referir que, em tempos idos, em que sempre todos se queixavam, com razão, de que a vida era difícil, ninguém se esquecia de alimentar o seu porco, quer real quer metaforicamente falando. Uns, porque, aproveitando as sobras da sua parca alimentação e sacrificando a sua barriga, iam alimentando o bácoro para que, na devida altura, houvesse a matança e algum alimento para a família durante os tempos piores. Outros, aforrando, com que sacrifícios, até ao dia em que partiam o “porquinho” de barro e proviam a alguma necessidade premente.

Qualquer destes “porcos”, ia engordando mas, repito, sempre com que sacrifício!

Hoje, as famílias deixaram de criar “porcos” e quando os criam, esquecem-se de os alimentar. "Alegremente", alimentam os “porcos” dos outros, enquanto o seu vai definhando!

E, como? O mercado tem muito porquinho, gordo e prontinho a comer e não custa nada porque os bancos, porquinho ainda mais gordo, nos emprestam o dinheirinho. A pequena diferença, e que pode originar alguma confusão nas mentes mais avessas, é que esse dinheirinho é emprestado e não dado! E, é aí, no pagamento desse empréstimo, que entra o tal sacrifício de que todos falam e que, agora, acham inaceitável, esquecendo todos os sacrifícios que seus pais fizeram. O problema maior, esse sim, é que como é dos livros e é uma ideia secular, “Paga o justo pelo pecador”! Mas, quem não tiver pecado, que atire a primeira pedra!


E há uma ideia “engraçada”
que já começa a ser vulgar.
Pedir a quem não tem nada
:-“Façam o favor de poupar”!

E quem foi que isto pensou,
de uma forma tão desabrida?
É que a bolsa já ele lha levou!
Quer levar-lhe também a vida?

No Dia Mundial da Poupança
e em tempo de tão dificil viver,
é bom lembrar :- “A Esperança,
é sempre a última a morrer”!

Sei que há gente esquecida
e por isso há quem precise
que lhe lembrem que há vida
muito para além desta crise.

“Os ricos que paguem a crise”,
foi uma ideia muito propalada.
Amigos, deixem que os avise
que eles nunca pagaram nada!

Mas que ninguém se assuste
com isto que lhes vou dizer.
Por muito que isso lhe custe,
será sempre o pobre a sofrer!

Por isso, nada de desanimar
no Dia Mundial da Poupança.
Já que não conseguem poupar,
não deixem morrer a Esperança!

(Imagens retiradas da net: kasuar.pt e sorisomail.com)

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Sorrisos de ... Outono !

Deste Outono, quase Verão, deixo estes sorrisos de Primavera!

No Outono, a folha caída
é, por vezes, sem sentido!
Como o Outono da vida
ele pode ser bem florido!

Que não façam maus juízos
pois o Outono, só para mim,
deixou-me alguns sorrisos,
espalhados no meu jardim!

E, como ser vosso amigo
será uma minha qualidade,
não os guardarei comigo.
Aqui ficam. Com amizade!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

1 de Outubro de ... 1957 ! Mais um dia inesquecível !

Dia 1 de Outubro de 1957, uma terça-feira, cerca das 08.00h, ao portão do Estaleiro Naval da CUF, juntam-se umas dezenas de adolescentes. Após a sua inscrição para admissão, fizeram exames, médico e psicotécnico e agora ali estavam para iniciar nova vida, como aprendizes. Iam ser distribuídos pelos vários sectores do Estaleiro, a saber: Electricidade, Carpintaria (moldes, marcenaria), Mecânica e Caldeiraria (serralharia civil, soldadores eléctrico).Entre eles, um miúdo de 16 anos, destinava-se à Oficina de Mecânica. Tinha assinado um contrato de trabalho com o Estaleiro Naval da CUF.


