

Uma vez acabado o tempo de embarque, e cumpridos 6 meses na Marinha de Guerra, havia que rumar ao objectivo há muito traçado. Tirar o Curso do Instituto Industrial.

Profissionalmente continuei na Lisnave (grupo CUF, onde estava desde os meus 17 anos), agora como Gestor, mas numa área que era considerada a pior do Estaleiro, para onde ninguém queria ir e eu não fugia à regra. Quis então, o acaso, que eu fosse percorrendo outros sectores do Estaleiro e mostrar que aquele sector não era destinado a inaptos, pois foi a partir daí que eu pude enriquecer os meus conhecimentos e não ficar apenas apegado aos conhecimentos teóricos dum Curso e duma qualquer área de conhecimentos. Tal valeu-me, viajar (em serviço, claro) pela Europa, pela África (de novo), Arábia Saudita e até à Índia onde mais um acaso fez com que eu estivesse numa terra que muito eu desejava ver, em Pondá, pois foi onde um tio meu esteve em comissão de serviço militar. Tudo isto porque, o acaso, fez-me entrar na área dos “Projectos”. Como fim de vida profissional e devido a todos estes acasos anteriores fui parar à construção do Centro Comercial Colombo onde me mantive até à abertura da loja “FNAC”. Ela abriu e eu fechei! 42 anos depois de ter começado a trabalhar, por acaso!

Os últimos acasos têm sido estes dos poemas, das blogagens e da história de Salvaterra. Nada foi premeditado. Apenas foi acontecendo.
Muitos mais acasos me aconteceram na vida, nem sempre pelas melhores razões. Chamem-lhe o Acaso, o Destino, a mão de Deus ou do Anjo da Guarda, o que é certo é que muitos desses acasos me levaram a vida para direcções que eu nunca pensei e, por vezes, até bem contrárias às que eu ia delineando (por exemplo, fiz a admissão ao Curso Comercial e acabei por ir parar ao Curso Industrial, fui à inspecção militar, estive destacado para ir para o Exército, Escola Prática de Infantaria, e acabei por ir para a Marinha)!
Espero agora, que o acaso faça terminar os meus dias (que o diabo seja cego, surdo e mudo, te arrenego Satanás, longe vá o agoiro) por mero acaso, como aliás acontece com toda a gente e que esse acaso venha longe!
Por acaso, isso fazia-me um certo jeito!