
Não, não é plágio nem é o novo livro da Drª Isabel Alçada. Essa, anda atarefada em escrever “Uma Aventura … no Ministério”.
Esta aventura no Jardim Zoológico, reporta-se à década de 50, tinha eu aí os meus 11 anos. Aconteceu que, andava no 1º ano do Ciclo Preparatório, na Escola Manuel da Maia, ali à Estrela, e foram os alunos da minha turma convocados para uma visita ao dito jardim. A alegria foi geral e, no dia aprazado, manhã cedo, munidos dum pequeno farnel, só para enganar a barriga, lá nos encontrámos na antiga estação dos eléctricos, nas Amoreiras, junto ao que hoje são as torres do arquitecto Taveira. Eléctrico reservado à miudagem, lá seguimos rumo a Sete Rios. Já conhecia o Jardim e do que então vi, não me recordo de nada em especial. A bicharada estava lá toda! Decerto vimos, os leões, o elefante a tocar a sineta, os ursos, a loja do macaco Faustino e o próprio, e muitos outros animais além do cemitério dos cãezinhos. Não vimos golfinhos, grande atracção dos dias de hoje, porque nesse tempo ainda os não havia.


Continuando, fomos em busca dum bebedouro mas, como é natural, em alvoroço traquinas. Um de nós lembrou-se de começar a correr e “Aguarrás, aguarrás, é o burro que vai atrás”, ao que os mais atrasados respondiam “Aguardente, aguardente, é o burro que vai á frente” e a correria continuava. Eis senão quando, os mais adiantados estacaram, de repente, porque mesmo defronte dos nossos olhos deparámos com uma espécie de lago, circular, de 5 ou 6 metros de diâmetro e com degraus, progressivamente em círculos menores, formando escadaria de cerca de 1 metro de profundidade. Tinha tudo para ser um lago. Mas não era! Acontecia que por ter chovido, o mármore do fundo, molhado, espelhava e dava-nos essa ilusão. Tudo esclarecido, a correria continuou e então, mais à frente, os primeiros veem uma pérgola, com colunas, um portal e lá ao fundo, na parede forrada de lindos e artísticos azulejos, uma artística bica jorrando o precioso líquido. À vista de tal prémio, ainda mais correram e, passado o portal, viram igualmente o que parecia ser um espelho líquido, semelhante ao anterior mas, agora, rectangular. Eu, que seguia um pouco mais atrás, ainda recordo o “Pato Donald”, como que atingido por tiro certeiro, num voo completamente descontrolado, mergulhar no lago que antecedia a fonte. Outros, mais afortunados, ainda conseguiram impedir a queda, agarrando-se às colunas. Após umas gargalhadas bem sonoras, houve que atender ao infeliz “Pato” que honrou a sua alcunha e foi bom de ver, num acto solidário, sem “slogans” de ocasião, tratarmos de despir o rapaz, espremer e torcer-lhe a roupa, enfiar-lhe a camisola de um, o “pullover” de outro, agasalhá-lo o melhor possível para que não arrefecesse, tratar de informar o professor responsável, coitado dele que nem sabia onde nós estávamos, chamar um táxi e um de nós acompanhá-lo a casa.
No dia seguinte, na escola, a aventura foi muito comentada e, “Pato Donald” incluído, estávamos prontos para outra! E, já agora, ficámos a saber que nem tudo o que parece, é!
(Imagens retiradas da net. Blogues: girafamania; ofertasloucas; tonirodrigues)
João , mais uma das suas deliciosas memórias ! Ah! , também gosto do "Uma Aventura no Ministério "....!!!!! Deve dar um livro de "gritos"!!!
ResponderEliminarMuntas vesitas
Quina
JOÃO,mas que bela aventura!! todos nós tivemos dessas,"boas loucuras" e também de alguém que se destacava pela positiva mas também os havia pela negativa.Deixe-me que lhe conte uma história,dos meus tempos de primária; sempre fui a mais pequena na idade e de altura na minha sala,mas isso não me impedia de enfrentar tudo e todos,no que toca ao saber e ao estar atenta a algum mal que fizessem aos meus colegas era como se diz de nariz empinado e rebiteza; Uma colega minha tinha um muito mau hábito,roubava canetas ,lápis... tudo o que lhe agradava,e no intervalo ia colocar o produto do roubo,atrás de uma porta lateral da Igreja,para no fim das aulas levar para casa.Eu e uma colega minha já andavamos com o olho nela.
ResponderEliminarChega o 2º periodo e alguns de nós muito contentes com as canetas de tinta permanente que o "menino Jesus nos tinha dado",não tardou muito tempo e as ditas canetas começaram a desaparecer,como eu e a minha colega já andavamos desconfiadas,toca de segui-la,e apanhámo-la em flagrante, mas fomos mázinhas e agimos por nossa conta e risco sem dizer nada a ninguèm e toca de lhe dar uma tareia;não é que ela desmaia? ficamos aflitas com o sucedido e fomos colocá-la á porta de casa dela e seguimos para as nossas caladinhas que nem ratos.
Estavamos desertas que o outro dia chegasse para vermos a tal colega e se não lhe tinha acontecido nada de anormal.
No dia seguinte fomos as primeiras e ela também,caladinha e murcha a olhar-nos de lado,não disse nada,nós nada dissemos,mas o certo é que nunca mais ninguém se queixou de roubo.
É lógico que como crianças que eramos,logo se soube da perípécia,e ainda levamos um ralhetezito por termos sido tão mázinhas pois poderia ter acontecido algo de menos bom á outra colega.
E não é que as três hoje ainda nos lembramos disto??
Quanto á aventura no Ministério da Educação...já estou como a Idanhense,e não sei se terá um fim muito amistoso!!!
Tudo de bom
Ana
(alonguei-me no meu comentário...mas todos nós temo peripécias muito boas e engraçados não é? e recordar é muito bom)
Olá, Quina!
ResponderEliminarLá boa memória tenho eu. Parafraseando aquele "ainda sou do tempo", posso dizer que tenho recordações que remontam, seguramente, aos meus 3 anos, já para não dizer que até podem ser ainda com 2 anos, o que eu duvido.
Abraço,
Joâo Celorico
Pois é, Ana, eu também era talvez o mais novo e se não era o mais pequeno, não andaria longe. Não era, nunca fui, de me meter em brigas mas se me "chegavam a mostarda ao nariz" o caso era sério. No fim, com os nervos, eu ficava sempre a chorar, quer batesse, quer fosse batido o que, apesar de eu não ser nenhum "super", não era fácil porque eu arranjava maneira mais astuta de me desenvencilhar. Normalmente, com aqueles a quem batia, acabava por ficar amigo! Com os outros, ficava sempre de pé atrás!
ResponderEliminarQuanto ao alongar do comentário, disponha sempre. Ainda não paga imposto. Por enquanto...
Abraço e bem haja,
João Celorico