Minimamente já conhecia o estaleiro pois, até então, tinha trabalhado nas oficinas da AGPL, ali mesmo ao lado.
Pois bem, com os outros, agora novos colegas, para trocar de roupa, um fato-macaco lavadinho, lá se dirigiu ao vestiário dos aprendizes, um vestiário provisório, anexo ao Armazém das Tintas, bem ao fundo do estaleiro, após a carreira de construção e junto ao portão do cais da Princesa, quase no largo de Santos. Para começar seria uma grande estopada diária, a deslocação ao vestiário e vice-versa. Seguiu então para a Oficina de Mecânica onde, numa zona da mesma, lhe estava reservada uma bancada de trabalho. Era o sector dos aprendizes onde teria um monitor. Iria ser o seu local de trabalho durante cerca de 1 ano (talvez 10 meses).
Foi-lhe atribuído um número de operário, foram-lhe distribuídas chapas para levantamento de ferramenta, além daquela que era a sua dotação e ficou a saber que teria, diariamente, 2 horas para estudar e o seu turno de estudo seria entre as 08.00h e as 10.00h, às 12.00h tinha o intervalo para almoço e o período da tarde seria das 13.00h às 17.00h, durante 6 dias por semana. Descanso só ao domingo e férias (uma semana), só a partir do dia 1 de Outubro do ano seguinte.Tudo esclarecido, havia que começar a trabalhar e a familiarizar-se não só com os novos colegas, como também com o mundo que era o estaleiro!O estaleiro, cujo portão de entrada se situava junto da passagem de nível da Rocha, era o primeiro ponto de escoamento da multidão operária que, todos os dias, entre as 7 e as 8 horas da manhã, ali desembocava. Era o primeiro ponto e talvez aquele onde a afluência era maior. Mais adiante havia outros pontos onde se iam escoando, casos da 10ª Repartição da AGPL, logo ali ao lado, das oficinas da Companhia Colonial de Navegação, da Sociedade Geral e da Companhia dos Carregadores Açoreanos, todas do lado de lá da eclusa, depois da ponte giratória.Pois bem, entrado o portão do estaleiro, do lado esquerdo encontrava-se a portaria, seguida dum corredor sob um telheiro, por onde se fazia a saída do pessoal. Entre estas instalações e a rua da Cintura ficava o edifício da Administração (Contabilidade, Telefonista, Sala de Desenho e Gabinetes da Direcção do Estaleiro) com um pequeno jardim defronte da entrada interior.No lado direito e logo à entrada, estava um pequeno casinhoto no qual um dos guardas, fazia serviço de barbeiro e pelo que seria dado ver, tinha clientela. Depois via-se um edifício, ainda em fase de construção e que diziam ser o futuro refeitório mas que, antes disso, serviu de Sala de Estudo para os aprendizes e também de Sala de Desenho.Continuando pela rua principal, do lado esquerdo, via-se um edifício de piso térreo que começava com um barracão, em madeira, para estacionamento das viaturas da Direcção, encostado ao edifício de alvenaria onde se encontravam, por ordem, o Posto Médico, o Serviço de Pessoal (atendimento do pessoal) e o Serviço de Ponto, cujas portas de entrada ficavam noutra rua, paralela a esta e a partir do tal jardim, defronte da Direcção, começava um edifício corrido, com altura suficiente para instalar dois pisos onde, para começar, se encontravam num 2º piso com acesso exterior, os Orçamentos, seguiam-se a Electricidade, a Carpintaria (Marcenaria em baixo e Moldes no 2º piso), uma parede com relógios de ponto, o portão da Mecânica para acesso de peças de maiores dimensões, num recanto outro portão e depois da parede da oficina o outro portão da Mecânica, seguido de nova parede com relógios de ponto (para a Mecânica, Caldeiraria e talvez outros). Mais ou menos desde a Carpintaria, esta passava a ser a rua principal que iria até às carreiras.Entretanto, à esquina do Serviço de Ponto enquanto a rua principal tinha flectido para a esquerda, para a direita ficava o arruamento de acesso às docas secas nº 1 e nº 2. Entre eles situava-se mais um edifício onde se encontravam instalados, a Produtividade (numa torre de 3 pisos a que chamávamos o “Pombal da Ciência”), e em baixo o que se chamaria de Mecânica “fina” (Diesel, Equilibragem e os muito procurados trabalhos de Pantógrafo), ao lado alguns degraus davam acesso ao Refeitório, junto à parede deste algumas torneiras para matar a sede do pessoal e de seguida os sanitários e a Fundição. Ainda antes de tudo isto, no topo, defronte do Serviço de Ponto, encontrava-se um sector dos Lubrificantes.Seguia-se outro edifício, entre a doca nº 2 e a rua principal. No topo, estavam os gabinetes dos chefes de Navio e o portão de acesso ao Armazém Geral. Na rua principal estava a porta de acesso do pessoal de escritório do Armazém e, um pouco mais à frente, o balcão de atendimento (mesmo defronte do último portão da Mecânica), seguiam-se a Sala do Risco (Traçagem), uma Ferramentaria (dos aparelhos de elevação) e uns sanitários. Junto à Doca nº 2, ficavam a Conservação, Transportes, o Serviço de Docas, a Preparação de Trabalhos da Caldeiraria e a outra porta da Ferramentaria dos aparelhos de elevação.Após a Mecânica, na parede dos relógios de ponto havia ainda uma escada de acesso aos escritórios da Mecânica e em seguida dava-se a entrada na nave onde estavam os Tubos, a Serralharia Civil e a Caldeiraria propriamente dita, com a Ferraria lá bem ao fundo. No largo fronteiro ao Armazém Geral, ao ar livre, havia um engenhoso artefacto (talvez já o “bate-bate”), para prover ao encurvamento dos tubos que, ao alto eram cheios com areia, batidos e só depois encurvados.A partir daqui e continuando pela rua principal, tinha à esquerda a parede da Caldeiraria, a Ferramentaria Pneumática, portas de acesso aos gabinetes da oficina e uns sanitários. Do lado direito havia a Central de Compressores, e logo a seguir a Casa Amarela, sala de estudo no piso superior e Armazém das Novas Construções, em baixo.Após um parque de ferro, à direita, chegava-se às Carreiras, passava-se por baixo, num túnel e à esquerda lá estava, num edifício recente, o vestiário dos aprendizes, paredes meias com o Armazém das Tintas. Defronte, o Cais da Princesa e um parque de chapas.Entre a doca nº 2 e as Carreiras, haviam as docas nº 3, 4 e 5.O espaço físico do estaleiro estava praticamente memorizado! Havia que continuar, agora mais aprofundadamente, a identificação com a Mecânica!A oficina de Mecânica tinha uma sala de desenho e gabinetes dos engenheiros e ATE (Agentes técnicos de engenharia) num piso elevado (a que hoje talvez se possa chamar de “mezzanine”), tendo por baixo a zona de Enchimento de Bronzes, a Preparação e a Distribuição de Trabalhos.Seguiam-se, junto à parede do exterior, os tornos mecânicos, na parte central, dum lado e doutro da zona de circulação ficavam ainda tornos, frezadoras, uma plaina, dois limadores, um escatelador vertical e duas serras de fita.Junto à parede interior, uma bancada corrida estava apetrechada de tornos de bancada para o serviço normal dos operários da oficina e para alguns que normalmente trabalhavam a bordo. No prolongamento desta bancada e junto ao portão do canto, estava uma área destinada aos soldadores destacados para a oficina da Mecânica. Ao fundo, da zona central, uma mandriladora, um torno vertical e um plano de traçagem e a seguir a estes, o sector destinado aos aprendizes e a ferramentaria.


