sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Há mais marés que ... companhias de navegação marítima ! ( 1 )

Há mais marés que companhias de navegação marítima mas, apesar de tudo, são bastantes as companhias que mantiveram ou mantêm as suas unidades cruzando os oceanos.
Portugal também se pôde orgulhar de algumas delas, hoje já bem poucas mas o mar continua no mesmo sítio e à espera de quem o queira utilizar. Porém, por aqui, parece estar-se “à espera de Godot”!
Deixando um pouco esta dissertação, vou dar início a uma série de “posts”, baseados num folheto editado pela “Texaco”, em 1982, apresentando o “design” das chaminés dos navios de 167 companhias de navegação.
Infelizmente, das companhias portuguesas apenas está representada, e mal, a CNN, Companhia Nacional de Navegação. Digo mal, porque o que nos é apresentado é o logotipo da CNN. Julgo que a falta de outras companhias, as mais importantes, será porque já teriam encerrado portas em 1982!
Esta falta, porém, estende-se também a importantes companhias estrangeiras, tais como, Elf, Shell, BP, Esso, Agip e decerto muitas outras. Mesmo assim, acho que vale a pena colocar aqui o documento. 

Desde muito cedo me acostumei a ficar “encantado” pelas cores e desenhos das chaminés dos navios e a identificá-los pela sua origem.
Assim, nos anos 50 e 60, a minha atenção ia para os navios que demandavam a gare marítima da Rocha. E era ver os argentinos, Salta; Corrientes, Eva Perón, Presidente Perón e o Libertad com a sua chaminé listada de preto, azul claro e branco; 
"Salta"
(retirado de www.histarmar.com.ar)
os franceses, Général Leclerc, Louis Lumière; Laennec com chaminé creme, faixa central branca com estrelinhas vermelhas; 
(retirado de www.posterclassics.com)
os ingleses, Arcadia, Orcades e Chusan com a sua chaminé creme forte; 
"Arcadia"
(retirado de www.simplonpc.co.uk)
os italianos, Saturnia, Vulcania e os da Linea “C”, Anna C e Federico C; 
"Vulcania"

"Federico C"
os americanos, Independence e Constitution 
"Independence"
(retirado de www.cruisehinehistory.com)
e holandeses, talvez o Niew Amsterdam,
"Niew Amsterdam"
(retirado de www.ssmaritime.com)
que me chamavam a atenção por terem as cores da chaminé parecidas com as da Companhia Colonial de Navegação. 
É, pois, do meu especial agrado este “post”.



De cima para baixo e da esquerda para a direita temos, então:

1ª linha:
Admanthos Shipping Agency, Inc. ; Alcoa Steamship Co., Inc. ; Almare S.p.A.; American Atlantic Lines ; American Foreign SS Corp. ; American President Lines ; American Trading Transportation Co., Inc.
2ª linha:
Barber Lines ; Sig Bergesen d.y. & Co. ; Blue Funnel Line ; Blue Star Line, Inc. ; Booth Lines ; Thos. and Jno. Brocklebank, Ltd. ; Brostroms Shipping Co.
3ª linha:
Chandris Lines ; Chevron Shipping Co. ; China Union Line, Ltd. / Culny, Inc. , Agents ; Columbus Line, Inc. ; Compagnie General Maritime (French Line) ; Compagnie Maritime des Chargeurs Reunis ; Companhia Nacional de Navegação
4ª linha:
Delta Steamship Lines, Inc. ; Ditlev-Simonsen ; Djakarta Lloyd ; The EAC Lines/East Asatic Co., Ltd. ; Elder Dempster Lines, Ltd. ; El Yam Bulk Carriers (1967) Ltd. ; Empresa Hondureña de Vapores, S. A. ;
5ª linha:
Getty Oil Co. ; Golden Peak Maritime Agencies, Ltd. ; Gotaas-Larsen, Ltd. ; Great American Lines Inc. ; Great Eastern Shipping Co. , Ltd. ; Greenstate Marine Corp. ; Gulf Oil Corp.
6ª linha:
Hvide Shipping, Inc./ Seabulk Fleet ; Iceland Steamship Co., Ltd. ; Independence Maritime Agency, Inc. ; Insco Lines, Ltd. ; Intercontinental Transportation Services, Ltd. ; Interocean Management Corp. ; Italian Line



"Berge Emperor"
(retirado de www.globalleadconsult.blogspot.pt) 
Da Sig Bergesen me acostumei, na Lisnave, a ver e a “sofrer” com os trabalhos de reparação de vários “tankers”, os “Berge”.


"Hildebrand", encalhado em Cascais e já esperando a hora da sua "morte anunciada"
(retirado de www.naviosavista.blogspot.com)
Da Booth Lines, ficou-me na memória o encalhe do “Hildebrand”, no ano de 1957, em Cascais e os trabalhos em que se viram metidos os rebocadores, “Praia da Adraga”, da Sociedade Geral, “Monsanto” da CCN e o “D. Luiz” da AGPL. Trabalho infrutífero pois o “Hildebrand” lá ficou a acabar os seus dias. Por incrível que pareça nos tempos de hoje, consta que o navio não estava equipado com radar, assim como outros da mesma companhia, o que parecia quase ser uma imagem de marca. A austeridade saiu cara!

Da Compagnie Maritime des Chargeurs Réunis, recordo os acima já referidos, “Général Leclerc”, o “Louis Lumière” e o “Laennec”.

Da Companhia Nacional de Navegação, não chegariam várias páginas para escrever sobre ela, mormente sobre o navio “Angola” por maioria de razões e sobre o qual já alguma coisa escrevi e pode ser consultada neste blogue.




A proa do "Universe Patriot" na doca 10 da Lisnave
aquando da grande reparação, devida à explosão nele ocorrida!
(retirado de www.estaleiros-navais.blogspot.pt)
Quanto à Gulf Oil, cujos navios, com alguma frequência, eram reparados na Lisnave, o primeiro com o qual tomei contacto foi o “Universe Patriot” e a sua grande reparação após acidente provocado por violenta explosão. Outros vieram depois, tais como, “Universe Ireland”, “Universe Portugal” e “Universe Japan”.




O navio "Andrea Doria" adornado e prestes a afundar-se
(retirado de www.dw.de)
Da Italian Line, na década de 50, além de “Saturnia” e “Vulcania”, também já referidos, recordo ainda o afundamento do “Andrea Doria” quando rumando a Nova York, devido a forte nevoeiro, colidiu com o “Stockholm” (*). Se já não bastasse o estrago provocado pela colisão, problemas de falta de estabilidade parecem ter apressado o seu afundamento.

(*) Posteriormente à elaboração deste "post" tomei conhecimento de que este "Stockholm" é hoje o "Azores" da Portuscale Cruises.

(continua)

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