quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A vida, também é feita... de acasos ( conclusão )

Tirado o Curso da Náutica, para que cumprisse na marinha mercante o tempo correspondente ao serviço militar, embarquei e o acaso quis que visse, pela primeira vez, a minha tia, irmã do meu pai, que estava em Lourenço Marques e que eu, em miúdo, sonhava ver um dia. Como seria, eu nunca o podia adivinhar.

Uma vez acabado o tempo de embarque, e cumpridos 6 meses na Marinha de Guerra, havia que rumar ao objectivo há muito traçado. Tirar o Curso do Instituto Industrial.

Vários acasos aconteceram e, terminado o Curso, continuei nas Pedagógicas que, por acaso, tinham sido criadas, com o intuito de dar sequência aos estudos e ingressar no Técnico. Mais alguns acasos, o acesso ao Técnico esteve eminente, os tempos eram conturbados, sem aulas mas com muitas RGA’s. Eu já não tinha vida para isso e terminou por aqui a minha vida académica.
Profissionalmente continuei na Lisnave (grupo CUF, onde estava desde os meus 17 anos), agora como Gestor, mas numa área que era considerada a pior do Estaleiro, para onde ninguém queria ir e eu não fugia à regra. Quis então, o acaso, que eu fosse percorrendo outros sectores do Estaleiro e mostrar que aquele sector não era destinado a inaptos, pois foi a partir daí que eu pude enriquecer os meus conhecimentos e não ficar apenas apegado aos conhecimentos teóricos dum Curso e duma qualquer área de conhecimentos. Tal valeu-me, viajar (em serviço, claro) pela Europa, pela África (de novo), Arábia Saudita e até à Índia onde mais um acaso fez com que eu estivesse numa terra que muito eu desejava ver, em Pondá, pois foi onde um tio meu esteve em comissão de serviço militar. Tudo isto porque, o acaso, fez-me entrar na área dos “Projectos”. Como fim de vida profissional e devido a todos estes acasos anteriores fui parar à construção do Centro Comercial Colombo onde me mantive até à abertura da loja “FNAC”. Ela abriu e eu fechei! 42 anos depois de ter começado a trabalhar, por acaso!

Os últimos acasos têm sido estes dos poemas, das blogagens e da história de Salvaterra. Nada foi premeditado. Apenas foi acontecendo.
Muitos mais acasos me aconteceram na vida, nem sempre pelas melhores razões. Chamem-lhe o Acaso, o Destino, a mão de Deus ou do Anjo da Guarda, o que é certo é que muitos desses acasos me levaram a vida para direcções que eu nunca pensei e, por vezes, até bem contrárias às que eu ia delineando (por exemplo, fiz a admissão ao Curso Comercial e acabei por ir parar ao Curso Industrial, fui à inspecção militar, estive destacado para ir para o Exército, Escola Prática de Infantaria, e acabei por ir para a Marinha)!
Espero agora, que o acaso faça terminar os meus dias (que o diabo seja cego, surdo e mudo, te arrenego Satanás, longe vá o agoiro) por mero acaso, como aliás acontece com toda a gente e que esse acaso venha longe!
Por acaso, isso fazia-me um certo jeito!

10 comentários:

  1. E esse por acaso de terminar seus dias,vai ficar bem longe sim,aliás esse acaso dà, jeito a todos nós.
    Belo percurso sim senhor,e assim se faz uma vida de sabedoria,conhecimento,e também de acasos muito felizes por certo.
    Todos os seus familiares decerto estão orgulhosos de si.
    Vá-nos presenteando então, agora com os seus poemas as suas histórias e os seus blogs.
    (Já agora vai ter que se habituar ao acordo ortográfico!!!!! eu cá vou dessobedecer... tive umas professoras óptimas a ensinarem-me o português como deve ser,e agora isto??)
    Felicidades
    Ana Bernardo

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  2. Certamente que esse agoiro ainda vem muito longe ! Nem pense em tal senão , eu que tenho estado com gripe , como toda a família a, ainda penso o pior e isso não me dava jeito nenhum também ,até porque desde pequena que digo que vou ser como uma das minhas bisavós que partiu quando ia fazer 100anos !!!
    Quanto eu seu percurso subscrevo o que disse a minha colega de liceu . Como ela estou com dificuldades de adaptação ao novo português que está a nascer , apesar de dizer para mim mesma que as línguas têm de evoluir senão viram línguas mortas ,como sucedeu com o latim ; que o próprio grego de hoje é muito diferente do clássico ,tal como o português de hoje é diferente do do início do séc. passado ,para já não falar da Idade Média . Enfim farto-me de argumentar comigo mesma ... Para me convencer até comprei na feira do livro o «Acordo »...
    Mas ,seja em português ultra -modernaço ou naquele em que nos habituámos a escrever , continue fazendo-o no seu blogue para bem de todos nós .
    Saudações raianas
    Quina

