Continuando a apresentação de versões de Salvaterra do Extremo, recolhidas e publicadas por Jaime Lopes Dias, aqui fica mais uma, inserta no ROMANCEIRO PORTUGUÊS DA TRADIÇÃO ORAL MODERNA, vol. II, editado pela Fundação Calouste Gulbenkian.
Espero que continue a ser do agrado de quem a ler!
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--Já os galos
cantam, ó meu amor, vai-te.
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2
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--Onde me
hei-de eu ir, coração, e deixar-te?
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--Duma mãe
que tens, vai-ma lá chamar,
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4
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as dores são
tantas que eu estou a findar.
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--Levante-se,
ó mãe, do doce dormir,
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6
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que está Rosa
Branca com dores de sair.
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--Se quer
sair que saia, saia uma menina,
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8
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arrebente a
mãe mais a sua filha.
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--Conforta-te,
ó Rosa co` a Virgem Maria.
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10
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Minha mãe não
`stá lá foi à romaria.
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--Já os galos
cantam, ó meu amor, vai-te.
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12
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--Onde me
hei-de eu ir, coração, e deixar-te?
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--Duma irmã
que tens vai-ma lá chamar,
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14
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as dores são
tantas que eu estou a findar.
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--Levanta-te,
irmã, do doce dormir,
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16
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que está Rosa
Branca com dores de sair.
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--Se quer
sair que saia, que saia um varão,
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18
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arrebente a
mãe pelo coração.
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--Conforta-te,
ó Rosa, co` a Virgem Maria,
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minha irmã
não `stá lá foi à romaria.
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--Já os galos
cantam, ó meu amor, vai-te.
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--Onde me
hei-de eu ir, coração, e deixar-te?
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--Duma mãe
que eu tenho vai-ma lá chamar,
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as dores são
tantas que eu estou a findar.
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--Levante-se,
minha tia, do doce dormir,
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que está Rosa
Branca com dores de sair.
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--Se quer
sair que saia, saia uma menina,
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28
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ela seja a
serva da Virgem Maria.
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Entra, ó meu
genro, a beber uma pinga,
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enquanto eu
procuro minha triste mantilha.
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Entra, ó meu
genro, a comer um bocado,
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enquanto eu
procuro meu triste calçado.--
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P` r` ò meio
do caminho os sinos ouviu dobrar
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logo a pobre
mãe c omeçou a chorar.
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--Quem filhas
tiver case-as cá na terra,
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que eu, de
uma que tinha, já fiquei sem ela.--
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Variantes: -31b a beber um trago.
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