Após a identificação do espaço físico, havia que, aos poucos, ir identificando o pessoal e, assim começou o que eu poderei chamar "O primeiro dia do resto da minha vida" porque, apesar de já trabalhar há 2 anos, este foi o primeiro emprego cuja escolha foi de minha inteira responsabilidade e que provocaria uma viragem na minha vida!

(Problemas de computador, ainda não totalmente debelados, impedem-me de colocar este "post" no próprio dia, 1 de Outubro. Do facto, as minhas desculpas.)

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

18 de Setembro de ... 1949 . Um dia inesquecível !...

(Devido aos problemas do meu computador e à impossibilidade de colocar este "post" no próprio dia 18, embora não tenha o impacto mediático do passado dia 11, aproveitei uma "boleia" amiga e aqui o estou a colocar já hoje).

Este dia deve ter sido previsto uns 8 anos antes. Mais propriamente desde o ano em que nasci!
Deu-se o caso de que no ano em que nasci:
O Sporting ganhou o Campeonato de Lisboa de Futebol.
O Sporting, ganhou o Campeonato Nacional de Futebol.
O Peyroteo marcou 29 golos.
O Sporting ganhou a Taça de Portugal, em Futebol.
O Sporting ganhou o Campeonato Nacional de Atletismo, em pista.
O Sporting ganhou o Campeonato Regional de Andebol, de Onze.
Francisco Inácio e o Sporting ganharam a Volta a Portugal em bicicleta.
Francisco Inácio ganhou a corrida Porto/Lisboa.
João Lourenço foi, pela primeira vez, campeão nacional de velocidade em pista, em amadores. Iria ser campeão, consecutivamente, até 1949!

Era tudo verde! Até os Óscares foram para o filme “O Vale Era Verde”, do John Ford (mais um João, este americano)!