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  3. O João vai por certo, permitir que use blogue dele para perguntar á Quina se quando se deu o 25 de Abril de 74 andava no Liceu.Esse ano foi uma maravilha para quem estava á beira do chumbo!!! foram passagens feitas á toa, sei rei nem roque.Lembro por exemplo que tinha um colega de 7ºano(11ºde agora),e namorado de uma colega minha de turma a dar-nos aulas de Geografia... devem imaginar aquelas aulas não é??
    Lembra do Srº Joaquim da portaria,e que estava numa secretària ao pé da porta da secretaria da D.Alice,da D.Arlete (esta era má!!).
    Há 2 anos atrás fui ao encontro de antigos alunos do Liceu que viveram lá o 25 de Abril,este ano vai realizar-se novamente.
    Desculpe João esta minha ousadia a utilizar o seu blogue,quero desejar-lhes um lindo fim de semana,apesar da chuva vento e muito frio.
    Vá-nos presenteando com coisas Bonitas.
    FelicidadesAna Bernardo

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  4. Não Ana ,já não estava no liceu no 25 de Abril de 74 ... Sou bem mais velhota ,pois já era professora na Secundária Alfredo da Silva havia 5 anos . Sim , faço ideia como devem ter sido essas aulas ,mas quanto à minha vivência desse período foi bem diferente !!! Pode ser que um dia me dê para contar como foram vividos por mim esses tempos ... De qualquer modo , mesmo em épocas diferentes ,fomos colegas ... Eu ainda sou do tempo em que o Liceu se dividia em « rapazes para um lado , raparigas para o outro e , à entrada , a contínua via se nós levávamos ou não meias calçadas ».... Enfim , muito eu tenho para recordar...
    João , percebe agora porque lhe perguntei se tinha passado pela «Alfredo...»!!!
    Claro que vocês são muito mais jovens do que eu , apenas o ter entrado na Faculdade com 17 anos reduz um pouco a minha Velhice ??!! Mas , por favor pensem que de espírito sou muito jovem !!!!Ah! Ah!
    Um abraço para cada um de vós amigos «arraianos »
    Quina

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  5. Olá, Ana!
    Bem haja pelas suas palavras e votos de longa vida. Vamos fazer por isso e seja o que Deus quiser! O que for soará!
    Quanto ao Acordo Ortográfico, estou a preparar um "post". Também não estou muito preocupado, porque, políticos, comentadores, locutores, etc (infelizmente, até professores)dão, hoje, cada calinada que até faz impressão. Uma das boas é a "competividade". Assim, como é que o país pode ser competitivo?
    Claro que permito que o meu blogue seja ponto de encontro de pessoas com interesses comuns mas, sempre pode contactar a Quina, através do seu Blogue "Idanhense sonhadora" e sempre fica a conhecer mais um blogue interessante e beirão!
    Abraço,
    João Celorico

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  6. Olá, Quina!
    Repito as palavras que deixei à amiga Ana.
    Quanto ao Acordo Ortográfico, não me vou preocupar muito com isso. A iletracia gramatical, hoje em dia, é quase colectiva e ninguém se preocupa. Já nos meus tempos de estudante no Instituto um dos redactores dos manifestos estudantis, que dava erros uns atrás dos outros, mas revolucionários, me dizia que o que interessava era a intenção. Feitios!
    Posto isto, que venha o Acordo! Quanto mais não seja para nos rirmos um bocado mas, com vontade de chorar...
    Espero que já esteja recuperada da sua gripe, ou em vias disso!
    Não quero teimas mas não me parece que seja assim tão mais velhota que eu. Se o for, mantenha esse espírito, que é o que eu tento fazer também. Eu, já sou do tempo... nem sei bem do quê. Na minha terra dizia-se do tempo do "bacalhau a pataco"! Eu, sou do tempo do meio tostão...
    Bem haja e até sempre,
    João Celorico

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  7. Pois é João ,tem razão quanto ao acordo que o melhor é irmos nas calmas e a pouco e pouco lá iremos nos adaptando .Quanto a sermos jovens da mesma geração , também me parece que está certo . A Ana é que é mais jovem ,mas de espírito ...devemos andar a par dela ...Bem haja pela divulgação do meu blogue . Vamos ver se amanhã o renovo ,pois já estou melhor da constipação.
    Bem haja pela sua atenção
    Quina

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  8. Boa noite João.
    Que tolice a minha!então não é que nem lembrei de ir ao blog da Quina?Enfim ao fim de um dia de trabalho,a cabeça começa a não raciocinar como deveria...
    bem haja pela observação e um resto de boa noite.

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  9. Amigo João,
    Acho que estou a ler a história da sua vida ao contrário, lol.
    Tenho de ver nos posts anteriores onde começa afinal...
    Senão, assim, é como começar a ler um livro do final para o começo...
    Não estou com isto a dizer que está no final dos seus capítulos, nada disso, pois desejo-lhe uma longa vida, e muitos mais capítulos por escrever.
    Bom é melhor calar-me e procurar onde começou a sua história...

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  10. Pois, Cristina, é bom que comece as coisas realmente por onde elas começam ...
    Bem haja pelos votos de longa vida que igualmente retribuo.
    Abraço,
    João Celorico

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