segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Um castelo ... na cidade de Ulisses!

No dia dos 100 anos da República. A seus pés, a urbe e a velhinha Sé

Não! Não vou falar do meu castelo preferido (o de Almourol), apenas porque, infelizmente, o não conheço suficientemente bem. A verdade é que enchia de insondáveis pensamentos a minha cabecita de criança quando, de comboio, pouca-terra, pouca-terra, o avistava ali mesmo, no meio do Tejo, nas poucas viagens à minha terra natal.
Vou, então, falar do castelo que tenho mais à mão, ou seja, mais à vista.

Plantado numa das sete colinas desta Lisboa que eu amo, apesar de tudo, o castelo de S. Jorge, um dos maiores emblemas da cidade, lá está dominando a parte ocidental da cidade e tendo vista privilegiada do imenso estuário do Tejo, outrora pejado de pequenas embarcações, a remos ou de velas bandas ou enfunadas e onde os golfinhos vinham fazer as suas acrobacias.
Com um passado que remontará ao séc. VII a.C., foi abrigo de muitos povos, desde gregos, fenícios, romanos e visigodos. Também aqui estiveram Afonso II, das Astúrias, e Ordonho III, de Leão, nas suas lutas contra a ocupação muçulmana.
Testemunho de grandes momentos da nossa história, a tudo ele assistiu, sempre atento à entrada da barra e a possíveis ataques inimigos.
Conquistado aos mouros por D. Afonso Henriques, em 1147, após um cerco de cinco meses, com a ajuda dos cruzados (uma frota da Segunda Cruzada) e, segundo a lenda, com a preciosa ajuda dum soldado, Martim Moniz, que terá dado a vida morrendo entalado na porta do castelo, impedindo o seu fecho. Verdade ou lenda, o certo é que lá está, para o perpetuar, a Praça de Martim Moniz, hoje em dia local de concentração multirracial e multicultural.
Devido às guerras sofreu de muita destruição, a última, pior que uma guerra, foi o terramoto de 1755. Mas, tal como as destruições, também as reconstruções se sucederam e, assim, são encontrados muitos vestígios de outras civilizações e também restos das muralhas que foram alargando o perímetro de defesa do castelo. Ainda podemos ver restos da muralha fernandina, mandada construir por D. Fernando I.
É este o Castelo que foi residência de Reis, que hoje é atracção de turistas nacionais e estrangeiros, orgulho da cidade e do país e que no dia 16 de Junho de 1910, por decreto de D. Manuel II, foi considerado Monumento Nacional. Foi apenas há 100 anos, para quem tem tantos séculos de vida!

Este é o texto com que participo na Blogagem de Outubro do Blog "Aldeia da Minha Vida".
A participação é livre, com textos e comentários e, como convém, continua a distribuição de prémios. Não fazem a coisa por menos, exemplares do magnífico "Guia Turístico" editado pela empresa Olho de Turista e da autoria de Susana Falhas. A não perder!
Para aceder ao blog, basta "clicar" no selo, à esquerda!

2 comentários:

  1. João
    Não tenho conseguido escrever nada para o "Aldeia", mas seria também o Castelo de S. Jorge o meu escolhido. Também não é o meu preferido,adoro o de Marvão, mas é esse o da minha cidade.
    Desejo uma boa pontuação.
    Beijinhos
    Lourdes

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  2. O castelo de Almourol, também fez parte do meu imaginário de criança. Causava-me sempre um enorme fascínio, pois também eu, ainda me lembro de o ver no meio do Tejo, quando ia sempre à janela do comboio… E como adorava essa viagem de comboio. Estou sempre a dizer a meu filho: “um dia vou-te mostrar como é muito mais bonita a viagem para a terra de comboio…” Um dia… Um dia que vou sempre acabando por adiar, devido à comodidade do automóvel…
    Quanto ao castelo que elegeu, foi sem dúvida, uma excelente escolha. Grandioso e imponente, lá continua para contar a sua História, e nos deslumbrar com a vista que consegue alcançar…
    Ainda hoje se fazem escavações e descobertas nos seus terrenos, conforme pude constatar há para aí um ano… Num dia em que meti a mochila às costas e parti com meu filho, à descoberta de Lisboa.
    Deixámos o carro à porta, e atravessámos o Tejo de Cacilheiro, indo depois a pé do Cais do Sodré até Alfama. Nesse dia, meu filho apreciou Lisboa, pelo menos, pelos locais por onde passámos. E quando chegámos ao Castelo, repleto de turistas, “perdemo-nos” nas suas muralhas…
    Foi dos melhores dias que tivémos. Foi um dia em que estávamos sozinhos em casa, aborrecidos, e assim de repente, resolvi fazer algo diferente com ele.
    E por vezes, as coisas que não programamos, são as que saem melhor…
    Temos locais fantásticos tão perto, e por vezes devido às próprias barreiras que criamos, não usufruímos das coisas simples da vida…
    Gostámos tanto do Castelo de São Jorge, que concordámos ambos, lá voltar um dia…

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