Com todos estes acontecimentos, eu só podia ter “encarnado” (salvo seja) num fervoroso mini adepto “verde”. E foi assim que os acasos da minha vida trouxeram até mim (sim, não fui eu procurá-los) dois dos maiores futebolistas daquela época e de sempre, o João Azevedo, um dos nossos melhores guarda-redes, senão o melhor de sempre e o Peyroteo, um dos nossos melhores avançados.
Hoje, seria como estar com o Figo ou o Cristiano Ronaldo e em minha casa, vejam lá. Tudo isto por interpostas pessoas, essas sim fervorosas adeptas e conhecedoras também da minha “devoção”. Com o primeiro, tinha eu uns 6 anos, mantive uma conversa com ele, acompanhado dum exemplar da revista “Stadium”, procurando saber do seu estado de saúde pois tinha saído duma grave lesão. Com o segundo, talvez nos meus 7 anos, conheci a que iria ser sua esposa e ao seu colo fui debitando os nomes dos jogadores da equipa dos “5 violinos”, tendo o cuidado de, quando cheguei ao nº 9, ter “dobrado” a língua e dito, o sr. Peyroteo. Com 4 ou 5 anos, ainda sem sequer saber ler, eu conhecia os “bonecos da bola”, do Sporting, de tal modo que bastava mostrarem-me os jogadores da cintura para baixo e não falhava um!
Posto isto, valeram-me uns outros fervorosos adeptos ao convidarem-me para me deslocar a Lisboa (eu morava no Algueirão), para no Estádio Nacional assistir a um jogo de futebol. Imaginem qual! Nem mais nem menos, um Sporting-Benfica! Era o máximo! Não cabia em mim de contente, seria o meu primeiro jogo, ao vivo e a sério. No Algueirão já tinha assistido a alguns, com o Pêro Pinheiro, o Montelavar, o Sabugo e outros mas isso era num campo pelado e sem a emoção dos grandes jogos, se bem que eu vibrasse sempre com eles pois até podia ser um jogo de solteiros e casados que eu lá estava!
Chegado a esse dia, após o almoço, sem pressas porque o jogo principal ainda era antecedido dum jogo das reservas dos mesmos clubes e, por conseguinte, só necessitávamos de estar no Estádio lá para as 17 horas, os meus vizinhos puseram o carro a trabalhar, depois dumas boas voltas da manivela, que antigamente era assim e estávamos prontos para a viagem. Saímos, pela estrada poeirenta, direitos ao Algueirão de Cima, onde entrámos na estrada de Lisboa-Sintra. Passámos à Baratã, à Tala, Meleças, Belas e tudo eu ia observando uma vez que para Lisboa só conhecia a linha do comboio.
Cerca das 4 e meia chegámos ao Estádio, ainda sem muita gente e lá fomos para a bancada do topo norte, atrás duma das balizas. Aquilo sim, era um campo de futebol, à séria! Decorria o jogo de reservas e eu só tinha olhos para aquelas camisolas às riscas verdes e brancas. E lá estavam, o Tormenta, o Silvestre, o Ismael e outros que não eram do meu conhecimento. Terminado o jogo de reservas, penso que empatado 0-0 mas isso era o que menos importava, ficámos a aguardar pelo prato forte. Entretanto, ainda com o jogo de reservas a decorrer, diziam alguns: “Olha eles, já ali estão!” e eu lembro-me de ver, junto ao muro em volta do campo, entre outros, o Moreira e o Rogério. Estavam a chegar e daí a pouco todos entrariam, para gáudio da multidão!
E, quando o jogo começou, o Sporting alinhou com o Azevedo, Passos, Juvenal, Canário, Manuel Marques e Veríssimo e ficámos a saber que os “5 violinos” não estariam todos. Jogavam, Jesus Correia, Vasques, Peyroteo, Albano e faltava o Travaços, em virtude duma das suas já costumadas lesões. Quem o ia substituir seria o “Rola”, moço esguio, vindo do “Estarreja” e que se esperava fosse um bom substituto para o Peyroteo, que estava de saída e que, ficámos depois a saber, esse seria o seu último jogo oficial.
A primeira parte decorreu sem muitas preocupações, o Azevedo estava ali mesmo naquela baliza, perto de mim e o Benfica não atacava muito. Da outra baliza, a do Benfica eu pouco sabia o que lá se passava. Ficava lá ao fundo e bastava-me ver alguma coisa e ouvir o bruaá da multidão. Veio o intervalo e fomos até ao bar, desentorpecer as pernas e aliviar as vias urinárias. Aqui já se podia ver que o pessoal era bastante pois tornava-se difícil atravessar no meio do aglomerado de pessoas, todas a quererem atingir os mesmos objectivos.
Começou a 2ª parte e, agora, era a baliza do Benfica que estava ao pé de mim. Agora é que ia ser! Mas apesar das investidas do ataque do Sporting e do Peyroteo, em particular, às redes do Benfica, defendidas pelo Rogério Contreiras, o tempo ia passando e aparte umas cargas mais duras do Rogério sobre o Jesus Correia, que o faziam estatelar-se na pista de cinza (eles que até eram amigos), nada havia a assinalar. Estava a sentir-me defraudado mas, eis senão quando, a um mísero minuto do fim, só tive tempo de ver, quase no meio campo, sobre o lado esquerdo um molho de jogadores e, de lá de dentro, sair uma bola que parecia um foguete em direcção à baliza “encarnada”. O Contreiras mete as mãos à bola mas, ou pela força que ela trazia, ou por azelhice, a bola entrou na baliza. Foi gooooolo!!! Grande pontapé, do Veríssimo!
E enquanto eu ria e pulava de contente, o azarado do Contreiras, de boné na cabeça, só fazia era esfregar os olhos e queixar-se que teria sido por causa do sol. E, se calhar, até foi, mas ainda bem!
Quase de seguida acabou o jogo e eu todo inchado. Tinha visto o Azevedo e o Peyroteo, o Sporting tinha ganho e com essa vitória tinha assegurado a conquista da “Taça Preparação”! Tudo isto, num só dia!
O sol ia-se escondendo, saímos do Estádio, ainda parámos num café junto ao Colégio Militar e era já noite quando fizemos o retorno a casa. Eu, tinha ganho o dia e não o iria esquecer. De tal modo, que já tenho corrigido alguns afamados cronistas da nossa praça quando ignoram tal jogo. Claro que não posso deixar passar tal falha. Seria quase como dizerem-me que esse dia não tinha existido! Era o que faltava!
Hoje, ainda “verde”, mas mais “maduro”, lembro o tempo em que o desporto, principalmente o futebol, era outro, talvez um pouco ingénuo mas mais verdadeiro e em que eu, e a grande maioria, “corria a foguetes” porque a festa era, realmente, popular.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

FESTAS DE NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO, em COLARES

Em tempo de férias, venho aqui só para deixar o Programa das Festas de Nossa Senhora da Assunção, em Colares.
Todos, que desejarem estar presentes, serão bem vindos!
Há folhetos com a programação, a cores, mas eu só consegui arranjar este. As minhas desculpas mas, a Festa é a mesma...
Junto também, a todos os visitantes deste blogue, os meus votos de Boas Férias!!!




sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Ecos da Vida Rural ...

