Em 1655, passados já 15 anos sobre a restauração da Independência de Portugal, sendo ainda governador da fortaleza de Salvaterra, António Soares da Costa, conhecido por "Machuca", a insídia com que os espanhóis buscavam apoderar-se desta praça portuguesa usava de todos os estratagemas. Assim, foi que o governador de Salvaleão, vila espanhola fronteiriça, D. Alonso de Sande e d’Ávila julgou poder corromper o governador de Salvaterra e apoderar-se desta sem grande esforço. A proposta, ignóbil, foi aceite mas, mal sabia o espanhol o que ia na cabeça do governador português. Acertados os pormenores para 30 de Junho, aproveitando as festas de São Pedro, e posta a operação em marcha, 37 oficiais espanhóis disfarçados de paisanos mal puderam acreditar no que lhes aconteceu. Foram mortos, um após outro, aqueles que iam entrando, e as tropas que ainda estavam esperando para tomar a fortaleza viram o seu governador lançado pelo ar, após ter sido atado à boca de um canhão. Apressaram-se a fugir, mas este trágico fim havia de causar grande mau estar nas cortes, portuguesa e espanhola. Revoltado com tal ocorrência o Duque de San German, juntou quantas forças pôde e, dois dias depois, com o propósito de vingança apresentou-se defronte de Salvaterra. Não podendo fazer nada, face à força portuguesa, resolveu “passar à espada os camponeses que segavam o trigo e até as mulheres e crianças”. A notícia desta tragédia chegou a Lisboa, onde se encontrava o enviado de França, chamado para apoiar o novo poder em Portugal, e há quem diga que a atitude do Governador da praça foi considerada acto de traição e que ele foi destituído, por ordem de El-Rei D. João IV. Porém, talvez tenha sido apenas uma manobra diplomática, uma vez que também consta que El-Rei, ao corrente da dita proposta, teria sido ele próprio a instigar o Governador a tal procedimento!Mistérios da História de Portugal! Vá-se lá saber a verdade!






















