terça-feira, 8 de maio de 2012

O "Angola", vai de viagem... virtual! ( 28 ) ... São Tomé - Funchal


Dia 01 de Maio :


Ilha de São Tomé.
Plantação de cacaueiros.
Ilha de São Tomé.
Fortim de São Jerónimo.

Neste primeiro dia da “grande tirada”, rumo ao Funchal, relembramos algo do que foi visto em São Tomé e das “trocas comerciais” que se fizeram. Os naturais subiram a bordo e expuseram coisas como tapetes e artesanato que trocaram não só por dinheiro como também por sabonetes, whisky ou outra bebida. Foi um mercado do tipo ancestral!
Navio motor "Quanza".
Podem ver-se o adornamento do navio e os lençóis com que nos saudavam.
Não se consegue ouvir o barulho enorme que faziam.
E, o mar parece um lago!
Hoje, durante a tarde , passou por nós o n/m “Quanza”, carregado de colonos com destino a Moçambique. 

Dias 02 a 07 :

O calor continuava a sufocar e de húmido que era, tornava-se doentio. Passávamos defronte de Dacar e da Serra Leoa. Nestes 7 dias sem escala, tal como já tinha acontecido na primeira parte da viagem, havia que alegrar os passageiros e assim, a piscina enchia-se, preparava-se o écran para a projecção de filmes e organizavam-se “Festas à Portuguesa” e bailes, na 1ª e na 2ª classe. Pessoalmente apenas fui freguês e não muitas vezes, das sessões de cinema. O tempo disponível e a minha disposição, nunca davam para muito mais. Preferia descansar mais um bocado, do que meter-me em folias. Acresce dizer que excepção feita aos bailes, que se realizavam nos salões da 1ª e 2ª classe e obrigavam a traje “à maneira”, tudo o resto se passava no convés, ao ar livre.
Também nesta tirada se aproveitou para fazermos exercícios de baleeiras, facto que me esqueci de referir aquando da tirada em sentido contrário. Constavam estes exercícios em, mais ou menos de improviso, fazer soar as sirenes e os alarmes de modo a que todos os passageiros e tripulação se dirigissem para junto das baleeiras a que estavam distribuídos. Nós, os oficiais já estávamos avisados e só havia que pôr ordem nos passageiros que, desacostumados destas andanças, andavam um pouco às “aranhas”!

O "Lakonia" debatendo-se com o fogo que originaria o seu fim.
(retirado de wikipédia)
Lembro que certa noite, numa outra viagem, andámos todos de nariz no ar porque cheirava a fumo e ainda há bem pouco tempo, em 22 de Dezembro, tinha sido o incêndio no “Lakonia” do qual tinham resultado 128 mortos e o posterior afundamento, no dia 29, 230 milhas a sudoeste de Lisboa e 250 milhas a noroeste de Casablanca, quando estava a ser rebocado por quatro rebocadores, um dos quais o “Praia da Adraga”. No nosso caso, a Providência estava conosco e o fogo resumiu-se a uma qualquer peça de roupa que, na engomadoria, se estava a queimar. Valeu o susto!


Dia 08 :

Às 00.00h os relógios de bordo foram adiantados de 60 minutos.
Afinal, o navio tem andado bem e como tal tem cumprido o itinerário dentro do estipulado de modo a recuperar algum tempo para minimizar os muitos dias perdidos na reparação a que foi sujeito antes desta viagem.
Assim, a estadia no Funchal nem quase se vai sentir! Quem queria comprar, bordados ou vergas, era mais avisado tê-lo feito quando o navio ia para baixo porque, agora, os preços são mais elevados. É a lei do mercado porque quando o passageiro vai para África, vai em busca de dinheiro e não vai gastá-lo em compras desnecessárias. Quando vem para cima, de férias ou de regresso definitivo, já traz dinheiro no bolso e vontade de comprar. Mas, infelizmente, desta vez nem um cacho de bananas da Madeira, poderão comprar.

O facto é que o “Angola”, se apresentou defronte do Funchal às 05h 42min e ficou fundeado às 06h 36min.
Cerca das 09.00h deixaremos o fundeadouro, rumo a casa! Já cheira a Lisboa!


2 comentários:

  1. Continuo a gostar da viagem. Só tenho uma reclamação. Queria uma toalha bordada e não deu tempo...
    Beijinhos
    Lourdes

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  2. Olá, Lourdes!

    Muito me apraz saber que continua a gostar da viagem mas a sua "reclamação" deixa-me com um sentimento de culpa, pois foi um "imperdoável" esquecimento não ter avisado os meus "passageiros" de que deviam fazer as aquisições na viagem descendente. Sairia tudo mais em conta! Porém, como a ilha da Madeira não está muito longe, apesar da crise e dos "buracos", é capaz de não ser muito difícil transformar em real esta parte da viagem e então abastecer-se dessas tais toalhinhas. Não costumam ser baratas mas, com a crise que para aí vai, nunca se sabe...

    Bem haja por me ter acompanhado nesta "viagem".

    Abraço,
    João Celorico

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