Muito se fala de agricultura mas muito poucos se lembrarão de como era a vida rural. E, é talvez por descargo de consciência que, hoje em dia, se levam as crianças a ver uma qualquer “quinta pedagógica”. As “quintas pedagógicas”, são como que a face romântica da agricultura. É quase como se fôssemos visitar o Jardim Zoológico, onde, tal como a vida rural, as espécies estão em vias de extinção. E, se bem que, no presente, tenham a sua utilidade, penso que a sua maior utilidade será no futuro, quando as novas gerações conseguirem interiorizar os ensinamentos que lhes forem sendo deixados. É um prazer ver as crianças fazendo descobertas e abrir os olhos de espanto tocando animais que qualquer criança do país rural conhece como a palma das mãos.
Sem verdadeiro conhecimento de causa, pouco poderei dizer, pois saí da minha terra com pouco mais de 3 anos. No entanto vou tentar. Oxalá não ande muito longe da verdade.
Dantes as famílias iam para os campos, seu local de trabalho. Não tinham horário fixo, de entrar às 8 da manhã e sair às 5 da tarde. Não tinham semana inglesa e o domingo nem sempre. Começavam o trabalho ao alvorecer do dia e só terminavam quando o sol se punha.
Deslocavam-se, com armas e bagagens, que é como quem diz, com o burro, o cão e não levavam o gato e o periquito porque em vez destes levavam galinhas. Todos tinham a sua utilidade. O burro, para o transporte dos seus pertences (normalmente, cada um fazia o percurso a pé, ao lado do animal que já levava carrego que bastasse), o cão para guarda e defesa e as galinhas para irem pondo uns ovitos. Eram galinhas que andavam à solta no campo e o maior problema era saber onde elas punham os ovos. Por vezes atavam-lhes uma linha a uma das patas para poderem seguir até ao seu poiso. Cumpre-me aqui lembrar a nossa “burrica” e o cão, o “Piloto”.
Os locais de trabalho, na ceifa, eram as “Nave Longas”, o “Coito”, a “Apartadura”, a “Batanada” e outros que decerto haveria mas de que não tenho de memória.

As famílias que iam para esses locais, construíam a sua própria casa, a “choça”, feita de colmo, onde faziam a sua vida enquanto durasse o período da ceifa. Ao seu local de habitação, chamavam, o ”fato”.
Tarefa dura, feita no Verão, sob a inclemência do sol, estava sujeita a todos os problemas da vida no campo. O homem ao lavrar e ao segar as searas, destruía o “habitat” natural de aves e répteis, tais como cobras, lagartos e lacraus e, por vezes, sofria o ataque ou, melhor dizendo a defesa destas.
As aves, os “milhanos”, atacavam os pintainhos e até as galinhas e os répteis, principalmente os “bitchos alacrários”, usavam as suas picadas para pôr em alvoroço e em sofrimento quem as sofria. Claro que a “bicharada” ao ser escorraçada do seu “habitat” natural, ia aparecendo pelos caminhos, mais junto à povoação e até mesmo na povoação. Porém, mais importante que todos esses problemas que a natureza lhes criava, eram as “maleitas” ou “sezões”, doença temida por todos e origem de muita mortalidade infantil após as ceifas.
A alimentação, frugal, eram o “gaspacho”, umas migas, feijão ou grão, azeite, só uns olhinhos dele que não se podia gastar muito, pão, queijo, chouriço e azeitonas, tudo por conta e medida! E, depois dum sono, que não devia tardar, de tal modo o corpo o pedia e que se esperava fosse reparador, o novo dia começava bem cedo!
Hoje, com os campos por cultivar, a vida animal refaz-se um pouco e retornou aos campos deixando mais livres os povoados ou, mais propriamente, os despovoados. As pessoas ouvem falar que a vida era difícil e as “quintas pedagógicas” só lhes podem dizer quão bonito é ver uma planta a crescer ou uma árvore a dar fruto, não lhes diz o quanto sofrimento esteve na sua origem!
Naquele tempo não havia Novas Tecnologias, nem Novas Oportunidades. Não havia nada novo, além dum Estado que diziam Novo. Não havia Serviço Meteorológico. As Oportunidades eram Únicas e eram os velhos que ensinavam, num conhecimento ancestral, olhando para o céu, a saber se ia fazer sol, chover ou ventar. A saber qual a melhor época para semear e para colher. Fazer matanças e preparar as carnes. Fazer queijo e pão. E, dizem, que não tinham tecnologia…
Quem, hoje, é capaz de fazer isso?

