domingo, 8 de abril de 2012

O "Angola", vai de viagem... virtual! ( 17 ) ... Lourenço Marques - Beira


Dia 07 :
Mal nascia o dia, cerca das 03h30min o “Angola”, deixou o cais de Lourenço Marques, baía fora, e eram 05h20min quando, chegado à Inhaca, largou piloto e entrou de novo no Índico, rumo à cidade da Beira.

Lourenço Marques.
Deixando o Cais Gorjão, ao fundo, à esquerda.
A caminho da Inhaca.


Pande. O incêndio no poço de gás natural.
(http://www.mocambique.wordpress.com/)
 
Sempre divisando, por bombordo, a costa arenosa, adivinhávamos lá longe o Xai Xai, o Bilene e, mais adiante, lembrávamos a noite em que o céu todo ele se iluminava devido a um enorme clarão que se manteve durante semanas, pelo menos. Tal clarão, era devido a um incêndio num poço de gás natural, em Pande, constando que estariam a chegar técnicos americanos para conseguir a sua extinção.






Mais para norte, já noite, avistámos, o farol da ilha do Bazaruto, parte do arquipélago do mesmo nome, um pouco afastado da costa. Um lugar idílico, segundo dizem.


Dia 08 :
E, eram 07h.03min, do dia 8, quando nos apresentámos defronte do delta do Zambeze e embarcámos o piloto que nos levaria até ao porto da Beira, um cais assente em estacaria de madeira, onde o “Angola”, finalmente, atracou às 08h45min.

Beira. No cais, o paquete italiano "África",
da Societá Italia de Navigazione (*)

Neste porto, é de assinalar a amplitude de maré, de cerca de 4metros.

A cidade da Beira, designada pelos naturais de “Cidade do Futuro”, mantém uma acesa rivalidade com Lourenço Marques. Acontece, porém que Lourenço Marques tem condições naturais, o que não acontece com a Beira que é uma cidade, praticamente, implantada num pântano e por consequência tudo terá que ser conquistado com muito esforço. Mas, é bom de ver a tenacidade dos seus habitantes. Neste momento, uma empresa francesa está a promover ao alongamento do cais de acostagem e, para tal, terá que fabricar enormes “caixões” , em cimento, ligando-os em seguida. Para a construção dos “caixões” tiveram que construir uma “ensecadeira” que abriam, para colocar os “caixões” a flutuar. Acharam, então, por bem, que essa ensecadeira se transformasse numa doca seca e, assim, nasceu uma doca seca na Beira. A estação de caminhos de ferro, é duma arquitectura arrojada para a época, tal como o pavilhão desportivo, cujas tabelas de basquetebol são das primeiras em fibra de vidro. Nem na metrópole ainda havia! Disse que a cidade fica num pântano mas, redes mosquiteiras nas janelas, é coisa do passado.
E apesar do Chiveve, braço de rio pantanoso, o problema dos mosquitos parece controlado.

Beira. O Chiveve e a cidade, ao fundo.

A Beira pode não ser a “Cidade do Futuro” mas, decerto é a “Cidade do Esforço e do Trabalho”! Será pela sua conotação beirã?

A cidade não tem muito para ver mas eu procurarei mostrar alguma coisa.

Este porto tem grande movimento, principalmente de mineraleiros. É conveniente dizer que é o porto de saída da Tanzânia e das suas minas de cobre.


A saída está prevista para amanhã, dia 9 , manhã cedo!

(*) Seguidor atento, Luis Miguel Correia, fez-me o reparo de que o navio "Africa", pertenceria ao Lloyd Triestino. Com os meus agradecimentos, aqui está reparado o lapso.

2 comentários:

  1. O n/m AFRICA pertencia à companhia italiana LLOYD TRIESTINO, do Grupo Finmare, tal como a companhia Itália...

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    1. Caro Luis Miguel Correia,
      grato pela correcção. Efectivamente parece-me ser apenas meio lapso e deveu-se a que eu, habituado que estava a ver "Saturnia", "Vulcania", "Conte Grande" e outros, associei todos eles à Societá Italia.
      Agora, fiquei a saber que este "Africa" é o 2º desse nome, construido em 1952 e que depois de em 1976,ser reparado, passou a chamar-se "Protea", sendo desmantelado em 1980.
      Cumprimentos,
      João Celorico

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