domingo, 17 de outubro de 2010

Jóias de Salvaterra ( 2 ) - O Pelourinho


O Pelourinho na Praça,
símbolo perfeito e fiel,
representa, para quem passa,
o foral de D. Manuel.


O pelourinho de Salvaterra do Extremo, classificado Imóvel de Interesse Público (Decreto 23122, no Diário do Governo de 11/10/1933), é um monumento quinhentista, erguido na praça central da povoação, junto de uma torre sineira e da antiga Casa da Câmara, ambas de raiz igualmente quinhentista (provavelmente datadas de quando D. Manuel I renovou o foral de Salvaterra, em 1 de Junho de 1510). Assenta em plataforma de feitura recente, datada de uma intervenção de meados do século XX.
Sobre soco moderno, de três degraus quadrangulares de aresta, assenta o conjunto da base, coluna, capitel e remate, de clara tipologia manuelina. A base da coluna é oitavada, de faces ligeiramente côncavas, e decoradas com pequena rosetas. Nela encaixa o fuste, liso e de secção octogonal (de cerca de 3 metros de altura), encimado por capitel oitavado, molduras salientes na zona inferior e no topo. As faces do capitel são decoradas com rosetas e botões lisos. O remate é constituído por um prisma oitavado de boas dimensões, cujas faces alternadas apresentam relevos heráldicos, nomeadamente um escudo nacional coroado, uma esfera armilar, uma cruz da Ordem de Cristo e, possivelmente, uma cruz da Ordem de Avis. O pelourinho é finalmente coroado por pirâmide oitavada de topo truncado, com faces ornadas de séries verticais de três botões, de tamanhos decrescentes.
De realçar a presença do conjunto da heráldica manuelina tradicional, nomeadamente o escudo das quinas, a esfera armilar, símbolo pessoal de D. Manuel e a cruz da Ordem de Cristo, da qual Salvaterra do Extremo foi comenda.
A tradição local afirma ter sido este monumento inspirado no ceptro do monarca.

Bibliografia: Descrição baseada no site www. ippar.pt, e em informação dispersa na net, livros e jornais. Gravura, retirada de carteira de fósforos duma série intitulada “Pelourinhos Portugueses”.
A quadra faz parte duns versos, da minha autoria, dedicados a Salvaterra.

1 comentário:

  1. Já não se fazem carteiras de fósforos como antigamente, não é amigo João?
    Para mim, é sem dúvida o pelourinho mais bonito, e com tanto significado nele gravado…

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