( imagens retiradas de portugal.ecovillage.org ; arquivo digital (cena de ceifa em Assequins) ; paradadegonta.blogs.sapo.pt ; oreinodosanimais.blogspot.com )

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

SAUDADES OU SÓ LEMBRANÇAS … DO ALGUEIRÃO ( II ) Conclusão

Depois, coube-me explorar a outra parte do meu Mundo, a parte de Baixo, Algueirão Novo!
A ligar as duas partes, a de Cima com a de Baixo, havia uma estrada (ainda hoje Estrada do Algueirão), poeirenta, que hoje, ruas com casas dum lado e doutro, é difícil a quem a não conheceu, saber onde passava. Como alternativa, havia um atalho (hoje o que, praticamente, é a rua dos Morés) pelo meio dos campos, onde, entre campos de cultivo, havia uma Fábrica da Telha.
A estrada, propriamente dita, começaria por alturas do que são, hoje, a Escola Primária e a Igreja, descia ligeiramente e depois de uma subida um pouco mais acentuada, curvava, onde hoje é a rua do Mercado, um pouco abaixo donde foi construído o reservatório de abastecimento de água (que ainda não havia, dado que a água que se utilizava era de poços ou fontes) para a esquerda e para baixo, descia de novo até encontrar a entrada inferior do atalho, numa zona baixa onde estava e ainda está uma mercearia e taberna que não recordo o nome (talvez, “A Competidora”) mas que era do “Pérlita”. Neste local, de passagem duma vala, houve certa vez uma grande inundação que impossibilitou a comunicação dos dois lados da povoação. Ainda pior, porque era por aqui o acesso de e para a estação dos caminhos de ferro!
Com o meu novo Mundo situado cá em Baixo, continuei a minha exploração. As casas aqui, eram mais novas e em maior número mas o movimento de pessoas nem por isso. Muitas das casas eram de veraneio (com o consequente abandono durante o resto do ano) e noutras, as pessoas não trabalhavam no Algueirão, saiam de manhã e retornavam já de noite. A proximidade da estação de caminhos de ferro, ajudava a isso.
É, então, que o centro do Mundo passa para o que se chamaria Rua M (ou seria N?) e hoje é a Rua de Santo Estêvão!
E, é daqui que eu parto para a descoberta do resto do Mundo. Não me alargava muito, pois normalmente só ia até à linha do comboio.

Para lá da linha, ia à drogaria, à farmácia, ao cinema “Chaby”, acabado de construir e uma ou duas vezes, a uma drogaria, o “Africano”, para comprar lixívia (que os tempos eram de crise e não a havia em qualquer lado), ali para os lados dos Casais de Mem Martins.
Pois bem, saindo da tal rua M (ou N), chegava à estrada e, para baixo lá encontrava, do lado esquerdo os “Correios”, depois, à direita o “Pérlita", mais à frente, à esquerda a “Cabeleireira”, numa vivenda, lá para dentro e, já quase junto à linha, do lado esquerdo uma taberna, a “Cova Funda”, e na esquina defronte, uma mercearia. Do lado direito, entre outros havia uma capelista e outra mercearia, e mais acima o talho do Alberto Conde, pai do cavaleiro tauromáquico Manuel Conde (*). Este, tinha casado com a filha do Crispim, do Algueirão de Cima; e dizia-se que a família Conde, seriam os mais ricos de Maçãs de D. Maria! Dinheiro atrai dinheiro!
Ainda junto à linha e no sentido de Sintra, começava a Avenida Capitão Américo dos Santos que, penso ligava à avenida, chamada da “Torrejana”, porque lá no fim ficava uma loja (mercearia) com esse nome. Penso que hoje, essa avenida é a avenida Val do Milho.
Atravessada a linha, do lado esquerdo, ia-se até à Ribeira de Fanares, onde muitas vezes fui com minha mãe, para lavar roupa. Hoje será mais uma ribeira enterrada, talvez sob a Av. dos Capitães de Abril.
Em frente, além da drogaria do “Poças”, da farmácia “Químia” e duma mercearia, a que eu achava muita graça por dizer que era um Armazém de Víveres, coisa estranha para mim, e que ficava defronte da que foi Av. Chaby Pinheiro (penso eu), havia então nessa tal avenida, que pouco mais era do que um descampado, o Cinema “Chaby”. Foi neste cinema que eu vi o “Fado”, "Não há rapazes maus", “Duelo ao Sol”, “A Loura Incendiária”, “Sangue Ardente”, “Tão perto do meu coração”, e “Tarzan e a Fonte Mágica”, o primeiro filme do Tarzan interpretado pelo Lex Barker.
Não foram muitos os filmes que vi mas eu devorava os cartazes que apareciam na montra do “Pérlita”.
E, do lado de lá da linha, em Mem Martins, para mim, era tudo.
Do lado de cá, defronte da minha rua havia o que hoje é a rua do Forno e que era um caminho, até ao atalho. O forno era um forno de cal, local onde era frequente haver acampamento cigano, o que me obrigava, ao passar por ali, no meu caminho para a escola, a fazer uma espécie de “sprint” relâmpago, de modo a ver-me livre de sensações e medos estranhos demais para um miúdo.
Em sentido inverso, a zona de vivendas ali à volta, incluía uma padaria e um terreno mesmo a pedir que se fizessem ali uns “joguinhos” de futebol, que eu aproveitava na companhia de alguns veraneantes. Depois havia um regato, seco no Verão, uma zona de mato, e chegava à “Torrejana”, zona de mais algumas vivendas que se iam distribuindo na avenida, até à linha do comboio. Pouco mais havia, naquele mato imenso que ficava ali defronte de Ouressa mas, mesmo assim, lá no meio, o Colégio D. Afonso V, isolado, parecia não se importar muito com isso. O certo é que anos mais tarde, mudou-se para os lados de Fanares.
Por aqui, nada mais havia. De referir que para lá do atalho, na direcção das Mercês, havia o “Pinhal da Formiga”, onde corria uma ribeira que julgo seria a Ribeira de Fanares e onde apanhava lírios nas suas margens. Hoje, são ruas e prédios!
Assisti, à construção do edifício da Estação de Caminho de Ferro, pois até ali, o Algueirão, era apenas um apeadeiro; à viagem inaugural das primeiras carruagens, suíças, viagem feita pelo senhor Presidente do Conselho, dr. Oliveira Salazar e à viagem da rainha D. Amélia, a Sintra.
E, dos 3 aos 9 anos, foi este o meu Mundo, conhecido a palmo e que hoje me recuso a reconhecer mas que não esqueço!
A freguesia mais populosa do país, parece nunca ter tido passado. E futuro, terá?

