domingo, 22 de março de 2015

Nossa Senhora da Consolação, Nossa Senhora dos Prazeres e as Fontes Santas. Curiosidades!

Aproveitando a proximidade dos festejos em honra de Nossa Senhora da Consolação, em Salvaterra do Extremo e em Monfortinho, trago aqui algumas curiosidades acerca dessa  devoção.
Muitos serão os que sabem o que aqui escrevo, porém haverá muitos mais que o não saberão.


Painel de azulejos, da capela que se diz ser a mais antiga, em Monfortinho
(retirado de sites.google.com/site/monfortinhosite/historia-da-freguesia)
 
Ao debruçar-me sobre o assunto das Festas e Bodos em honra de Nossa Senhora da Consolação, em Monfortinho e Salvaterra do Extremo, encontrei alguns factos curiosos.



A capela que se diz ser a mais antiga, em Monfortinho
(retirado de sites.google.com/site/monfortinhosite/historia-da-freguesia)
 
 A Fonte Santa, integrada nas Termas de Monfortinho, conhecidas localmente,
durante muitos anos, por termas da Fonte Santa, tem hoje este aspecto.
 
Assim, embora se julgue saber que essa devoção, nesta região, terá tido origem num convento franciscano, ainda existente no séc. XVII em Monfortinho, o certo é que se diz que às portas de Lisboa, bem perto da Sé, talvez no local onde hoje se encontra a Igreja de Santo António, nos séc. XV, XVI e XVII, existiu uma igreja em invocação de Nossa Senhora da Consolação, onde era festejada no dia de Nossa Senhora dos Prazeres.

Exactamente como em Monfortinho, tal como se pode ler nas Memórias Paroquiais, de 20 de Abril de 1758:
“– Em outavário da Páscoa vem a Câmara da vila de Penha Garcia e o povo em satisfação de um voto que fez a dita vila mui antigo com louvores à dita Senhora padroeira do lugar aonde lhe fazem uma festa em o dia de Nossa Senhora dos Prazeres…”

Na “História da Igreja em Portugal”, vol.3, de Fortunato Almeida, a dada altura, se diz:
… convento dos arrábidos, sob a invocação de Nossa Senhora da Consolação, ou dos Prazeres, no logar de Palhaes, a três léguas da Arrábida.

Também aqui, associada a esta invocação, aparece uma fonte cujas águas teriam propriedades milagrosas.


(retirado de www.vinculadosaobarreiro.com)
A ligação de Nossa Senhora da Consolação a Nossa Senhora dos Prazeres, parece pois ser natural, porém outra ligação se poderá encontrar. Esta, agora, de Nossa Senhora dos Prazeres com uma Fonte Santa.

Se não, vejamos o que nos diz o livro de Fernanda Frazão, “Passinhos de Nossa Senhora” – Lendário Mariano:
“Segundo a lenda, a imagem de Nossa Senhora dos Prazeres, da Serra de Bouro, a alguns quilómetros das Caldas da Rainha, quase junto ao mar, apareceu na costa, a pouca distância da igreja, entre umas rochas. Nesse local rebentou então uma excelente fonte de água potável, à qual se dá o nome de Fonte Santa, pelas milagrosas virtudes terapêuticas que lhe atribuem.”


Por último, bem que podia ser o começo, vejamos onde, ao que parece, terá começado o culto e a invocação de Nossa Senhora dos Prazeres:
Consta que em Lisboa, muito tempo antes da última peste, ocorrida no ano de 1599, terá aparecido a uma menina, sobre uma fonte na Quinta dos Condes da Ilha, em Alcântara, uma imagem da Senhora. Embora não se saiba se essa fonte já era conhecida ou se apenas terá sido descoberta aquando do aparecimento da imagem, o certo é que o povo a apelidou de Fonte Santa pela virtude que a Senhora deu àquelas águas e passou a acorrer a ela para se livrarem das enfermidades de que padeciam.

Perante isto, foi-lhe erguida uma ermida, onde foi venerada e invocada sob o nome de Nossa Senhora dos Prazeres. Tal, deu origem à Paróquia de Nossa Senhora dos Prazeres

A Fonte Santa, ainda hoje lá está, ao cimo da Rua Possidónio da Silva, antiga Rua da Fonte Santa, muito embora o povo já a ela não acorra!

 
Foto, muito possivelmente de meados do século XX, mostrando alguma degradação



Foto, muito possivelmente de meados do século XX, após obras de restauro.
Ainda com 2 bicas e encimada pela cruz





Actualmente, já só com uma bica (sem água) e um tanque, sem a cruz ao alto e escondida e apertada pela construção dum edifício. Apesar da aparente conservação, mantendo a pedra de cantaria trabalhada, com as armas da cidade (ali colocada aquando da restauração da fonte, no ano de 1835), nas suas costas foi o sítio melhor que encontraram para instalar uma zona de recipientes para recolha de lixo.
 
Muitos outros factos curiosos haverá, porém estes foram aqueles que se me ofereceu trazer aqui!
Espero que tenham aproveitado a mais alguém!


2 comentários:

  1. Olá Amigo João
    Já estão bem perto as festas, espero que esteja melhor para as ir festejar.
    A nossa amiga Cristina já anda toda empolgada, ela vibra com estas festas.
    Desejo que se divirtam
    Ana

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  2. Olá, Ana!
    É uma verdade que as Festas já estão bem perto e eu que tanto desejava ir lá este ano. Por maioria de razões e porque já estou bastante melhor. Diria que totalmente bem mas ainda há aqui umas coisitas que penso de pequena monta. No entanto por razões de natureza pessoal, afinal não posso ir. Bastante pena minha pois além se satisfazer uma vontade, ia encontrar a amiga Cristina e talvez assistir ao lançamento dum livro da amiga Quina, que tem alguma da minha contribuição. Para boas causas, eu contribuo sempre, lol...
    Apesar disso, vou contribuindo aqui com mais algumas novidades que espero sejam do agrado de quem as lê!
    Por tudo, um abraço e bem haja

    João Celorico

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