(A foto do cinema "Chaby", foi retirada do blogue www.algueirao-memmartins.blogspot.com e penso que seja dos anos 70 pois vê-se, nela, o que me parece ser um Fiat 127)

(*)Alertado por leitor atento e porventura mais conhecedor do que eu, aqui fico a correcção do que eu, por lapso de memória ou outro, escrevi no "post" original e que foi : "e mais acima o talho do Alfredo Conde, cavaleiro tauromáquico, pai do também cavaleiro Manuel Conde", o que está manifestamente errado pois que Alfredo Conde era o seu irmão e que eu, até agora, desconhecia que também tivesse sido cavaleiro tauromáquico. Vivendo e aprendendo!
Aqui fico também o meu agradecimento ao leitor Serafim Coito.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

SAUDADES OU SÓ LEMBRANÇAS … DO ALGUEIRÃO ( I )

Saudades do Algueirão, mas de quando o Algueirão era o Mundo, o meu! Não este de agora em que é um mundo inter-racial mas com falta de identidade ou à procura da mesma.

Um Algueirão Velho, ou de Cima, que quase se mantém na mesma, mas só quase. Lá está ainda a sede do clube, o “Recreios Desportivos do Algueirão”, “a sociedade” como lhe chamávamos, o freixo, talvez centenário e defronte, agora, um arremedo de jardim, onde fora o “campo da malha”. Faltam, a taberna do ti’Agostinho ostentando nas paredes pinturas alusivas aos caçadores que como é natural frequentavam a casa; a taberna do Manecas, tendo o balcão ao fundo e nas prateleiras, por cima, lá estavam as botijas (seriam de aguardente?)**, que depois de usadas eram utilizadas no inverno para, com água quente, aquecer as camas de cada um.A minha casa, com o freixo defronte, era o centro do Mundo!
Daí, eu partia, em frente, para o atalho que um dia seria o meu caminho para a Escola Primária e iria descobrir outros mundos. Para a esquerda, pela estrada de terra batida, passava defronte da “sociedade” e chegado ao cruzamento com a estrada Lisboa-Sintra (que só havia esta e hoje se chama Rua da Associação), já alcatroada, podia escolher que caminho podia seguir. E é deste cruzamento que vou reviver os vários itinerários. Assim, para a direita e ligeiramente a subir, no sentido de Lisboa, meia dúzia de vivendas, dum lado e outro da estrada, passava o campo de futebol, terreno pelado e, mais à frente, outra meia dúzia de casas, estas já antigas e de piso térreo. E era ali, onde a estrada continuava, descendo até à Baratã e uma outra, a das Mercês, do lado direito confluindo com esta, e lá estava o edifício, térreo, de 4 salas de aula. A Escola Primária do Algueirão, hoje transformada em “stand” de motorizadas!

Então, podia continuar mais um pouco na direcção da Baratã e, terrenos do lado esquerdo, encontrávamos do lado direito o “Pinhal do Escoto”, aprazível local de frescura, muito procurado pelos veraneantes, pela sua sombra e água fresca que brotava duma mina. Hoje, esse pinhal, que se estendia até à estrada das Mercês, parece ter sido todo arrasado, encontrando-se aí localizados um “hipermercado” e uma “bomba de gasolina”. Também a “Tapada das Mercês”, espaço enorme, onde se fazia a “Feira das Mercês”, se comiam as castanhas e se provava a “água-pé”, desapareceu e se transformou num grande projecto imobiliário.
Voltando ao cruzamento inicial, seguindo em frente, pela estrada da Barrosa, terrenos dum lado e outro, ao fundo uma quinta e, mais uns metros à frente, após uma ligeira subida, lá estávamos, bem no alto, junto ao “Pinoco”, marco geodésico que me habituei quase a “venerar”. Para mim, era um local importante. Era o mais alto e, dali, tudo se via em redor. Lá estavam o Palácio da Pena, o castelo dos mouros e toda a zona “saloia” envolvente. Por vezes, que eram muitas, se o vento ajudava, lançavam-se os “papagaios” e ouviam-se os sinos de Mafra, enquanto se viam e ouviam as avionetas que aterravam e descolavam ali mesmo, na Granja! Soberbo!
Por último, se fosse para a esquerda, descendo a estrada para a Granja (“Granja do Marquês”), no sentido de Sintra, tinha à direita a loja do Crispim (possivelmente o homem mais rico da terra), uma casa anexa e um enorme pátio interior, onde até uma tourada lá se fez. Do lado esquerdo, a casa do Crispim com a sua capela, que servia a povoação. Depois a barbearia, pequena e de que recordo, nas paredes, calendários e quadros alusivo à 2ª Guerra Mundial. Lá estavam, fotos da Royal Air Force e da família real inglesa. Continuando, até que a estrada começava a descer, haviam, do lado direito, algumas casas e um muro, revestido de desperdício de azulejos, muito colorido. Chegados ao início da descida, onde um dia vi a passagem dos ciclistas da Volta a Portugal, mas na subida, levando o José Martins até Lisboa (Estádio Nacional) para a consagração final. Do lado esquerdo, avistava Sacotes, pequena povoação que, para mim, era outro mundo. Ainda por cima havia toda uma história referente a um indivíduo, o “Maneta”, que tinha sido encontrado morto em casa e que se dizia ter caramelos lá em casa que, de vez em quando, dava aos miúdos. Jurei nunca mais comer caramelos. Podiam ser do “Maneta”!
Prosseguindo, estrada abaixo, chegava junto à pista do aeródromo da Granja (Base Aérea nº 1), a qual atravessava a estrada. Era estranho e originou alguns acidentes entre avionetas e automóveis, embora estes fossem raros nesses tempos.
Muito também do conhecimento geral eram os voos a que os pais tentavam levar os filhos com tosse convulsa, pois se dizia que fazia bem e talvez fizesse. Só que, por vezes, o azar bate à porta e houve um caso de avioneta caída e morte dos ocupantes. E, terminaram os voos!
Da Granja para lá, Pêro Pinheiro ou Montelavar, isso eram outros mundos!
Em linhas gerais, este era o meu primeiro Mundo, atendendo a que esta seria a minha terra de adopção.

** Só há poucos dias soube que essas tai botijas, eram de "Licor de Genebra"

(continua)

quinta-feira, 28 de julho de 2011

E, já passaram 40 anos ! ( 3 ) ( "EU" )

Espero que não me apelidem de narcisista mas mal ficaria, também, se aqui não colocasse os versos que me auto dediquei e que resumem um pouco da minha passagem pelo IIL!

“ EU “
( Auto biografia )

Um pouco de recurso
para aqui vim um dia.
Para tirar um Curso
de Máquinas e Electrotecnia!

Para cumprir este fado,
( canção assaz nacional ),
logo fui mentalizado
no Cálculo Vectorial!

Ao 2º Ano passei,
continuei a caminhada!
Em Tecnologia, fui rei,
mas esta era "falada"!

Porém, Mecânica e Física Especial
muito me fizeram sofrer.
Mas, num "sprint" final,
ao 3º ano fui ter!

Isso estava eu a pensar!
Enfim, foi puro engano.
Nem me quero lembrar
que voltei ao 1º Ano!

Cumpriu-se então a minha sina
e a Química fui tirar.
Escolhi, logo, a Etelmina.
Só ela me podia salvar!

Mais um ano subi,
( que, afinal, foram dois ).
Mas, não fiquei por aqui,
porque outro veio depois!

Ainda, no 3º Ano,
e ao dizer isto não peco.
Órgãos, pelo sistema "Americano",
é só de copiar o "boneco"!

Electricidade, no mesmo Ano,
ainda me faz lembrar
os relatórios para o Emiliano
e os pontos para dispensar!

Para aqui estou, agora,
com o resto da rapaziada.
Mas, já nos vamos embora
pois não fazemos cá nada!

Também os versos que vos dedico
Encerram alguma verdade,
e deste vosso amigo, Celorico,
levam um abraço de amizade!

( The End )